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A arte (sombria e explícita) de Adriana Varejão

Artista visual é um dos nomes mais importantes da arte brasileira

27/12/2024

Pintora, escultora, desenhista e artista visual, Adriana Varejão possui uma veia visceral capaz de deixar muita gente com o estômago embrulhado. Uma duas principais ferramentas de trabalho da carioca são os azulejos portugueses, numa alusão à colonização latino-americana — tema que permeia boa parte de sua obra.

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Politizada, a artista tem consciência do processo que deixou um lastro de violência e desigualdade social no país, e, por isso, aborda o assunto com crueza e às vezes até agressividade.

Em Azulejaria Verde em Carne Viva (2000), por exemplo, tripas brotam de azulejos em uma mistura de escultura e pintura bastante realistas, causando repulsa imediata. É como se uma parede tivesse explodido e expelido vísceras para todos os lados. Adriana fez a obra com as próprias mãos, sem o auxílio de moldes.

Igualmente perturbadora é a obra Folds 2 (2003), que também mostra órgãos humanos saindo de um fundo asséptico. O contraste causa choque e curiosidade. Parece que estamos diante de um filme zumbi.

Azulejaria em Carne Viva (1999), Azulejaria Azul em Carne Viva (1999) e Língua com Padrão em X, entre tantas outras, deixam ainda mais explícitas as críticas à violência da colonização, já que a carne humana sai e derrete através de fissuras na tradicional porcelana portuguesa azul e branca.

Em diversos trabalhos, Adriana Varejão cria rachaduras, fendas e rasgos para relembrar feridas abertas de um passado colonial que ainda machuca.

Em Mapa de Lopo Homem II (1992-2004), Adriana apresenta um mapa mundi com uma ferida ensanguentada que atravessa toda a África, de onde vieram tantos escravos no período colonial. E em Moedor (2021), a artista expõe as entranhas de ruínas (dessa vez pintadas de verde-amarelo) recheadas com o que parece ser carne… moída.

Até o canibalismo está presente nas obras da artista plástica. É o caso de Carne à la Taunay (1995), na qual a pintura de uma paisagem tropical (referência aos quadros do artista francês Nicolas-Antoine Taunay, que pintava cenários cariocas) é cortada em várias partes e servidas em pratos ensanguentados.

O interesse de Adriana Varejão pela história colonial tem muitas origens, incluindo a leitura de obras de Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda, que abordam, além da crueldade e violência da época, as relações de estupro entre senhores e escravos – o que ela retratou de forma crua na polêmica pintura Cena de interior II (1994).

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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