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Os trabalhos de Eve L. Ewing para a Marvel

A contribuição da autora de Afrofutulírica no universo das HQs

08/08/2024

Autora, acadêmica, artista e educadora. Essas são apenas algumas das atividades exercidas por Eve L. Ewing, autora de Afrofutulírica. Recém-chegada na DarkSide® Books, a obra é uma mistura envolvente de poesia, arte visual e prosa narrativa na qual Ewing mistura realismo mágico e ficção científica para falar sobre temas como racismo e identidade.

LEIA TAMBÉM: Lançamento: Afrofutulírica, por Eve L. Ewing

Um livro sobre a vida real e lugares imaginários, Afrofutulírica leva os leitores até as ruas da Chicago dos anos 1990 quando a chegada de seres de outro mundo desafia as concepções coletivas de memória e história

afrofutulírica

Quando não está escrevendo os mais diferentes tipos de livros, Ewing leciona Sociologia na Universidade de Chicago onde é professora associada do Departamento de Raça, Diáspora e Indigenidade, realizando pesquisas sobre racismo, desigualdade social e políticas urbanas. Como se tudo isso não bastasse, a autora ainda possui outro feito impressionante no currículo: desde 2018, ela vem trabalhando em diversos projetos da Marvel Comics, levando muitas das temáticas de suas pesquisas para os quadrinhos.  

Coração de Ferro

Em 2018, Ewing tornou-se escritora da série Coração de Ferro, que conta a história de Riri Williams, uma jovem garota negra de 15 anos que possui inteligência acima da média. Moradora da região de South Side em Chicago, ela consegue uma bolsa de estudos no Instituto de Tecnologia de Massachusetts onde cria uma armadura semelhante à do Homem de Ferro

A personagem, que apareceu pela primeira vez em 2016, foi criada por Brian Michael Bendis e desde cedo se tornou alvo de polêmicas, algumas desnecessárias, outras nem tanto. Enquanto alguns fãs reclamaram de o Homem de Ferro ter uma sucessora, outros apontaram o problema de os quadrinhos não possuírem mulheres negras atuando no projeto.

coração de ferro

Devido ao seu talento, competência e atuação profissional, não foi surpresa nenhuma Ewing ter se tornado então a escritora de Coração de Ferro em 2018, marcando a primeira publicação solo da super-heroína. Grande fã de quadrinhos, a autora cresceu lendo as histórias clássicas e sempre sonhou publicar suas próprias aventuras.  

Logo na primeira edição de Coração de Ferro, uma colaboração entre Ewing e os artistas Kevin Libranda e Luciano Vecchio, os leitores já são aprofundados na história de vida de Riri Williams. Segundo a escritora, a história de origem para qualquer super-herói é sempre primordial, sendo algo que molda suas vidas. Para isso, ela dedicou grande parte de seu tempo a entender a presença da heroína em outros títulos, pensando na questão fundamental: por que você faz o que faz? 

Para ela, todos carregamos histórias que à primeira vista podem ser simples ou desinteressantes, mas que no fundo moldam quem somos e quem nos tornamos. Justamente por isso, foi tão importante para Ewing iluminar o sentido de pertencimento e familiaridade que Riri possui com o bairro de South Shore em Chicago onde reside e a King College Prep, escola secundária que frequenta. Isso não é coincidência, considerando que a própria autora, assim como a adolescente, também nasceu e viveu em Chicago

coração de ferro

Desta forma, Coração de Ferro traz a clássica história de super-herói, ao mesmo tempo em que explora as pesquisas e o trabalho de Ewing, que há tempos vem abordando sistemas e estruturas de opressão junto a questões de racismo, gênero e identidade. A autora ressalta que precisamos cada vez mais de diferentes identidades e vozes ganhando representação na mídia. No entanto, frisa que também são importantes os contornos que essa representação assume e quais são suas políticas e bandeiras. 

Segundo Ewing, um de seus principais objetivos ao assumir a história de Coração de Ferro foi construir uma personagem tridimensional e envolvente, que fosse inteligente e interessante, oferecendo aos leitores muito mais do que sua aparência e habilidades. Uma de suas maiores frustrações, inclusive, era o fato de algumas personagens femininas incríveis serem desenhadas com proporções corporais absurdas, sendo muitas vezes extremamente sexualizadas.   

Além disso, a autora aponta como o público conhece poucos super-heróis negros para além do Pantera Negra e da Tempestade. Segundo ela, existem inúmeros outros personagens realmente interessantes que simplesmente não tiveram as mesmas oportunidades de estar no centro das histórias e criar conexões com o público. Desta forma, um de seus sonhos é que Coração de Ferro brilhe por várias gerações e crie laços com crianças e jovens que um dia vão crescer e enxergá-la como uma personagem clássica. 

coração de ferro

Quando questionada sobre suas inspirações, Ewing cita Janelle Monáe, Octavia Butler, George Clinton e Krista Franklin, inserindo Coração de Ferro como um projeto afrofuturista. Para finalizar, em uma entrevista à Marvel, ela pontuou que: “Coração de Ferro simboliza o que acontece quando você combina força e poderes incríveis com um senso de amor, cuidado e verdadeiro desejo por justiça. Não apenas punição ou exibicionismo ou soluções de curto prazo, mas justiça real”. 

Além de suas aparições nos quadrinhos, Coração de Ferro entrou para o universo cinematográfico da Marvel em 2022 com Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, sendo interpretada pela atriz Dominique Thorne. Atualmente, a personagem está programada para estrelar sua própria série homônima na plataforma de streaming Disney+ em 2025. 

Pantera Negra, Ms. Marvel e Monica Rambeau 

É claro que Eve L. Ewing não parou por aí. Seu sucesso em Coração de Ferro fez com que a autora assumisse diversos projetos para a Marvel Comics, alguns com heróis bastante conhecidos pelo público. Em 2019, por exemplo, Ewing trouxe o reencontro entre o Homem-Aranha e Kamala Khan, conhecida como Ms. Marvel, nas três primeiras edições do quarto volume de Marvel Team-Up.

marvel team up

Em 2022, ela assumiu a primeira série de quadrinhos solo de Monica Rambeau em Monica Rambeau: Photon e no ano seguinte se tornou a primeira mulher negra a ter controle sobre a história dos quadrinhos do Pantera Negra com o papel de escritora da franquia. 

Acha que acabou? Em 2024, ela entrou para o projeto de um dos grupos mais famosos do mundo dos heróis: os X-Men. Junto da artista Carmen Carnero, Ewing está trabalhando em Exceptional X-Men, que vai contar a história de um novo grupo de jovens mutantes que recorre às veteranas Kitty Pryde e Emma Frost para treinamento e ajuda com suas habilidades. 

Assim como para os super-heróis da Marvel Comics, o céu não é o limite para Eve L. Wing. Agora só nos resta apreciar seus trabalhos incríveis e aguardar o que a autora reserva para o futuro. Enquanto isso, os DarkSiders podem conhecer seu trabalho e talento em Afrofutulírica, um testemunho do poder transformador da arte e da literatura que utiliza a imaginação como ferramenta de enfrentamento, abordando questões importantes sobre raça, amadurecimento, gênero e identidade.  

afrofutulírica

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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