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Devin ou Devil?

Mais um passo rumo a um futuro dominado por IA?

02/04/2024

Já faz algum tempo que a humanidade teve um medo desbloqueado: ser substituído no trabalho pela tecnologia. O receio que passou a ganhar força desde a revolução industrial parece se tornar cada vez maior, principalmente desde a popularização das Inteligências Artificiais, as famosas IA, que vêm ganhando espaço em diferentes áreas do conhecimento.

Vista por uns como uma evolução importante e por outros como uma ameaça, a IA tem gerado debates até mesmo entre os multimilionários CEOs das big techs pela sua extraordinária capacidade de aprendizagem e uma expansão galopante, numa velocidade que as regulamentações não conseguem acompanhar. E agora a conversa ganha um novo capítulo com o Devin AI.

O que é a Devin AI

Com a promessa de ser “o primeiro engenheiro de software de IA”, Devin AI é uma ferramenta desenvolvida pela startup Cognition Labs que foi anunciada em março deste ano e que conta com um aporte de 21 milhões de dólares.

Sim, não é de hoje que a inteligência artificial tem ajudado e até mesmo desenvolvido códigos de programação — com suas consequências para o mercado de trabalho nas empresas de tecnologia. Mas a proposta do Devin AI é mais ambiciosa: a ideia é que ele seja o único programador/desenvolvedor, realizando todo o processo do início ao fim, sem qualquer ajuda humana.

Segundo a empresa, não há motivos para que os profissionais da área se sintam ameaçados, pois, segundo eles, a ideia é que o Devin trabalhe lado a lado dos humanos, mais como “um colega de trabalho incansável e habilidoso” do que como um substituto de programador.

Porém, a própria promessa da startup acende o alerta de quem trabalha na área. A Cognition disse que a ferramenta foi capaz de passar em entrevistas práticas de engenharia de empresas líderes do segmento, além de poder criar e implantar aplicativos do início ao fim, podendo, inclusive, encontrar e corrigir falhas. Por mais que as tarefas mais complexas exijam milhares de tomadas de decisões, a Cognition garante que o Devin aprende tudo com o tempo.

A repercussão do Devin AI dividiu opiniões de profissionais da área entre quem ficou impressionado com as possibilidades da ferramenta e por quem viu a tecnologia com a preocupação de que ela gere ainda mais demissões no setor.

Relembre algumas IAs perigosas do cinema

O questionamento “Devin ou Devil?” [Devin ou o Diabo?] externa a cautela e até mesmo o pessimismo de quem teme tanto controle na mão da Inteligência Artificial. E se tem uma coisa que o cinema nos ensinou, é que essa preocupação tem, sim, seus fundamentos.

1. HAL 9000

Aquele filme que vai te fazer desconfiar até da Alexa. Em 2001: Uma Odisseia no Espaço acompanhamos a missão de dois astronautas a bordo da nave Discovery, assistida pela inteligência artificial HAL 9000. Mais do que um computador de bordo, HAL controla a maioria das funções da aeronave, funcionando como uma espécie de cérebro, coração e todo o seu sistema nervoso. Porém, HAL é humano demais até para o seu próprio bem: quando um erro seu é apontado pelos tripulantes, ele fica na defensiva, o que só aumenta a desconfiança dos humanos. Quando se sente ameaçado, HAL dá um jeito de se livrar deles.

2. Skynet

Por mais que a gente tenha se acostumado aos ciborgues cada vez mais avançados da franquia O Exterminador do Futuro, a Skynet é a verdadeira Inteligência Artificial aqui. Acontece que a Cyberdyne criou a Skynet achando que seria capaz de controlá-la. Só que a IA evoluiu tão rápido que desenvolveu consciência própria, e foi aí que a Cyberdyne tentou desligá-la — o que só provocou ainda mais a tecnologia. Como retaliação, a Skynet lançou um ataque nuclear e uma verdadeira guerra contra a humanidade.

3. M3GAN

Quem poderia desconfiar de um androide hiperrealista projetado para fazer companhia para crianças solitárias, não é mesmo? Só que M3GAN vai além do objetivo de companhia para o qual foi projetada: o protótipo é utilizado para brincar com a solitária sobrinha de sua criadora, e acaba se tornando superprotetora da criança, sendo capaz até de matar para atingir o seu objetivo.

4. Ultron

Por mais que o filme Vingadores: Era de Ultron tenha lá seus problemas e esteja longe de ser um dos melhores do MCU, podemos concordar que Ultron é um ótimo vilão. Ele é desenvolvido por Tony Stark e Bruce Banner para ser a Inteligência Artificial de um programa de defesa global, ou seja, proteger a humanidade. Porém, como muitas outras IA da ficção, a coisa dá terrivelmente errado quando Ultron descobre que a maioria das desgraças que acontecem com as pessoas são causadas pelos próprios humanos. A IA logo se volta contra seus criadores e cria um exército de robôs cujo objetivo é erradicar a humanidade.

5. VIKI

Ambientado em um futuro em que humanos e robôs coexistem, Eu, Robô nos ensinou sobre as três leis da robótica, que garantem uma relação de subserviência das máquinas em relação às pessoas. A história se concentra em Sonny, um robô que pode ignorar tais leis. Quando seu criador — e uma das pessoas que ajudou a estabelecer as leis da robótica — morre, a IA VIKI investiga o ocorrido e também a ligação do homem com Sonny. Ela começa a tomar conta dos robôs, colocando-os contra a cidade. Após trabalhar tanto tempo com os humanos, VIKI se dá conta de que eles causariam sua extinção. Como seu principal objetivo é o de melhorar a humanidade, ela evoluiu além das leis da robótica para que pudesse deter os humanos antes de eles causarem a própria ruína.

6. Agente Smith

Well, well, well Mr. Anderson, você não achou que a gente ia deixar esse vilão de Matrix de fora, né? No primeiro filme, conhecemos o Agente Smith como um dos vários agentes desenvolvidos como verdadeiras IA que devem manter a estabilidade da Matrix. Até aí tudo bem, ele só está fazendo exatamente aquilo para o qual foi programado. Só que em determinado ponto ele se separa do controle da Matrix e passa a se replicar, como uma espécie de vírus de computador que se torna uma ameaça ainda maior do que os outros agentes da Matrix. Não apenas Neo, ele agora tem potencial para destruir a própria Matrix.

7. Sentinelas

Se você cresceu lendo X-Men, sabe do terror causado pelos Sentinelas. Ainda assim, o único filme desses mutantes que mostra essa ameaça é X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, de 2014. Ainda assim, o longa mostra o horror que essas Inteligências Artificiais representam para os mutantes. Estamos falando de um exército robô poderoso o suficiente para apagar todos os mutantes da face da Terra. Eles agem identificando o gene mutante e eliminar qualquer um que o possua — até mesmo aqueles que nem chegaram a desenvolver suas habilidades.