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Quem são as bruxas do Natal?

Lugares em que elas aparecem em vez do Papai Noel

19/12/2024

Se você é um leitor habitual do DarkBlog, sabe muito bem que o Papai Noel está longe de ser uma unanimidade nas festividades natalinas. Krampus, o Grinch, Yule Lads e Frau Perchta são apenas alguns dos personagens mais trevosos que surgem nesta época do ano, dependendo de onde você mora.

Aliás, em algumas regiões é mais provável que as pessoas aguardem a chegada das bruxas no Natal e não no Halloween. Algumas delas são amáveis e, assim como o Bom Velhinho, também trazem presentes. Porém, tem aquelas mais sinistras, que sequestram crianças e as devoram para o jantar.

Sejam elas boas ou cruéis, as lendas de bruxas do Natal se concentram principalmente na Europa, sendo encontradas nos pontos mais setentrionais da Escandinávia até as costas do Mediterrâneo. No melhor estilo Magicae, a Caveira conjurou algumas dessas figuras bruxas para encantar ou aterrorizar o seu Natal:

1. Lussi

No dia 13 de dezembro, noruegueses e suecos não se atrevem a sair de casa com medo de se depararem com Lussi, uma entidade demoníaca, acompanhada de mortos-vivos. Se você estranhou a data, é porque ela vem de antes da transição para o calendário Gregoriano, então o dia 13 de dezembro era o que marcava o solstício de inverno, a noite mais longa do ano.

Voltando a Lussi, cujo nome deriva da palavra latina lux (luz), ela se levantava nesse dia para perambular pela escuridão profunda, espiando nas casas dos camponeses para se certificar que as tarefas do outono tenham sido cumpridas. Até aqui tudo bem, mas se Lussi encontrasse alguma criança se comportando mal nesse dia, ela desceria pela chaminé, e, em vez de apenas deixar carvão como o Papai Noel, ela levaria os pequenos malcriados embora para sempre.

A tradição em torno de Lussi começou no século XIX, mas aos poucos foi substituída por uma celebração menos macabra. Quem entrou no seu lugar foi Santa Luzia (também conhecida como Santa Lúcia), uma mártir romana do século III.

Hoje em dia, em alguns lugares da Escandinávia, as filhas mais velhas se levantam cedo no dia 13 de dezembro e se trajam como Santa Luzia. Vestida de branco e usando uma coroa de flores à luz de velas, ela serve pãezinhos de açafrão brilhantes como o sol para seus pais. Bem mais inofensivo do que a velha Lussi, convenhamos.

2. Grýla

Lussi pode até ter sido domada para uma tradição mais inofensiva, mas a bruxa do Natal da Islândia permanece macabra. Escondida nas cavernas escuras e repletas de lava do norte da Islândia, a ogra Grýla passa o ano inteiro ouvindo tudo sobre crianças mimadas. Quando chega o Yule, ela desce das montanhas e recolhe essas crianças para um ensopado que irá alimentá-la até o final do inverno.

Em algumas versões, Grýla tem chifres como uma cabra, uma barba trançada e lóbulos nas orelhas que se penduram até os ombros. Em outras lendas, dizem que ela tem trezentas cabeças, olhos atrás da cabeça ou quinze rabos com espinhos, capazes de acertar até quinze crianças.

Como se sua figura sozinha não fosse assustadora o suficiente, Grýla também é a matriarca de uma temível família. Seu pet gigante, o Gato de Yule, devora qualquer pessoa que ele encontrar vestindo roupas velhas na época de Natal — ótimo motivo pra comprar aquela blusinha nova. Além disso, os treze filhos de Grýla, conhecidos como Yule Lads, vagueiam pelo interior aprontando nos treze dias que antecedem as festividades. Tem ainda o marido imprestável da ogra, Leppalúði, que é o segundo a se casar com ela — o primeiro ela devorou quando se irritou com ele.

Os Yule Lads até passaram pelo “raio canonizador” no século XX, sendo agora associados a darem presentes para crianças em vez de aterrorizá-las. Grýla, no entanto, permanece malvada. Até hoje as crianças islandesas temem sua visita durante o Natal.

3. La Befana

O clima mais ameno da Itália abriga um espírito um pouco mais amigável do que Lussi ou Grýla. Embora se pareça com uma bruxa malvada, com direito a nariz curvado, vassoura e até um chapéu pontudo, La Befana é a contraparte italiana ao Papai Noel. Todos os anos, na véspera do Dia da Epifania (ou Dia de Reis), na noite de 5 de janeiro, ela voa para as casas e desce pelas chaminés para deixar guloseimas nos sapatos ou meias das crianças.

A relação com a data ocorre porque, segundo a lenda, quando os Reis Magos estavam em sua jornada, eles bateram à porta de La Befana para pedir ajuda. Embora ela não soubesse indicar o caminho para encontrarem o Messias recém-nascido, La Befana generosamente os abrigou por uma noite e, na manhã seguinte, eles a convidaram a se juntar a eles.

Preocupada com as tarefas domésticas, ela declinou o convite, mas logo se arrependeu. La Befana arrumou uma cesta com presentes para o bebê e partiu para encontrar o Menino Jesus por conta própria. Conforme ela passou pela porta, a vassoura que usou para varrer a casa magicamente levitou, e serviu como sua condução na jornada.

Desde então, La Befana está em busca do pequeno Messias, deixando pequenos presentes sempre que encontra uma criança que simboliza que o espírito compassivo do Menino Jesus vive em todas elas.