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Por que amamos histórias “enemies to lovers”

Mais 5 exemplos entre livros e filmes

12/06/2025

Você provavelmente já ouviu essa história: dois personagens se conhecem e por alguma razão instantemente desenvolvem um desprezo intenso um pelo outro. No entanto, por obra do destino, a dupla é forçada a trabalhar junto em direção a um objetivo em comum. Então, em meio a discussões e alfinetadas, eles passam a confiar um no outro, revelando um lado de suas personalidades que escondem do restante do mundo. Eventualmente, para a surpresa de todos, os dois percebem que aquele ódio inicial virou amor.

Esse é o famoso tropo “enemies to lovers”, que em português significa “de inimigos a amantes”. Entre olhares ardentes, momentos inesperados de conexão, muito drama e uma química de tirar o fôlego, há muito tempo que esse tropo narrativo aparece em livros, filmes e séries de televisão, conquistando gerações de fãs por sua versatilidade e conflitos relacionáveis.

Sentimentos são fáceis de mudar?

Embora tenha se tornado um tropo extremamente popular de uns anos para cá, histórias de “enemies to lovers” existem há muito tempo na literatura. Um dos primeiros usos registrados data de 1485 no romance A Morte de Artur do escritor inglês Thomas Malory. Enquanto a tumultuosa história de amor de Lady Lynette e Lord Gareth possa ter sido uma das primeiras, ela definitivamente não foi a última, sendo seguida por incontáveis outras jornadas românticas.

“Enemies to lovers” frequentemente contam com personagens muito bem desenvolvidos. A transição de “inimigos” para “amantes” exige crescimento e o casal precisa percorrer um longo caminho para que sua história de amor dê certo. A partir disso, tais narrativas contam com um desenvolvimento de caráter dos protagonistas e reservam um bom tempo para construir seu relacionamento, que está longe de ser prefeito. Essa jornada torna mais fácil investir emocionalmente na história e torcer pela felicidade do casal, já que o romance parece mais conquistado, merecido e até mesmo mais real.

Amor e ódio, mas nunca abuso

Embora seja recheado de momentos dramáticos e se inicie com duas pessoas se odiando, o tropo de “enemies to lovers” não é uma desculpa para romantizar o abuso. Às vezes o tropo pode conter dinâmicas de poder desiguais e discussões acaloradas, mas é crucial que autores e fãs estejam cientes de que há uma linha tênue e é necessário abordar o abuso como ele realmente é, em vez de glorificá-lo como amor. Nesse sentido, é importante também distinguir entre ficção e realidade. Uma boa história de “enemies to lovers” tem antipatia, aborrecimento e até aversão mútua, mas os personagens também contam com respeito e confiança.

Agora que sabemos porque amamos essas histórias, que tal alguns exemplos de narrativas “enemies to lovers”? Vem que a Caveira separou cinco para você conferir.

1. A Maldição de Snakebite

Com um enredo cheio de experiências paranormais, A Maldição de Snakebite acompanha o desenvolvimento do relacionamento entre Ashley Barton e Logan Ortiz- Woodley. Apesar de não se darem muito bem logo de cara, as duas precisam embarcar juntas em uma investigação para descobrir o que está acontecendo na pequena cidade de Snakebite e ocasionando o misterioso desaparecimento de inúmeros adolescentes locais. Enquanto o namorado de Ashley foi o primeiro a desaparecer, fazendo com que a jovem descobrisse ser capaz de sentir a presença do morto, Logan é filha do casal de detetives paranormais mais famoso da televisão e que acabou de voltar para a cidade, sendo então apontado como o culpado por todos os males que assombram Snakebite. Em meio a essa jornada, que aborda temas como perda, isolamento e a complexidade das relações familiares, as duas gradualmente descobrem os sentimentos que nutrem uma pela outra. Lançamento da DarkSide® Books, A Maldição de Snakebite é o livro de estreia de Courtney Gould, que nos faz refletir sobre as múltiplas camadas das assombrações que podem permear uma cidade, uma família e um lar. Intercalando uma trama de fantasmas com os horrores do preconceito, da homofobia e da intolerância, A Maldição de Snakebite nos lembra que o verdadeiro lar se define por nossas relações e memórias, de forma que o amor pode surgir como uma luz na escuridão.

2. Reino das Bruxas

Composta por três livros, Irmandade Mística, Natureza Sombria e Poder Arcano, publicados pela DarkSide® Books, a série Reino das Bruxas traz uma história cheia de demônios, bruxas, magia e, é claro, “enemies to lovers”. Escrita por Kerri Maniscalco, Reino das Bruxas conta a história de Emilia e sua irmã gêmea Vittoria, duas bruxas que vivem secretamente entre os humanos. Após Emilia encontrar o corpo de Vittoria sem vida, ela embarca em uma jornada para descobrir o que aconteceu com a irmã, desejando vingança a qualquer custo. Durante sua investigação pelo mundo da magia das trevas, Emilia conhece Ira, um dos príncipes do Inferno, do qual foi alertada a vida toda para ficar longe. No entanto, o charmoso, sarcástico e astuto príncipe afirma estar ao seu lado nessa jornada e eventualmente os dois formam uma aliança. Enquanto Reino das Bruxas nos leva para um mundo fascinante e sombrio, cheio de magia ancestral e criaturas sobrenaturais, a série também acompanha a relação entre Emilia e Ira, a qual é marcada por tensão, desconfianças e inúmeras provocações. Nem precisamos dizer que a química entre os dois é algo de outro mundo, não é mesmo?

3. Princesa Leia e Han Solo em Star Wars

Interpretados por Carrie Fisher e Harrison Ford, a Princesa Leia e Han Solo são o epítome do tropo “de inimigos a amantes”. Eles se conhecem no primeiro filme da franquia Star Wars e o desprezo não apenas é instantâneo, como também é mútuo. Enquanto Han Solo é sarcástico e cínico, Leia é determinada e séria, fazendo com que suas personalidades conflitantes resultem em diversas discussões, olhares atravessados e uma química absurda. Embora as faíscas existam desde sempre, a relação da dupla é melhor explorada no segundo longa, O Império Contra-Ataca, quando não conseguem mais esconder sua atração. Isso os leva a eventualmente confessarem seu amor um pelo outro em um dos melhores diálogos da franquia: “eu te amo” seguido por um icônico “eu sei”.

4. Orgulho e Preconceito

Um clássico que praticamente dispensa apresentações, Orgulho e Preconceito traz a história de amor atemporal de Elizabeth Bennet, uma das cinco filhas de um modesto proprietário rural, e o enigmático Sr. Darcy, um rico proprietário de terras aristocráticas. Como todo bom “enemies to lovers”, a jornada do casal é marcada por uma série de desentendimentos, desencontros e preconceitos, de forma que os dois não caem nas graças um do outro imediatamente e desde o se recusam a reconhecer a química que existe entre si. A partir disso, discutindo papeis de gênero, diferenças de classe e reputação, Jane Austen desenvolveu com maestria a transformação dessas primeiras impressões, dando origem a uma das histórias de amor mais queridas da literatura. Um romance inesquecível e reverenciado Orgulho e Preconceito foi adaptado inúmeras vezes para o cinema e televisão, sendo o filme de 2005 e a minissérie de 1995 as versões mais famosas.

5. Dirty Dancing

Johnny Castle (Patrick Swayze) e Frances “Baby” Houseman (Jennifer Grey) formam um dos casais mais amados da dinâmica “enemies to lovers” no cinema. Com um final inesquecível, diálogos icônicos e muita química do casal principal, Dirty Dancing acompanha a história de “Baby”, uma jovem que vai passar o verão com sua família em um resort de luxo nas montanhas Catskill, e Johnny, o famoso e galanteador instrutor de dança do local. Os dois inicialmente se detestam, trocando farpas e olhares tortos, e sua relação se deteriora ainda mais quando são forçados a treinar juntos para uma apresentação de dança. No entanto, à medida que se conhecem melhor, eles baixam suas defesas e percebem que possuem uma conexão profunda e única. Com um romance que encanta os fãs até hoje, Dirty Dancing ficou eternizado por seu cativante casal de protagonistas, pelo desenvolvimento de personagens, pela icônica dança final e, é claro, pela memorável frase “ninguém coloca a Baby em um canto”.

Agora conta para a Caveira, qual desses casais é o seu preferido?

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