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Como identificar um culto em 5 passos

Saiba reconhecer a linguagem secreta do fanatismo

16/12/2024

NXIVM, Heaven’s Gate, Twin Flames Universe, Família Manson, Templo do Povo. O que esses nomes tão familiares têm em comum? Bem, para começo de conversa todos são categorizados como cultos por especialistas no assunto. 

LEIA TAMBÉM: 11 CELEBRIDADES QUE JÁ FORAM ASSOCIADAS A CULTOS

Por mais que estejam dentro da mesma categoria, é inegável que esses grupos são bastante diferentes entre si, muitas vezes situados em épocas e lugares distintos. Enquanto o Templo do Povo foi marcado pela tragédia em Jonestown em 1978, grupos como o Twin Flames Universe são relativamente recentes, utilizando da internet e das redes sociais para divulgar suas ideias. 

Mas, se as abordagens e formatos mudam, quais características todos esses grupos possuem para serem considerados cultos? Será que realmente estão tão distantes assim de nós? O livro Cultos: A Linguagem Secreta do Fanatismo mostra que eles estão mais perto do que imaginamos, em coletivos liderados por figuras notórias, empresas de marketing e academias de ginástica.

cultos

Afinal de contas, se essas práticas estão tão próximas, como sabemos se estamos lidando com um culto? Como identificamos um? Não se preocupe que a Caveira cuida disso para você! Tendo Cultos: A Linguagem Secreta do Fanatismo em mãos, separamos 5 pistas para que você possa identificar um culto e ficar o mais longe possível dele.

1. Líder carismático e autoritário

Uma das características mais marcantes de um culto é justamente a existência de um líder extremamente carismático, manipulador e autoritário. Charles Manson e Jim Jones são alguns dos exemplos mais famosos. Geralmente, essas figuras de liderança se tornam objetos de adoração, sustentando e definindo toda a existência do grupo.

Fontes de poder e autoridade entre os membros, eles se posicionam como sempre estando certos e os únicos que sabem o caminho a ser tomado, não existindo tolerância para questionamentos ou pensamento crítico. Não possuem nenhuma responsabilidade significativa, utilizam o grupo para propósitos pessoais e frequentemente afirmam ter conhecimento exclusivo e inacessível aos demais, de forma que nenhum outro processo de descoberta é aceitável ou verídico.  

charles manson

Os especialistas em cultos aconselham: desconfie de qualquer líder que proclame ter poderes e visões especiais ou que afirme ser algum tipo de divindade. 

2. O grupo e extremamente fechado

Fique atento se o grupo em questão for extremamente fechado e sigiloso, principalmente se existir um círculo interno que segue o líder sem questionar.  Cultos geralmente criam a retórica “nós contra eles”, reforçando a ideia persecutória de que o mundo externo é extremamente perigoso e maligno. Essa ideia conspiracionista força o isolamento dos membros, que muitas vezes rompem todas as ligações com o exterior, abandonando seus empregos, famílias e amigos. 

Suspeite de qualquer grupo que dificulte a saída ou prive a liberdade de seus membros, reforçando a ideia de que se saírem coisas horríveis irão acontecer. Também perceba como são tratadas as pessoas que já deixaram o grupo. Membros que optaram por abandonar esses cultos — e que muitas vezes relatam histórias de abuso e refletem um padrão semelhante de queixas — são excluídos completamente do convívio, sendo vistos como errados e malignos.

jonestown

3. Reforma de pensamento

Grupos cultistas normalmente utilizam meios enganosos e falsas promessas para recrutar novos membros, acionando o desejo de pertencimento que todos os seres humanos possuem. Segundo Amanda Montell, autora de Cultos: A Linguagem Secreta do Fanatismo, esses grupos parecem acolhedores porque prometem ajudar a aliviar a ansiedade e “o caos de viver em um mundo que apresenta possibilidades demais (ou passa essa ilusão) do que ser ou se tornar”. 

Depois de recrutados e inseridos em uma nova dinâmica coletiva, as pessoas são submetidas a um programa organizado de reforma de pensamento e persuasão coercitiva, o que a maioria de nós chama de “lavagem cerebral”. O culminar dessa reforma de pensamento faz com que muitas vezes os membros do grupo se engajem em atividades que não são de seu próprio interesse, mas sim do grupo e principalmente do líder. 

4. Exploração econômica e qualquer tipo de abuso

É comum encontrarmos os mais variados tipos de exploração em grupos cultistas. Isso significa que os membros podem ser explorados financeiramente, psicologicamente, emocionalmente e até mesmo sexualmente pelo líder ou pelo círculo dominante. Esse abuso varia em grau, passando desde doações financeiras, violações trabalhistas e negligência médica até abuso infantil, violência e tráfico sexual. Em algumas situações extremas e isoladas, os membros do grupo podem ser induzidos a praticarem violência contra si mesmos ou contra outras pessoas

rezar e obedecer

Os especialistas em cultos recomendam: desconfie de grupos que não oferecem nenhuma divulgação financeira significativa sobre orçamento ou despesas.

5. Linguagem exclusiva

Em Cultos: A Linguagem Secreta do Fanatismo, Amanda Montell aponta que uma das pistas mais explícitas de que você está lidando com um grupo cultista é a linguagem exclusiva, o que a autora nomeia de cultês. Muitos cultos utilizam sua própria linguagem, excluindo o restante do mundo e reforçando o sentimento de pertencimento e exclusividade dos membros

Essa linguagem exclusiva inclui desde a redefinição e distorção de palavras já existentes e a invenção de novos termos até eufemismos poderosos e códigos secretos. Precisa de exemplos? Deixa com a Caveira. O líder do Heaven’s Gate, Marshall Applewhite inventou um vocabulário cheio de termos de ficção científica para o grupo. Jim Jones do Templo do Povo distorceu várias palavras e expressões a fim de manipular emocionalmente seus seguidores, como o termo “suicídio revolucionário”. Já na Cientologia, a autora de Cultos aponta: “é impossível descobrir se alguém é da cientologia baseando-se na maneira como se vestem ou se comportam — contudo, se você souber o que procurar, eles se revelam pela fala”.

cientologia

Segundo Montell, linguagem, poder, comunidade e crença nos ajudam a compreender o que motiva o comportamento desses grupos. Ela aconselha: “basta uma escutadinha. A maior pista é sempre a linguagem exclusiva”. 

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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