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Como Don Mancini transformou Chucky em um ícone queer

Criador do Brinquedo Assassino completa 62 anos

24/01/2025

Criador do Chucky, Don Mancini completa 62 anos neste sábado com alguns grandes feitos em sua trajetória. Além de ser pai do Brinquedo Assassino, que deu origem a uma poderosa franquia, ele ainda o transformou em um ícone queer, fazendo da franquia a mais LGBTQIAP+ friendly da história do terror.

O boneco homicida ruivo apareceu pela primeira vez em Brinquedo Assassino, de 1988, e desde então sua personalidade vem sendo bem construída, seja nos relacionamentos, como em A Noiva de Chucky, de 1998, ou exercendo a paternidade, em O Filho de Chucky, de 2004. Detalhes sobre a franquia completa estão no livro Chucky: O Legado do Brinquedo Assassino, um lançamento Macabra e DarkSide®.

Mas muitos parecem ter ficado surpresos com o fato de Chucky também ser um aliado da causa LGBTQIAP+. Na primeira temporada da série de TV Chucky, o boneco revela a Jake, o protagonista da série, um adolescente gay que o comprou de segunda mão, que ele tem seu próprio filho queer, de gênero fluido.

“Você não se importa com isso?” pergunta Jake. “Eu não sou um monstro, Jake”, responde o boneco — assassino, sim, homofóbico, nunca. Mas isso não impede que Jake sofra nas mãos da sociedade e da família. E quem o defende, a seu modo completamente doido e incontrolável? Chucky.

Don Mancini, que escreveu os sete filmes da franquia e dirigiu alguns deles, sempre esteve aberto à ideia de que sua criatura mais famosa não fosse limitada pela sexualidade — ou pelas limitações dos corpos humanos, afinal, é um boneco. Don Mancini, aliás, é gay e já revelou o preconceito que sofreu dentro de casa, por parte do próprio pai, e o bullying no colégio.

Os sinais queer sempre estiveram lá

Para Mancini, aqueles que estranharam a postura amigável para com cultura queer de Chucky não prestaram atenção nos filmes. “Presumi que eles não eram fãs de terror e, por não serem fãs de terror, simplesmente não sabiam do status de Chucky como um ícone gay. Acho que isso já é bem conhecido a essa altura”, disse ele no passado.

O já citado A Noiva de Chucky foi um dos primeiros filmes de terror mainstream a ter um personagem positivamente gay, o que significou um avanço enorme em termos de representatividade no gênero.

No filme seguinte, O Filho de Chucky, o boneco e sua esposa, Tiffany, têm um filho de gênero fluido, que ora se sente como um garoto e ora como uma garota. Dois dos filmes mais recentes da franquia, A Maldição de Chucky (2013) e O Culto de Chucky (2017), apresentaram personagens lésbicas e bissexuais.

“Foi muito bom para mim, como homem gay, ter muitos fãs gays, queer e trans dizendo que o filme significou muito para eles e que aqueles personagens significaram muito para eles como crianças queer”, disse Mancini. “Temos muito orgulho de sermos uma franquia de terror gay.”

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