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5 mitos sobre Erzsébet Báthory

As verdades sobre a Condessa Sangrenta da Hungria

04/12/2025

Com uma história sombria, manchada de sangue e assombrada por relatos sensacionalistas de tortura, Erzsébet Báthory representa o típico caso de uma pessoa real se transformando em mito histórico. Frequentemente proclamada como a assassina em série mais prolífica e perversa de todos os tempos, a Condessa Sangrenta da Hungria nasceu em 1560 na renomada família Báthory, vivendo grande parte de sua vida no Castelo de Čachtice, localizado na atual Eslováquia. Incrivelmente rica e poderosa, ela entrou para a história após ser acusada de ter torturado e assassinado mais de 600 pessoas. Erzsébet foi presa em 1610, sendo obrigada a passar o resto de seus dias dentro de seu próprio castelo. Em 1614, a Condessa faleceu aos 54 anos sob circunstâncias misteriosas. 

LEIA TAMBÉM: A influência da Condessa Báthory na cultura pop

No entanto, nem mesmo a morte foi capaz de encerrar essa história macabra. Ao longo dos anos, o nome Báthory passou a ser envolto por mitos, contornos sobrenaturais e histórias sensacionalistas. Diz-se que Erzsébet era uma vampira, uma bruxa e uma mulher sedenta por juventude, sendo que sua maldade não conhecia limites. No decorrer de quatrocentos anos, a Condessa se transformou em uma personagem cultural, habitando o imaginário coletivo e inspirando filmes, peças de teatro, videogames e até mesmo programas de televisão.

Contudo, hoje em dia muitos pesquisadores vêm questionando a veracidade por trás das narrativas sobre Erzsébet. Dependendo da versão, a Condessa era uma assassina impiedosa ou uma mulher incriminada por detratores ávidos em se apoderar de seus bens. Entre tantas pesquisas que oferecem um novo olhar sobre a história e a lenda de Báthory, Lady Killers Profile: Condessa Báthory é a mais completa. Resultado de anos de trabalho da advogada e historiadora legal Kimberly L. Craft, a obra apresenta a vida, os contratempos, os crimes e a morte dessa figura histórica tão conturbada, oferecendo uma visão abrangente e equilibrada da mulher real por trás do mito. 

Lançamento da DarkSide® Books, Lady Killers Profile: Condessa Báthory desafia percepções há muito estabelecidas sobre Erzsébet, desconstruindo as narrativas simplificadas e sensacionalistas por meio de uma minuciosa análise de documentos, fontes e fatos. Ao questionar nossa compreensão sobre esta enigmática figura histórica, no entanto, uma pergunta fica no ar: afinal de contas, quais são os mitos sobre Erzsébet Báthory? A Caveira separou cinco deles para você conhecer. 

1. Se banhava no sangue de donzelas virgens para manter a juventude

Após um conturbado julgamento, que ocasionou na aprisionamento de Erzsébet e na execução de seus quatro criados tidos como cúmplices dos crimes, os registros foram arquivados e permaneceram assim por muito tempo. Tudo mudou mais de um século depois quando os documentos foram descobertos por um estudioso jesuíta, László Turóczi, que publicou o primeiro relato escrito da história. Ao ser libertada no século XVIII, Erzsébet apareceu com contornos diferentes, muito mais macabros e sobrenaturais.

O principal responsável por isso foi justamente Turóczi, que em 1729 publicou uma obra que relatava que a Condessa se banhava no sangue de donzelas virgens para preservar a aparência e juventude. Segundo a lenda, tudo teria começado quando uma criada inadvertidamente machucou Erzsébet enquanto penteava seus cabelos. Enfurecida, a Condessa agrediu a jovem com um golpe tão forte que fez seu rosto sangrar. Mais tarde, Erzsébet notou que a pele da mão onde o sangue havia respingado parecia muito mais jovem, dando início assim ao seu peculiar regime de cuidados estéticos.

Tal qual fogo em palha seca, não demorou para que os boatos relatados por Turóczi se espalhassem e fossem amplamente aceitos pela sociedade do século XVIII e por todas que vieram depois, transformando Erzsébet em um conto de advertência sobre o perigo da vaidade feminina. Contudo, apesar da fama, não existe nenhuma menção aos banhos de sangue nos arquivos originais do julgamento e não consta nos depoimentos originais das testemunhas nenhum relato ou referência sobre o assunto. 

2. Assassinou 650 pessoas

Em nenhum momento foram apresentadas provas sobre os assassinatos cometidos por Erzsébet, de forma que toda a acusação foi baseada no relato de testemunhas e nas confissões de seus cúmplices, os quais foram torturados. Desta forma, com o passar dos anos, muitos pesquisadores começaram a contestar o número astronômico de mais de 600 vítimas, o qual teria sido uma mera anotação feita por um dos escrivães durante a investigação, baseada em boatos de moradores locais e em uma lista de nomes supostamente escrita pela própria Erzsébet.

Atualmente, o número é interpretado como um exagero propagandístico cujo propósito era assegurar a difamação da Condessa, sua condenação e o confisco de suas propriedades. De acordo com os relatos oficiais, ela foi vinculada ao assassinato de 80 jovens mulheres. 

3. Não foi julgada nem exposta publicamente

Embora nossa imaginação nos leve a pensar em um julgamento público, cheio de polêmicas e humilhações, Erzsébet nunca foi exposta desta forma. Devido à sua posição nobre, suas riquezas e conexões poderosas com outras famílias, as autoridades da época – especialmente o rei Matias II – sabiam que um julgamento público seria um enorme escândalo político.

Por isso, o monarca autorizou uma investigação secreta, a qual fez com que seus supostos cúmplices fossem julgados, torturados e executados. No entanto, Erzsébet nunca esteve presente em nenhuma das sessões do julgamento, muito menos prestou depoimentos ou foi interrogada. Apesar de ter sido trancada em seu castelo até sua morte e ostracizada pela nobreza, ela nunca foi oficialmente considerada culpada pelos crimes. 

4. Não foi emparedada em seu castelo 

Ao longo dos anos, foi reproduzida a história de que a Condessa teria sido encarcerada em um pequeno aposento no castelo de Čachtice, sem portas ou janelas, sendo a única comunicação com o mundo exterior uma pequena abertura para a passagem de ar e alimentos. Por mais que Erzsébet realmente tenha permanecido trancada no castelo até sua morte em 1614, ela desfrutava de um espaço privilegiado, nunca sendo emparedada e recebendo visitas ocasionais sob o olhar atento dos guardas. 

5. Era a “Condessa Drácula” e tinha relações com o vampirismo

Condessa Dracula

Foi a partir do século XVIII que a história de Báthory passou a ser reinterpretada sob a ótica do folclore vampírico, o qual despertava cada vez mais interesse na Europa oriental. A associação entre Erzsébet e esses seres imortais foi ainda mais intensificada no século XIX com a publicação de Drácula em 1897 e a suposta informação de que Bram Stoker teria se inspirado em sua história para criar o icônico Conde. Contudo, não existe nenhuma associação real com Drácula e o vampirismo.

Por mais que Erzsébet tenha nascido no Reino da Hungria, sua biografia não está conectada ao folclore vampírico da época. Na verdade, sua relação com estes seres é uma criação muito posterior que uniu seus supostos crimes e a lenda de seus banhos de sangue com o arquétipo do nobre imortal popularizado por Drácula. A primeira conexão direta entre a Condessa e Drácula só foi estabelecida em 1971 com o filme A Condessa Drácula, produzido pela Hammer Films e protagonizado por Ingrid Pitt. 

Quer conhecer mais sobre Erzsébet Báthory? Agora, os DarkSiders têm a chance de conhecer a mulher de verdade por trás desses mitos sangrentos. Lançamento do selo Crime Scene, Lady Killers Profile: Condessa Báthory nos revela uma figura muito mais complexa, mostrando que antes de receber o título de lady killer mais sanguinária de todos os tempos, Erzsébet era a esposa de um herói de guerra, mãe, benfeitora generosa e socialite requisitada.

Condessa Bathory

Uma leitura essencial para os fãs de true crime histórico, Lady Killers Profile: Condessa Báthory desafia os mitos construídos e questiona as narrativas que chegam até nós, finalmente encerrando um capítulo importante na compreensão desta figura controversa. 

LEIA TAMBÉM: Jane Toppan: Conheça o caso dessa lady killer

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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