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A contribuição de Ann C. Wolbert Burgess para a psicologia forense

Autora de Mindhunter Profile 3 ajudou o FBI a elaborar padrões modernos de perfis criminais

13/11/2024

Se você, assim como a Caveira, é órfão da série Mindhunter da Netflix, deve se lembrar muito bem da importância da dra. Wendy Carr (Anna Torv) no trabalho com os agentes Bill Tench (Holt McCallany) e Holden Ford (Jonathan Groff) ao padronizar os perfis criminais, principalmente os de serial killers.

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Assim como os dois agentes foram inspirados em pessoas reais, mais especificamente em Robert K. Ressler e John Douglas, respectivamente, Wendy é inspirada na dra. Ann C. Wolbert Burgess, que acaba de chegar aos arquivos Crime Scene da DarkSide® Books com o livro Mindhunter Profile 3, que fala justamente sobre a criação destes perfis de criminosos.

Com uma carreira dedicada a desvendar os mistérios dos criminosos mais perigosos, Burgess nos convida a explorar a ciência dos perfis criminais com suas técnicas revolucionárias e habilidades singulares. Em Mindhunter Profile V. 3, a especialista compartilha sua experiência incomparável, desde suas primeiras investigações até os casos mais complexos que moldaram sua carreira, incluindo detalhes surpreendentes de suas entrevistas com assassinos em série como Ed Kemper e Dennis Rader (BTK).

mindhunter profile 3

Uma das especialistas mais respeitadas na área da psicologia forense, Ann C. Wolbert Burgess tem uma trajetória impressionante e uma contribuição inestimável nestes estudos, que você conhece um pouco mais neste post.

O início da carreira como enfermeira

Nascida em 1936 e criada em Newton, um subúrbio de Boston, Burgess iniciou sua trajetória profissional como enfermeira. Uma de suas inspirações para a carreira na área da saúde foi o fato de três dos seus tios serem médicos. Quando ela tinha por volta de 10 anos de idade, começou a ajudar um deles a realizar partos em comunidades rurais.

Ela continuou trabalhando diretamente com pacientes no programa de enfermagem da Boston University. Lá, ela fez clínica na unidade psiquiátrica do Massachusetts Mental Health Center. “Eu era fascinada pelo comportamento humano e as variações que ele pode ter”, afirmou em entrevista ao Boston College Magazine

ann burgess

Durante seu trabalho como enfermeira, ela e as colegas costumavam ser as primeiras profissionais médicas a atender vítimas de crimes. Isso lhe deu uma experiência bem próxima e direta sobre o comportamento e as reações destas vítimas, conforme ela própria explica em Mindhunter V. 3.

Burgess aproveitou toda a sua capacidade de observação para publicar um importante estudo em 1973 no American Journal of Nursing. Ao lado da socióloga Lynda Lytle Holmstrom, ela ajudou a entrevistar 146 sobreviventes de estupro, com idades entre 3 e 73 anos. Com isso, a dupla concluiu que atos criminosos são originados principalmente por uma intenção de poder e controle por parte dos predadores, uma mudança bem expressiva da mentalidade de culpar a vítima, tão presente naquela época — e infelizmente ainda existente nos dias de hoje.

Burgess e Holmstrom também lideraram aconselhamentos de crise e instruíram profissionais da saúde a reconhecerem sinais de abuso sexual nas vítimas. Pouco depois da publicação do estudo, o FBI a contatou por causa de sua expertise no assunto.

ann burgess e lynda holmstrom

O papel de Burgess na padronização dos perfis criminais

Em 1978, o diretor do FBI William Webster a convidou para a FBI Academy, onde ela ensinou aos agentes como falar com vítimas de crimes e a catalogar as informações fornecidas por elas. Foi então que Burgess chamou a atenção de John Douglas e Robert K. Ressler, que queriam saber se a metodologia dela poderia ser aplicada para entender mentes criminosas — em especial, de serial killers.

O trio começou a atuar em 1980, criando os fundamentos dos perfis criminais. Eles examinaram os motivos e métodos de 36 assassinos, e o categorizaram em um espectro entre organizados e desorganizados, destacando os indivíduos que cometiam atos violentos de maneira impulsiva e descuidada. O grupo também foi pioneiro em examinar a conexão entre os crimes dos assassinos e traumas passados.

Burgess e sua equipe tiveram a chance de colocar seu trabalho em prática na investigação dos homicídios de dois jovens em Nebraska em 1983. Depois de desenvolver um provável perfil do assassino, as autoridades puderam deter John Joseph Joubert, que confessou os crimes. Ela relata essa experiência em Mindhunter 3.

mindhunter profile 3

Ela continua a ser uma especialista influente no ramo

Burgess, Douglas e Ressler publicaram diversos livros baseados em suas pesquisas e experiências na área, como Mindhunter Profile: Serial Killers, de Robert K. Ressler, que iniciou a coleção da DarkSide® Books.

Mesmo após seu trabalho com o FBI, Burgess continuou a desempenhar um papel fundamental em casos criminais famosos. Em 1993, ela foi testemunha de defesa no primeiro julgamento de Lyle e Erik Menendez, acusados de terem assassinado os pais e cujo caso foi retratado na série Monstros, de Ryan Murphy.

Burgess entrevistou Erik por aproximadamente 50 horas, analisando em especial as alegações dele de ter sofrido abuso sexual por parte do pai, José. Ela concluiu que as acusações eram válidas e que originaram a causa dos assassinatos. O caso gera polêmica até hoje nas redes sociais e há possibilidade de uma revisão da pena dos irmãos.

irmãos menendez

Uma especialista ainda em atividade

Mesmo aos 88 anos de idade, Ann C. Wolbert Burgess continua a exercitar suas habilidades na psicologia forense. Ela e as colegas da enfermagem psiquiátrica da John Hopkins University e da University of Maryland formaram um “Clube de Super Detetives”, que se reúne mensalmente por chamadas virtuais para examinar casos antigos não solucionados.

Ao mesmo tempo, ela segue inspirando novas gerações de investigadores como professora de Enfermagem Psiquiátrica de Saúde Mental no Boston College. Além disso, ela é professora emérita na Universidade da Pensilvânia. 

Uma das áreas à qual ela mais se dedica atualmente é a avaliação de ameaças para evitar tragédias em massa, como tiroteios em escolas. “Estamos vendo tantos desses [tiroteios] acontecendo, e precisamos ser capazes de identificar se há sinais de alerta, e tudo isso está nas redes sociais”, disse Burgess. 

LEIA TAMBÉM: 8 Serial killers dos tempos atuais

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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