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Brinquedo Assassino: Relembre todo o universo de Chucky

Um resumo dos filmes e séries da franquia

02/10/2023

Chucky se tornou um dos mais memoráveis ícones do horror. Junto a outros assassinos icônicos como Freddy Krueger e Jason Voorhees, o boneco que abriga a alma do serial killer Charles Lee Ray conquistou os fãs e aterrorizou uma geração de crianças entre os anos 1980 e 1990. Dono de uma marca impressionante de mortes, ele vem mostrando toda a sua resiliência com uma franquia que está longe de ver seu fim. Uma coisa é certa: o desbocado brinquedo assassino criado por Don Mancini veio para ficar e… aterrorizar. 

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Independentemente dos sucessos e fracassos, a franquia Brinquedo Assassino é uma das mais longevas e consistentes atualmente. Isso porque, diferentemente de seus comparsas do horror, a história de Chucky nunca foi resetada nem teve sua linha do tempo ramificada (sim Michael Myers, estamos falando de você!). Desde 1988, quando o primeiro Brinquedo Assassino foi lançado, a franquia mantém a mesma continuidade e tudo é canônico. 

Depois de reinar nos cinemas, Chucky chegou com tudo na televisão em 2021 com uma bem-sucedida série homônima. E a Caveira preparou uma retrospectiva para lá de especial da franquia Brinquedo Assassino para você entender por que Chucky é sim o brinquedo assassino mais icônico de todos os tempos. 

brinquedo assassino

Dando vida a Chucky

Tudo começou com uma pessoa: Don Mancini. Fã de filmes de horror desde que se entendia por gente, o estudante de cinema ficou abismado com a popularidade de determinados brinquedos, em especial das chamadas bonecas Pimpolho, que chegavam a causar brigas entre pais desesperados para garantir os presentes de Natal de seus filhos. Inspirado por isso e pelo tropo da “boneca assassina”, presente em filmes como Trilogia de Terror (1975) e séries de televisão como Além da Imaginação, Mancini escreveu um roteiro, que inicialmente ganhou o título de “Batteries Not Included” (em português: Pilhas Não Incluídas)

Entre inúmeras idas e vindas, a United Artists adquiriu os direitos do roteiro, que passou pelas mãos de John Lafia para uma série de reescritas. Entraram em cena então o produtor David Kirschner e o diretor Tom Holland, que também contribuíram para a história que chegou aos cinemas. Com o roteiro pronto, era hora de escolher a estrela do filme: a voz de Charles Lee Ray/Chucky. Quem ganhou a vaga foi o indicado ao Oscar®, Brad Dourif. Somaram-se ao elenco nomes conhecidos como Catherine Hicks e Chris Sarandon, além do novato Alex Vincent, que daria vida ao adorável Andy. 

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No entanto, o mais trabalhoso definitivamente foi dar vida ao boneco, que precisava se mexer e até mesmo falar em frente às câmeras. O Chucky que vemos nas telas é resultado de um trabalho coletivo de vários profissionais diferentes. Foram criados diversos animatrônicos, os quais eram controlados remotamente por um time de nove marionetistas, liderados por Kevin Yagher e Brock Winkless, responsáveis por dar vida ao Guardião da Cripta em Contos da Cripta

brinquedo assassino

Nas cenas em que os animatrônicos não funcionavam muito bem, os bonecos eram substituídos pelo dublê Ed Gale, que contava com maquiagem, vestimenta e objetos ampliados para forçar a perspectiva do espectador. Inclusive, em determinada cena, quando Chucky aparece correndo atrás de Maggie, o boneco foi vivido pela irmã mais nova de Alex Vincent, Ashley, que apenas correu para os braços da mãe fantasiada e com uma peruca vermelha. 

Meu nome é Chucky, quer brincar? Brinquedo Assassino (1988)

O primeiro Brinquedo Assassino saiu em uma época em que os slashers estavam perdendo um pouco de fôlego. Jason, Freddy e Michael estavam com suas franquias saturadas, perdendo a atenção do grande público, que queria ver algo diferente. Foi nessa brecha que Chucky chegou. Dirigido por Tom Holland e roteirizado por Mancini, Holland e Lafia, o filme ainda era um slasher, mas com algumas diferenças. 

Para começo de conversa, não há muito mistério acerca da natureza do vilão. Desde a cena inicial sabemos que o assassino em série Charles Lee Ray conseguiu, por meio de um ritual de vudu, transferir sua alma para um boneco Good Guy, que vai então parar nas mãos do inocente Andy Barclay. É claro que logo as coisas tomam um rumo sinistro quando misteriosos assassinatos acontecem e todos parecem ter algum tipo de relação com Andy. Com mortes dignas de qualquer outro slasher, Brinquedo Assassino trouxe para as telas um vilão memorável. Embora ainda estivesse longe do caráter mais cômico dos filmes seguintes, Chucky ainda tem seus momentos engraçados, como quando xinga um casal no elevador após um deles o chamar de feio. Apesar disso, o filme mantém o clima de tensão e drama, com Andy sendo desacreditado por todos ao seu redor enquanto sua alma é ameaçada pelo sádico Charles Lee Ray. 

brinquedo assassino

Aqui, Brinquedo Assassino traz à tona nossos piores medos infantis. E se fôssemos atormentados e perseguidos por nossos próprios brinquedos? O filme foi um enorme sucesso de bilheteria e não demorou muito para que Chucky retornasse às telonas para continuar atormentando Andy. Afinal, esse definitivamente não era o fim. Era apenas o começo. 

Acabou a brincadeira: Brinquedo Assassino 2 e 3 (1990 – 1991)

Chucky chegou com tudo na década de 1990 com Brinquedo Assassino 2, dirigido por John Lafia e roteirizado por Don Mancini. Aqui, o boneco é reconstruído pela empresa fabricante, que deseja provar que o brinquedo não teve relação alguma com os assassinatos de alguns anos atrás. Infelizmente para Andy (e felizmente para nós, espectadores), um estranho curto elétrico traz Chucky de volta à vida. Obcecado por possuir o corpo de Andy, ele vai ao encontro de seu antigo dono, que agora vive em uma casa de acolhimento, já que a mãe foi internada em um hospital psiquiátrico. 

Brinquedo Assassino 2 é considerado um dos melhores filmes da franquia e foi outro sucesso de bilheteria. Alex Vincent voltou a brilhar como Andy e Brad Dourif emprestou novamente sua icônica voz ao vilão. Uma das melhores adições dessa sequência definitivamente é Christine Elise, que dá vida a Kyle, a irmã de acolhimento de Andy que o ajuda a se livrar de Chucky. Nascia aqui a garota final da franquia. O filme também conta com mais tempo de tela do boneco, que ganha falas mais irônicas, algo que viria a se tornar uma de suas marcas registradas. Apesar disso, Brinquedo Assassino 2 mantém a história de horror, assim como a ameaça representada por Chucky e seus assassinatos criativos, entregando um embate final na fábrica de brinquedos de tirar o fôlego.

brinquedo assassino

Embora as coisas pareçam finalmente ter melhorado para Andy ao final de Brinquedo Assassino 2, isso não significava o fim de Chucky. Menos de um ano depois do lançamento do segundo filme, chegou aos cinemas Brinquedo Assassino 3. Dirigido por Jack Bender e novamente roteirizado por Don Mancini, o filme se passa oito anos depois e traz um Andy adolescente (agora vivido por Justin Whalin) sendo enviado para uma escola militar graças ao seu comportamento errático. Kyle não é nem mencionada por aqui e só vamos reencontrar a personagem daqui alguns anos. Dessa vez, a fábrica dos bonecos Good Guy decide — sabe-se lá o por quê — reciclar antigas partes dos brinquedos, o que faz com que o plástico derretido se misture com o sangue de Chucky, que estava parado lá desde o final de Brinquedo Assassino 2. E simples assim nosso brinquedo favorito está de volta em um novo corpo. 

Ambientado em uma escola militar, Brinquedo Assassino 3 traz novos personagens para compor o time de Andy, como a cadete Kristin (Perrey Reeves) e o pequeno Tyler (Jeremy Sylvers), que se torna o alvo do boneco. Como qualquer franquia slasher, as mortes vão se tornando mais brutais e criativas, assim como o senso de humor do boneco assassino, que ganha contornos cada vez mais debochados. Embora seja um dos filmes menos queridos pelos fãs, o longa possui cenas memoráveis como a morte pelo caminhão de lixo e a sequência final em uma montanha-russa/trem-fantasma bizarro. Outro ponto positivo é que Andy finalmente consegue revidar, ao invés de apenas fugir ou ser resgatado por adultos ao seu redor. Parecia um belo final para a franquia, mas ninguém contava que Chucky desejava aumentar sua família. 

brinquedo assassino 3

A família cresceu: A Noiva (1998) e O Filho (2004)

Após um merecido descanso de sete anos, Chucky voltou às telas e dessa vez muito bem-acompanhado. Bastante influenciado por Pânico (1996), que trouxe com tudo o tom mais metalinguístico, Don Mancini escreveu a história de A Noiva de Chucky, que foi dirigido por Ronny Yu. O filme deixa de lado a jornada de Andy Barclay para focar em Chucky e sua noiva! Aqui somos apresentados a uma das personagens mais queridas da franquia: Tiffany Valentine, a namorada e cúmplice de Charles Lee Ray, interpretada pela sempre incrível Jennifer Tilly. 

Embora tenha seus protagonistas humanos, Jesse e Jade, o filme dá muito mais tempo de tela aos bonecos e ao seu relacionamento conturbado. A Noiva de Chucky abraça o tom de comédia e autoparódia, contando com momentos divertidos como quando Tiffany ressuscita Chucky com um livro de Vodu para Leigos ou quando o casal discute sobre qual arma deve usar para assassinar sua vítima. O longa também faz referências e homenagens a outros filmes, como Frankenstein e A Noiva de Frankenstein, além de marcar a estreia de um dos visuais mais icônicos do boneco assassino, que agora conta com um rosto deformado cheio de cicatrizes

a noiva de chucky

Mesclando horror e comédia, A Noiva de Chucky muda bastante o tom da franquia, que assume de vez seu lado mais galhofa. Apesar das mudanças, o filme foi um enorme sucesso e se mantém como a maior bilheteria da série. Para aqueles que não lembram, o longa termina de forma bastante inusitada com Tiffany dando a luz a um bebê-boneco. Era o gancho perfeito para o próximo filme da franquia lançado em 2004: O Filho de Chucky

Marcando a estreia de Don Mancini na direção, O Filho de Chucky abraça completamente a comédia, focando bonecos, especialmente em Glen/Glenda, o/a filho/a de Chucky e Tiffany que embarca em uma jornada para conhecer seus verdadeiros pais. Criando uma dinâmica familiar absurda, digna das melhores novelas mexicanas, o longa traz novamente a metalinguagem e a autoparódia, principalmente com a presença de Jennifer Tilly, que interpreta a si mesma. 

Por mais que tenha sido o filme mais criticado da franquia, O Filho de Chucky possui seus pontos positivos, como a participação especial do diretor John Waters e a abordagem de temas como gênero, identidade e sexualidade, que logo se tornaram recorrentes na franquia. Além disso, o longa confere momentos para Chucky e Tiffany brilharem com falas afiadas e referências à cultura pop, o que apenas reforça o carisma dos personagens, assim como conta com momentos absurdos como quando o casal decide inseminar Jennifer Tilly com um conta-gotas culinário. 

o filho de chucky

O Filho de Chucky acabou faturando menos da metade do que A Noiva, tornando-se por consequência a menor bilheteria da franquia. Por mais que terminasse com um gancho, parecia que a jornada de Chucky havia acabado. Realmente, ela acabou. Mas apenas nas telonas, já que O Filho foi o último filme do boneco a ser lançado nos cinemas. Agora era hora de conquistar outro mercado: o de filmes lançados diretamente em vídeo.

Entre maldições e cultos (2013 – 2017)

Em 2013, quase uma década depois do lançamento de O Filho de Chucky, o boneco assassino retornou com tudo em A Maldição de Chucky. Lançado direto para o vídeo, o filme, dirigido e roteirizado por Don Mancini, abandona o tom cômico de seus antecessores para focar inteiramente no horror. Em uma época de remakes e reboots, o longa muda a abordagem, mas continua com uma história que mantém a linha do tempo e os eventos vistos que acompanhamos desde 1988. 

Com sustos bem construídos e cenas tensas, como quando um dos personagens é envenenado aleatoriamente, A Maldição de Chucky volta a ter uma protagonista humana. O enredo gira em torno de uma jovem mulher paraplégica, Nica Pierce, que passa a vivenciar eventos trágicos após receber um misterioso boneco em sua casa. O que Nica não sabe é que desde o início sua vida foi afetada por Charles Lee Ray. Vale lembrar que na vida real a relação entre os dois também existe, já que a intérprete de Nica é Fiona Dourif, filha de Brad Dourif. 

a maldição de chucky

O filme apresenta momentaneamente um novo visual para Chucky e também conta com uma presença infantil, a pequena Alice, que é manipulada e atormentada pelo boneco assim como Andy foi anos atrás. A Maldição de Chucky volta no passado para responder algumas perguntas que sempre tivemos sobre Charles Lee Ray, o que faz com que o filme se encaixe perfeitamente no cânone da franquia.

A Maldição de Chucky é o primeiro filme que não termina com a morte de Chucky. Com um tom mais sombrio, o longa acaba com a protagonista humana levando a culpa pelos crimes do boneco, sendo internada em um hospital psiquiátrico. É a partir disso que em 2017 Mancini trouxe O Culto de Chucky, que contou com o retorno de personagens importantes como Andy Barclay e Tiffany Valentine.

Ambientado no hospital psiquiátrico, o filme mostra Chucky se infiltrando no lugar para aterrorizar Nica, enquanto Andy vai ao seu resgate antes que seja tarde demais. Além da volta de rostos conhecidos, O Culto de Chucky ainda reservou muitas surpresas para os fãs, como um exército de Chuckys e mais adições ao cânone da franquia.

o culto de chucky

Chucky ganha um remake e vai para a televisão

Antes de chegar nas telinhas, Chucky voltou aos cinemas em uma refilmagem lançada em 2019. Brinquedo Assassino é o único filme que não conta com o envolvimento de Don Mancini devido a uma questão de direitos autorais entre os estúdios. Protagonizado por Aubrey Plaza e com Mark Hamill dublando Chucky, a refilmagem procurou atualizar a história. O boneco deixou de ser um assassino em série que transfere sua alma por meio de um ritual vudu e se transformou em mais um exemplo de tecnologia que dá terrivelmente errado. Brinquedo Assassino é o único filme não canônico no universo Chucky, funcionando como um filme inteiramente solo.

remake brinquedo assassino

Quase na mesma época, foi anunciado que Don Mancini e sua fiel equipe estavam trabalhando em uma série de televisão, que estreou no canal Syfy em outubro de 2021. Seguindo os eventos de O Culto de Chucky, a série trouxe como protagonistas um grupo de adolescentes que acaba cruzando o caminho de Chucky. Além das adições ao elenco, como o ator Devon Sawa de Premonição, Chucky contou com o retorno triunfal de Alex Vincent, Fiona Dourif, Jennifer Tilly, Christine Elise e Brad Dourif. Ao mesmo tempo em que se insere na linha do tempo da franquia com referências aos eventos dos filmes anteriores, a série também traz uma nova história e novos personagens, abordando temas como sexualidade, adolescência e bullying. Atualmente, Chucky conta com duas temporadas, com a terceira saindo do forno em outubro deste ano. Quem aqui está ansioso para reencontrar nosso boneco assassino favorito?

Seu amigo até o fim

A franquia Brinquedo Assassino é o maior exemplo de que alguns ícones do horror chegaram para ficar. Mesmo com seus altos e baixos ao longo das décadas, o personagem criado por Don Mancini continua mostrando sua versatilidade e capacidade de renovação com os mais diferentes tipos de filmes. A franquia liderada por Chucky é o exemplo vivo de quem nem sempre a refilmagem ou o reboot são as melhores opções para renovar o interesse dos espectadores. Às vezes, o que os fãs realmente querem é continuidade e adição de novos capítulos a uma longa e bem-sucedida história de horror. 

chucky terceira temporada

A verdade é que amamos Chucky e mal podemos esperar para ver o que ele tem reservado para nós. Seja por meio de risadas, cenas absurdas, assassinatos ou momentos tensos, o brinquedo assassino lidera uma saga épica que possui lugar especial nos corações dos fãs de terror. Annabelle e M3GAN podem até tentar, mas Chucky é implacável e não pode ser parado. O veterano de cabelos ruivos com risada estridente e vocabulário sujo é sim o maior e mais atemporal boneco assassino dos cinemas. 

E ele vai ser seu amigo até o fim

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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