Sororidade e feminismo são dois assuntos que Sara Stopazzolli conhece muito bem. Natural de Florianópolis, a jornalista, pesquisadora e roteirista deu um olhar carregado de empatia e compreensão às entrevistadas no documentário Legítima Defesa, que retrata mulheres vítimas de violência que se viram obrigadas a matar seus companheiros abusadores.
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Sara não tem medo de investigar e pesquisar temas polêmicos. Enquanto ainda era estudante, o seu trabalho de conclusão de curso foi uma reportagem sobre sexo tântrico e como os homens poderiam trabalhar sua energia sexual.
Por mais de dez anos, Sara Stopazzolli trabalhou como repórter e colaborou com publicações nacionais de renome, como as revistas Trip, TPM, piauí e a Revista do Globo. Os temas predominantes do seu trabalho neste período envolviam perfis e reportagens de comportamento.
Em seu tempo livre, Sara gosta de ir à praia, passar tempo com sua filha e praticar beachtennis. Feminista, ela defende e pratica a sororidade dentro e fora do ambiente de trabalho.
Em 2013, ela e a irmã Leda Stopazzolli fundaram a produtora Mera Semelhança, que desenvolve projetos audiovisuais, como o documentário Legítima Defesa. Um dos objetivos da produtora das duas irmãs é trabalhar intensamente no desenvolvimento de seus projetos, pesquisando em profundidade os temas abordados.
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Os projetos liderados por Sara e Leda são engajados e tratam de temas relacionados à sociedade e aos direitos humanos. Com produções feitas por e para mulheres, alguns temas abordados envolvem violência doméstica e abortos clandestinos.
Lançado em 2017, Legítima Defesa é resultado de uma pesquisa que durou mais de quatro anos, cheio de percalços na busca por fontes. A produção é uma parceria entre a Mera Semelhança e a Ocean Films e dá voz às mulheres vítimas de violência que se viram obrigadas a matar seus companheiros abusadores para preservarem a própria vida.
A ideia do documentário surgiu em 2013 e partiu de Leda, que ficou responsável pela produção. Sara se encarregou da pesquisa e do roteiro, mas esta não foi uma tarefa fácil. Além da dificuldade em encontrar estatísticas sobre este tipo de crime, são pouquíssimas as pessoas que passaram por isso que estão dispostas a falar sobre o tema em uma entrevista.
O documentário foi lançado na mostra competitiva do Festival Internacional Mujeres en Foco, em Buenos Aires, de onde saiu premiado. Além disso, o material rodou o Brasil em mostras locais, incentivando o debate sobre um tema tão delicado. Hoje ele está disponível nos canais de streaming NOW e VIVO Play.
De um tema tão relevante e uma pesquisa tão vasta, surgiu o pacto com a DarkSide® Books. O livro Elas em Legítima Defesa: Elas sobreviveram para contar não apenas acompanha a trajetória das entrevistadas, mas dá amplitude ao material do documentário. A publicação apresenta a pesquisa completa de Sara Stopazzolli, com histórias inéditas, novos dados e estatísticas que aprofundam o tema.
Com a pesquisa incansável de Sara e a empatia de quem sabe a importância da sororidade, a jornalista resgata a voz e a dignidade de mulheres que vivenciaram o horror de onde deveria vir apenas amor, e que sobreviveram para contar suas histórias.
Sara lançou em abril de 2020 o curta documentário Escola de Homens, que acompanha 8 encontros de homens que respondem a processos por crimes relacionados à violência doméstica e familiar contra a mulher e que foram encaminhados para o grupo reflexivo Escola de Homens, na Baixada Fluminense.
A jornalista também possui um podcast, chamado Luneta do Crime, um projeto independente que pretende apresentar um raio X mais humano sobre violência contra a mulher, seus contextos e motivações. Segundo registros oficiais, de três a quatro mulheres são assassinadas todos os dias no Brasil. A cada episódio, o Luneta do Crime relata histórias* que estão por trás desses números e apresenta o enredo de um crime motivado pelo machismo. *O conteúdo não é indicado a pessoas sensíveis a narrativas que contenham violência.
Caso você seja vítima ou conheça alguma mulher vítima de violência, não se silencie. Disque os números 190 (Polícia Militar), 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou 100 (Disque Direitos Humanos). Vale lembrar que vizinhos e testemunhas também podem fazer a denúncia em nome da vítima.
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