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Bruxa, se permita errar!

O erro faz parte do aprendizado

14/02/2022

Tá aí uma coisa que eu posso te adiantar: vai acontecer! E isso é a melhor coisa que poderia ter acontecido naquele momento. Não há como a gente melhorar, se a gente não souber o que precisa ser melhorado, não é? O erro na magia não é algo que vai comprometer toda a sua vida, você não será eternamente castigada e nem será “menos bruxa” por ter errado. A gente sempre começa de algum lugar e o crescimento pressupõe alguns deslizes. É claro, temos muitos meios de acessar os conhecimentos mágicos, seja na internet, onde bruxas estão compartilhando sua magia nas redes sociais e blogs, seja nos bons e velhos companheiros de todas nós: os livros. Como eu havia dito, a Coleção Magicae, da DarkSide Books, é um suporte incrível. Tanto para você que está começando agora, com O Livro Mágico Para Jovens Bruxas, de Ariel Kusby; quanto para você que quer saber tudo do mundo da bruxaria natural com o maravilhoso Bruxa Natural, de Arin Murphy-Hiscock. A Coleção Magicae é, sem dúvida, um ótimo amparo para nós e nossas práticas. 

Mas mesmo com toda essa informação disponível, estamos suscetíveis a erros. Somos bruxas, mas somos humanas, e como a bruxaria nos ensina que culpa não nos levará a lugar algum, é justamente esse lugar que devemos evitar com os nossos erros. Quando eu sugiro, com o título, que você deveria se permitir errar, eu quero dizer que os erros também são uma escola pra gente, e quando você se permite errar e aprender em suas práticas espirituais, você também se permite errar e aprender na vida como um todo. Isso vai trazer amadurecimento para você. 

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Por que deveríamos sempre acertar? Por que deveríamos negligenciar nossa ambivalência? A bruxaria NUNCA vai propor que a gente se afaste da nossa humanidade, é a partir desse lugar que podem vir os nossos erros e, consequentemente, os nossos acertos. Veja bem, bruxa: você sabe que um bom banho mágico de rosas vermelhas com canela é ótimo para o nosso magnetismo e atração dos contatinhos, né? Ótimo. Veja bem, humana: se você faz esse banho mágico para atrair aquela figura que só faz mal para o seu emocional, não tem como ser uma boa atração, né? Ótimo. Esse é um pequeno exemplo de um erro que você pode cometer, mas que também vai te ensinar muito, principalmente sobre amor-próprio. Por isso, eu reitero: a bruxaria não ensina sobre culpa, ensina sobre responsabilidade. A partir do momento que você não se culpar, mas sim se responsabilizar pelos erros, você constrói um melhor aprendizado para si, aí aquele erro específico não será mais o problema, pois o aprendizado já estará ancorado em seu saber.

Hoje em dia, principalmente na internet, vivemos a era do acerto, errar é algo quase impraticável. Veja bem, estou falando de erros que se relacionam a temática do texto, não preconceito e intolerância disfarçados de “erros” ou “deslizes”. Muitas pessoas que, assim como eu, tem bons anos de bruxaria e prática mágica, acreditam que o erro é pecado. Mas será que esse conceito, completamente cristão e culpabilizador, nos cabe? Será que nossos erros e aprendizados se encaixam nesse lugar rígido que não permite que aprendamos com os nossos tropeços, mas que paguemos por eles? Bruxa, toda vez que você se sentir culpada por algum deslize, saiba que nenhum deus onipotente, onisciente e onipresente irá te castigar. Esses castigos divinos não nos alcançam. Eu posso ser completamente repetitiva nesse texto, mas eu preciso que entre na sua cabeça que ERRAR É APRENDER. E aprender é o que vai gerar amadurecimento nas suas práticas. 

Créditos: Bárbara Macedo

Gosto muito de um trecho do livro Bruxa Natural, onde a autora diz que a bruxaria não é uma prática separada da vida comum e que é uma imersão em que a vida é uma experiência mágica. E se estamos falando de experiência e experimentação, estamos falando de errar, de construir, desconstruir, reconstruir outra vez. Em uma entrevista a um programa, ao ser indagada sobre “o que é a vida”, Rita Von Hunty* disse que “é aquilo que existe entre os nossos planos, é o que escapa”. Se a bruxaria não se separa da vida e se a vida é algo para além do que propomos e planejamos, deveríamos nos preocupar menos com os nossos erros e experimentações. E se mesmo depois de ler este texto, você ainda sentir culpa pelos erros já cometidos ou que virão a acontecer, saiba: para uma bruxaria que dá errado, há outra que dá certo.

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Créditos: Bárbara Macedo

Você não pode é deixar o medo travar as suas práticas, bruxona! Quando você estiver nesse estado, faça o seguinte: Coloque 2 litros de água para ferver e, na hora que começar a aparecer pequenas bolinhas de fervura, acorde e coloque um punhado (intuição e olho, bruxa, confia!) de lavanda pra te trazer paz e equilíbrio e um punhado de camomila pra te trazer relaxamento e harmonia. “Acordar” as ervas é um processo que você deve fazer em todo banho mágico, que é você pedir licença à Mãe Natureza, à própria erva e entoar um rezo ou canto chamando pelas propriedades da erva (no caso desse banho, aquelas quatro descritas acima). Dê um sustinho nas ervas nessa água, por uns dois ou três minutinhos, desligue o fogo e abafe esse banho. Enquanto ele está ali, descansando, dá uma olhada na sua casa. Uma casa bagunçada também bagunça nosso emocional e favorece que nos sintamos culpadas. Sabe quando você chega num cômodo que está bagunçado e já solta um “nossa, que horror, como eu deixei bagunçar esse tanto?!”, deixa eu te contar que isso vai refletir direto no seu emocional. Pois, muito provavelmente, essa fala será um gatilho para em quais outros lugares e relações da sua vida você deixou virar “esse horror” e “bagunçar esse tanto”. Arrume o que precisar e coe seu banho. Quando ele tiver mais morno, tome seu banho higiênico normalmente e, depois, despeje esse banho de cabeça pedindo por toda essa paz, equilíbrio, relaxamento, harmonia. Peça em voz alta ou em pensamento e aí você estará pronta para tentar de novo! Sem culpa!  

O que eu estou querendo verdadeiramente é que você entenda que se permitir errar, é também se permitir continuar. Nós não devemos ser nossas próprias inquisidoras. A bruxaria está continuamente nos convidando a seguir nela, aprendendo e aprendendo, pois ela é uma arte. Ela é uma filosofia. Ela é uma jornada. Ela simplesmente é. E esse caráter espontâneo nos remete a essa caminhada que vai acontecendo, aos passos certos e aos tropeços, tudo virando matéria de aprendizado e amadurecimento pessoal e espiritual. Talvez a grande síntese aqui seja, justamente, essa: se a magia der errado, tente mais uma vez.     

LEIA TAMBÉM: COMO SE TORNAR UMA BRUXA

Créditos: Bárbara Macedo

*Drag Queen professora de humanas, colunista e apresentadora. Assista Tempero Drag no YouTube.

Sobre Bárbara Macedo

Avatar photoBárbara Macedo é uma travesti bruxa e makumbeira. Trabalha como oraculista, magista e mentora espiritual. Tem como enorme desejo auxiliar as pessoas a romper com os olhares binários acerca de sua própria espiritualidade e, consequentemente, visão de mundo. Pesquisa as relações entre a população da qual faz parte (travesti) e espiritualidade, com enfoque na bruxaria e na umbanda. Conheçam seu trabalho no instagram @barbara_macedo37.

4 Comentários

  • Fernanda

    14 de fevereiro de 2022 às 19:08

    Sempre certeira!! Refletindo mt aqui….grata por esse texto!

  • Luisa

    15 de fevereiro de 2022 às 10:08

    impecável esse texto! fiquei a fim de comprar o bruxa natural, tem cupom?

  • Dara

    15 de fevereiro de 2022 às 15:48

    Exatamente! As vezes evito o uso do baralho em certas ocasiões pra justamente me permitir ao erro, nada mais pedagógico que o erro. Gratidão pelo conteúdo, continue produzindo que a gente amaaa

  • Ana Dos Anjos

    16 de fevereiro de 2022 às 08:22

    Texto maravilhoso. Errare Humanum est. Tem coisa mais bruxa do que errar e se entender errando?

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