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10 divindades hindus que você precisa conhecer

Mitologia é abordada nos poemas de Menina Deusa

11/11/2024

Uma das religiões mais populares do mundo, o hinduísmo representa atualmente cerca de 15% da população global. Embora o termo seja relativamente recente, criado para indicar as diversas práticas religiosas que existem na Índia, o hinduísmo é uma religião milenar que engloba não apenas crenças e rituais religiosos, como também um sistema moral e filosófico.

Diferentemente de outras religiões — como o cristianismo e o islamismo, por exemplo — o hinduísmo não possui um profeta fundador nem um dogma unificado. Na verdade, a religião surgiu mais de 3.500 anos atrás quando populações da região do Vale do Rio Indo passaram a sistematizar suas principais crenças e divindades. Essa pluralidade faz com que até hoje o hinduísmo seja um sistema muito diversificado com quatro principais correntes: o xivaísmo, o shaktismo, o vaishnavismo e o smartismo.

Entre essas correntes, imperam crenças gerais, como a reencarnação, conhecida como sansara, o karma e a predestinação. Dentro disso, o hinduísmo também possui quatro objetivos principais que devem ser seguidos por seus praticantes: o dharma (deveres morais, éticos e religiosos); o artha (busca pela prosperidade material); o kama (busca por desejos, paixões e prazeres) e por fim, o moksha (libertação espiritual).

Além disso, o hinduísmo também é conhecido pela variedade de deuses, chamados de Devi e Deva, os quais são entidades imortais que contam com representações físicas ou avatares. Cada deus representa um aspecto diferente do divino e desempenha um papel e função no cosmos do universo. A Caveira separou algumas dessas divindades para você conferir.

1. Brahma

Conhecido como o deus da criação, responsável pelo surgimento do cosmos, da ordem e do universo, incluindo os seres humanos e outros deuses, Brahma também é uma divindade ligada à criatividade e ao intelecto. Um dos deuses mais antigos, ele é um dos Trimurti, a primeira trindade de divindades que compõem o núcleo do panteão hindu.

Normalmente é imaginado com aspecto humano, como um homem idoso e sábio com quatro cabeças e quatro braços, os quais simbolizam os vedas, as escrituras sagradas do hinduísmo. Representante do equilíbrio e universo, Brahma frequentemente aparece carregando um rosário e sentado em uma flor de lótus, já que segundo algumas narrativas teria nascido desta flor.

2. Vishnu

Assim como Brahma, Vishnu integra a trindade Trimurti, estando associado ao papel de preservação do universo. Venerado como o protetor ou o preservador, seu papel é manter a ordem e a harmonia no cosmos. O deus é associado ao conceito hindu de avatares, o qual implica na encarnação da divindade no mundo material para ajudar a humanidade a expurgar o mal. Segundo o hinduísmo, Vishnu possui dez avatares, como Krishna, sendo que o último ainda não nasceu. Por isso, o deus pode assumir tanto formas humanas quanto animais.

Apesar disso, é frequentemente representado como um homem de pele azul-claro com quatro braços e mãos, cada uma segurando um objeto: a lótus, a maçã, o disco e a concha, as quais representam os quatro estágios da vida. Também é imaginado sentado em cima de uma serpente com várias cabeças, o que simbolizaria sua capacidade de manter a paz diante do medo. Além de ser um dos principais deuses hindus, Vishnu é a divindade suprema para o vaishnavismo.

3. Shiva

Terceiro e último membro da tríade Trimurti, Shiva é uma divindade conectada ao conceito de tempo, desempenhando o papel da iminente destruição e regeneração do cosmos. Representando o aspecto transformador do divino e a dualidade da natureza, ele desempenha o papel de criar e proteger o bem, ao mesmo tempo em que destroi o mal. Por isso, é percebido como uma entidade que engloba não apenas o caos, mas também a ordem, sendo conhecido por sua dança cósmica associada ao ciclo de criação, preservação e dissolução.

Seu papel é destruir para que Brahma possa criar. É representado de forma tranquila e em estado de meditação profunda com a cobra Vasuki enrolada ao redor do pescoço e um de seus quatro braços segurando um tridente.

4. Shakti

Expoente do shaktismo, uma das maiores vertentes do hinduísmo, Shakti é a grande mãe divina, associada à manifestação de uma força cósmica primordial. Considerada um Ser Supremo, como Brahma, ela é vista como o aspecto energético das deusas indianas, manifestando-se no plano terrestre por meio das deusas Saraswati, Parvati e Lakshmi, que compõem uma outra trindade divina no conhecida como Tridevi. Shakti personifica a energia criativa e é venerada não apenas como a agente da criação, mas também como a portadora das mudanças.

5. Durga

Conhecida como “a invencível” ou “a inatacável”, Durga é uma deusa guerreira que luta contra o mal, protegendo seus devotos e alcançando a paz e a prosperidade. Ela teria nascido do sopro de dezenas de deuses durante uma guerra original contra demônios, sendo conhecida por proteger os justos com bravura no coração.

É frequentemente caracterizada trajando um vestido vermelho e uma armadura cravejada com joias, sendo que cada um de seus dez braços segura armas que lhes foram entregues por outros deuses. Uma das manifestações de Shakti, Durga é exaltada como a deusa assassina de demônios. No entanto, mesmo sendo uma protetora feroz, é quase sempre retratada com um rosto sereno, pois sua força vem do amor e da vontade de proteger aqueles que a cercam.

6. Parvati

Deusa do amor e da devoção, Parvati não é apenas uma das encarnações de Shakti, mas também a esposa de Shiva. Atrelada à fertilidade, é conhecida por sua paciência e determinação, trazendo beleza e equilíbrio aos casamentos e famílias. É a encarnação da energia feminina cuidadora, em contraste ao marido, o deus da destruição. Segundo a lenda, ela teria conquistado Shiva ao subir as montanhas e praticar o ascetismo, até que o deus não resistiu e começou a agradá-la o tempo todo.

É a mãe do deus Ganesha, frequentemente aparecendo com o filho no colo. Pode ser representada com dois braços, quando acompanhada do marido, ou com quatro ou até oito quando está sozinha. No entanto, a deusa possui mais de cem encarnações, as quais variam com o seu humor.

7. Ganesha

Uma das divindades mais populares do hinduísmo, Ganesha é conhecido por sua característica cabeça de elefante. Filho de Shiva e Parvati, é descrito como uma divindade jovial e agradável ligada à sabedoria e ao conhecimento, visto como o patrono da educação, das letras e das artes. Além disso, Ganesha é conhecido como o senhor dos obstáculos, ajudando os seres humanos a remover e superar as dificuldades em suas vidas.

Na narrativa hindu, sua cabeça de elefante está conectada com um conflito que teve com o pai. Após ter o acesso à sua própria moradia negado pelo filho, o qual estava guardando a residência enquanto a mãe tomava banho, Shiva arrancou sua cabeça humana. No entanto, após descobrir que Ganesha este era seu descendente, o deus da destruição foi tomado pelo remorso e substituiu o membro decepado por uma poderosa cabeça de elefante.

8. Saraswati

Deusa da sabedoria, da música, das artes e do conhecimento, Saraswati é a personificação de um dos rios mais importantes da Índia. Conhecida pela beleza e elegância, é uma das três grandes deusas hindus, parte da Trivedi. Esposa de Brahma, é procurada por seus fieis para iluminação intelectual, compreensão e benção nas atividades criativas. Desta forma, é muito cultuada por todos os tipos de artistas.

É representada trajando joias e tendo quatro braços, os quais espelham os de seu marido e carregam símbolos de seus domínios: um livro, um instrumento de cordas e um colar de contas ou caldeirinha. Além disso, é comum a deusa aparecer viajando sobre um cisne branco, animal símbolo da perfeição espiritual e da transparência, e que representa sua habilidade em separar o bem do mal.

9. Lakshmi

Deusa da fortuna e da prosperidade, segundo a narrativa mítica Lakshmi emergiu de uma flor de lótus durante a criação do universo, escolhendo Vishnu como seu companheiro. De acordo com o hinduísmo, um deus masculino é inativo até ser emparelhado a uma deusa feminina, a qual lhe concede energia. Desta forma, Lakshmi está ligada a Vishnu, sendo que ambos atuam na vida e proteção de todos na Terra.

A deusa é a padroeira da abundância e da alma, sendo adorada durante o Diwali, festival hindu das luzes. É retratada como uma mulher graciosa, vestindo trajes vermelhos bordados a ouro e adornada com as mais belas joias. Também é representada com quatro braços, cada uma simbolizando os quatro objetivos hindus da vida. É a deusa do lar, sendo procurada por aqueles que estão com dificuldades financeiras ou que precisam de força para seguir em frente.

10. Kali

Uma das formas mais ferozes de Shakti, Kali representa sua natureza violenta e furiosa. Em algumas narrativas, a deusa é a parte sombria de Parvati, enquanto em outras é a manifestação do poder destrutivo de Durga, saindo da testa da deusa. Embora seja conhecida por isso, Kali é vista como uma divindade protetora e compassiva, concedendo o moksha (libertação espiritual) e destruindo o mal para proteger os inocentes. De forma geral, está atrelada com a ideia do corpo enquanto uma condição temporária, sendo responsável por destruir a visão egocêntrica da realidade.

Apesar de ser uma das poucas divindades com a força natural de destruição, possui um vínculo de amor e carinho com seus devotos. É recorrentemente retratada com oito braços, oito pernas, um colar com cinquenta cabeças — as quais representam as letras do alfabeto sânscrito e simbolizam o conhecimento infinito — e carregando uma cabeça em suas mãos. Também aparece com a língua projetada para fora, os olhos vermelhos e o rosto sujo de sangue, muitas vezes estando com um pé na coxa e outro no peito do marido, Shiva.

Um mergulho na mitologia e nas lendas hindus

Com uma história rica e repleta de divindades, o hinduísmo foi uma das inspirações da autora Nikita Gill em Menina Deusa, uma obra poderosa que entrelaça o mundo contemporâneo com a riqueza da mitologia, dos deuses e das lendas hindus. Nesta coleção de poesias e textos em prosa, Gill apresenta Paro, uma menina obstinada cuja trajetória é marcada para sempre pelas transformações culturais e históricas causadas pela Partição na Índia. Em uma família e sociedade profundamente abaladas, ela embarca por uma jornada de amadurecimento e busca de identidade enquanto explora questões como medo e desejo.

Em Menina Deusa, Gill conta uma história íntima a partir de poemas interligados, os quais revelam a riqueza da mitologia e das influências culturais hindus. A partir de uma escrita delicada e mágica, somos transportados para um mundo onde mito e realidade se encontram. Lançamento da DarkSide® Books, a obra ensina a celebrarmos nossa capacidade de transformação, assim como a importância de honrarmos nossas origens e a força feminina.