Dark

BLOG

O UNIVERSO DARK DE FÃ PARA FÃ


FilmesResenha

Caveira Viu: Alien: Romulus

Franquia criada por Dan O’Bannon e Ronald Shusett retorna às origens

19/08/2024

Desde que foi lançado em 1979, Alien – o Oitavo Passageiro se tornou um clássico do cinema de ficção científica e horror. O filme de Ridley Scott não foi apenas responsável por apresentar um dos maiores antagonistas das telonas, o Xenomorfo, como também marcou a estreia da icônica tenente Ripley, interpretada por Sigourney Weaver. Desde então, a franquia continuou se expandindo por meio de filmes, livros, quadrinhos e videogames, conquistando gerações de fãs com o passar dos anos. 

LEIA TAMBÉM: Alienígenas entre nós? Declarações afirmam existência de Ovnis

Após as tentativas de renovar a franquia com as prequels Prometheus (2012) e Alien: Covenant (2017), eis que em 2024 o Xenomorfo mais temido do espaço enfim voltou para as telonas em uma produção que faz jus à fama da saga criada por Dan O’Bannon e Ronald Shusett. Dirigido por Fede Alvarez, Alien: Romulus acabou de desembarcar nos cinemas brasileiros e é claro que a Caveira foi correndo assistir ao filme para poder contar o que achou desse novo episódio da franquia. 

Um retorno às origens

Ambientado entre o filme original e a sequência de 1986 dirigida por James Cameron, Alien: Romulus começa sua história em uma colônia mineradora pertencente à megacorporação Weyland-Yutani. Neste lugar inóspito e adoecido, vive Rain (Cailee Spaeny), uma jovem órfã que trabalha dia e noite para finalmente conquistar um futuro melhor junto com o irmão adotivo Andy (David Jonsson), um humano sintético que foi reprogramado por seu pai. Sem muitas alternativas, Rain aceita participar do plano do ex-namorado Tyler (Archie Renaux), que junto de um grupo de amigos decide viajar até uma estação espacial abandonada para roubar as câmaras de sono criogênico e enfim conseguir escapar para o planeta Yvaga É claro que as coisas não saem como planejado e o grupo logo descobre que não está sozinho no espaço. 

alien romulus

Com uma premissa que volta às raízes da saga original, Alien: Romulus é definitivamente o maior acerto da franquia em anos. Isso acontece logo na escolha de seu diretor, o uruguaio Fede Alvarez, conhecido pela excelente refilmagem de Evil Dead: A Morte do Demônio de 2013. Desde que assumiu a tarefa de recriar o clássico de Sam Raimi, Alvarez mostrou ao mundo que tinha exatamente o que era necessário para dar vida nova aos clássicos do gênero. E é justamente isso que o cineasta faz em Alien: Romulus

O filme, que conta com roteiro de Alvarez e Rodo Sayagues, equilibra perfeitamente o horror e a ação, uma característica dos primeiros longas da franquia. Mas não é apenas esse equilíbrio que torna o filme tão eficaz. Assim como fez em Evil Dead, Fede Alvarez encontra aqui um meio-termo importante entre a homenagem e a imitação, sem abrir mão de algumas novas ideias. Isso quer dizer que mesmo recheado de referências e homenagens, incluindo a recriação de uma das cenas mais icônicas da produção de 1979, Alien: Romulus ainda traz algo novo à mitologia da franquia. 

Com um título que faz referência ao mito dos irmãos fundadores de Roma, Rômulo e Remo, o filme coloca como seus principais personagens a dupla de irmãos, Rain e Andy. A escalação de Cailee Spaeny é uma grata surpresa. A atriz convence ao entregar uma heroína vulnerável e bem intencionada, que aos poucos segue os passos da icônica Ripley e desperta toda a nossa empatia e torcida. David Jonsson, por outro lado, se destaca como o inocente sintético, que é logo revelado como uma peça-chave da trama. Essa dinâmica e o desenvolvimento do arco dos dois personagens, que tem em seu âmago questionamentos sobre humanidade e tecnologia, é outro grande acerto de Alien: Romulus.

alien romulus

No entanto, o filme não para por aí. A escolha do restante do elenco também é bastante eficaz, com jovens atores que desempenham bem os papéis arquetípicos e convencem como um grupo desamparado que apenas deseja um futuro melhor. Junto a esse acerto, o roteiro se destaca por reservar alguns bons minutos no início do longa para mostrar ao espectador a dura realidade da colônia mineradora e a ganância da Weyland-Yutani.

Aliado a isso, Alien: Romulus honra o legado sangrento da franquia. Com efeitos práticos impressionantes e todo o estilo cinematográfico de Alvarez, o longa não economiza nos horrores vividos pelos jovens tripulantes. São Xenomorfos, Facehuggers, nascimentos sangrentos e momentos macabros que definitivamente vão agradar aos fãs. Aliado a isso, soma-se a enervante ambientação de uma nave abandonada, onde cada porta e sala revela uma nova ameaça, uma fotografia impressionante e um design de som eficaz. Tudo contribui para que Alien: Romulus seja uma experiência imersiva, intensa e dinâmica com cenas de ação que prendem o fôlego e fazem com que as duas horas de exibição passem em um piscar de olhos. 

Mas talvez o grande acerto do filme seja justamente sua honestidade com o público. Desde o início, a produção deixa explícito que não é seu objetivo reinventar ou revolucionar a franquia. Muito menos ignorar ou reescrever as histórias que já foram contadas, algo que se tornou comum na onda atual dos reboots, prequels e sequências legados. Situado entre os dois primeiros longas, Romulus atua como uma ponte ou até mesmo um capítulo à parte dentro desse universo gigantesco e cheio de possibilidades. 

alien romulus

O objetivo aqui é entreter o espectador, oferecendo uma viagem frenética pelo espaço, assim como saudar os clássicos da franquia, reconhecendo sua potência e importância dentro da história do cinema. No entanto, isso não é de forma alguma um ponto negativo. Pelo contrário. É justamente essa característica despretensiosa, aliada a uma execução impecável, que faz a produção funcionar e transforma Alien: Romulus em um dos melhores filmes de horror do ano. 

LEIA TAMBÉM: Por que somos fascinados pelo nojo?

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

Website

0 Comentários

Deixe o seu comentário!


Obrigado por comentar! Seu comentário aguarda moderação.

Indicados para você!

Anatomia do Nojo + Brinde Exclusivo
R$ 74,90
5% de Descontono boleto
COMPRAR
Star Wars: Dark Edition + Brinde Exclusivo
R$ 99,90
5% de Descontono boleto
COMPRAR
  • Ela Não Pode Confiar

    Wicked
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
PerfilSéries

Como Tony Soprano, James Gandolfini superou os maiores atores de Hollywood

James Gandolfini foi um dos maiores atores de Hollywood e, por mais que possa parecer,...

Por Liv Brandão
DarksideLivrosNovidades

Vespeiro é finalista do Prêmio AGES Livro do Ano 2024

Os ferrões das histórias de Irka Barrios seguem afiados. Vespeiro, o terceiro livro...

Por DarkSide
CuriosidadesMagicaeTarot & Oráculo

Qual a relação entre tarot e psicologia?

Cartas de tarot podem revelar verdades sobre nós mesmos que não fazíamos ideia....

Por DarkSide
FilmesFirestar Videolocadora

Necromancer: Uma vingança que somente o gênero horror poderia proporcionar

Não importa o que os incrédulos digam sobre o horror, a verdade é que ele é um...

Por Cesar Bravo
DarksideLançamento

Lançamento: Três Rios, por Cesar Bravo

Um romance que pulsa, distorce e transforma o cotidiano em um palco de horrores. O...

Por DarkSide