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É verdade que Ed e Lorraine Warren teriam trabalhado com um futuro papa?

Caso é detalhado em livro da Caveira

05/05/2025

Não é novidade para ninguém que religião e terror andam lado a lado, principalmente quando lidamos com o sobrenatural, o demoníaco e o profano. Falar em demonologia e não mencionar Ed & Lorraine Warren é praticamente um sacrilégio: o casal de exorcistas e caça-fantasmas tem um currículo ungido de encontros com o Capiroto.

Em tempos de conclave e de um interesse generalizado pelos rituais católicos, ressurge uma história que poderia ter sido um dos maiores crossovers do sobrenatural com o eclesiástico: uma collab entre Ed e Lorraine Warren e um cardeal que se tornaria papa, Joseph Ratzinger, que se tornou o pontífice Bento XVI.

O contato teria ocorrido durante o caso da assombração na residência da família Smurl. O caso é narrado em detalhes no livro Ed & Lorraine Warren: Vidas Eternas, de Robert Curran e dos próprios membros da família, Janet e Jack Smurl. Segundo o site uCatholic, os Warren teriam buscado a ajuda do então cardeal Ratzinger, que teria encaminhado o caso ao Vaticano. A ajuda teria vindo com o envio de um padre exorcista para a Pensilvânia. Só que essa versão não é confirmada por fontes oficiais ou registros históricos confiáveis…

O que se sabe sobre o caso da família Smurl

Após se mudarem para uma casa em West Pittston, na Pensilvânia, em 1974, a família Smurl alegou a ocorrência de atividades paranormais na residência. Segundo eles, eram comuns fenômenos como vozes misteriosas, aparições sombrias, arranhões, odores pútridos e ataques de súcubos (ataques físicos sexuais), que foram piorando ao longo dos anos.

Em 1986 os Warren foram chamados para analisar o caso. O casal afirmou que existia uma presença demoníaca poderosa na casa, algo muito mais grave e difícil de enfrentar do que meras assombrações. Após tentativas frustradas dos Smurl de conseguirem ajuda da congregação católica local, Ed e Lorraine Warren chamaram o padre Robert McKenna, que realizou três exorcismos na casa entre 1986 e 1987. Segundo o padre, os efeitos foram apenas temporários, conclusão compartilhada pelos Warren.

O Vaticano, porém, nunca reconheceu esses exorcismos. O padre McKenna era um dominicano tradicionalista que realizava esses rituais fora da estrutura formal da Igreja Católica Romana. Ele era conhecido por sua postura crítica ao Concílio Vaticano II e por ter se associado aos casos investigados por Ed e Lorraine, incluindo o caso da boneca Annabelle.

E a possível ligação com Joseph Ratzinger?

No ano de 1985, pouco antes dos exorcismos na casa dos Smurl, o cardeal Ratzinger era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e reforçou que apenas os sacerdotes autorizados poderiam realizar exorcismos, proibindo a prática por leigos.

Por ser o líder da Congregação da Doutrina da Fé naquela época, ele seria a autoridade a quem recorrer para a solicitação da realização de exorcismos. No entanto, não há confirmação confiável de que ele tenha se envolvido diretamente no caso Smurl — é bem possível que McKenna tenha performado os rituais por iniciativa própria.

Para alimentar um pouco mais a teoria que liga o Papa Bento XVI a esse tipo de ritual, o padre Gabriele Amorth afirmou que em 2009 o pontífice teria realizado um exorcismo quando abençoou dois homens supostamente possuídos na Praça de São Pedro. Contudo, o próprio Vaticano negou que o Papa tivesse conhecimento da condição dos homens ou que tivesse realizado um exorcismo formal — o caso é tratado simplesmente como uma bênção coletiva.

Embora não haja evidências de que Ratzinger tenha realizado exorcismos, o religioso reconheceu a importância do ministério de exorcistas na Igreja. O padre Amorth expressou gratidão ao Papa Bento XVI por apoiar o trabalho dos exorcistas e por abrir caminho para exorcismos não apenas em casos de possessão, mas também em outras formas de aflição espiritual. Sobre seu envolvimento com o caso Smurl, esse é apenas mais um capítulo nebuloso nas tão misteriosas histórias dos Warren e da própria Igreja Católica.