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Elizabeth Gaskell: 8 curiosidades sobre a escritora vitoriana

Por dentro da vida e obra da autora de Lois, a Bruxa

07/03/2024

Uma mulher à frente do seu tempo, Elizabeth Gaskell foi uma romancista e contista britânica da Era Vitoriana, e uma das maiores escritoras do século XIX. Com mais de 40 obras publicadas, que incluem romances, novelas, contos, histórias curtas, ensaios e relatos de viagem, desde muito cedo Gaskell foi influenciada pela família para se dedicar aos estudos e à escrita.

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Filha e esposa de reverendos unitaristas, esteve próxima a causas sociais e desenvolveu sua escrita e trabalho em torno do romance social industrial, levantando questões e problemas detalhados da sociedade vitoriana. Duramente criticada no período por trazer temas desconfortáveis para a sociedade, e principalmente direcionar os holofotes para os conflitos entre donos de fábricas e trabalhadores, a obra de Gaskell passou a se destacar e ganhar verdadeiro reconhecimento em meados do século XX.

O jogo virou para ela a partir do momento em que a crítica socialista e feminista começou a se voltar para autoras do passado e reinterpretar obras como a de Gaskell, fazendo borbulhar o posicionamento e crítica que trazia em suas histórias, que iam contra as visões predominantes da época. Entre algumas de suas obras mais celebradas estão Cranford, Norte e Sul e Mary Barton.

norte e sul

Embora Gaskell tenha protegido sua vida de forma estratégica, deixando muitas lacunas a respeito de fatos pessoais e profissionais, a versatilidade e complexidade dos temas expostos fez com que os estudos literários estivessem sempre com o foco direcionado a ela, até os dias atuais. A Caveira abriu as páginas dos polêmicos e sedutores romances de Gaskell, para compartilhar algumas curiosidades sobre a vida e obra da romancista.

1. Foi a única sobrevivente da união dos seus pais

A mais nova de oito filhos, apenas ela e o irmão John Stevenson sobreviveram à infância. Elizabeth perdeu a mãe muito cedo, quando tinha apenas 13 meses de idade, e seu pai a mandou para ser criada pela tia materna, Hannah Lumb, em Knutsford. Quando Elizabeth tinha 18 anos, o irmão John, alistado da Marinha Mercante, desapareceu no mar em uma expedição para a Índia, tornando ela a única sobrevivente da união de seus pais.

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2. Documentou em um diário o crescimento de uma das filhas

Elizabeth e William Gaskell tiveram quatro filhas mulheres e um menino. Em 1835, ela começou a escrever um diário documentando o crescimento e desenvolvimento de uma das filhas, Marianne, explorando temas como maternidade, valores que trazia no papel como mãe, a fé, e a relação da filha com a irmã Margaret, conhecida por Meta.

elizabeth gaskell

3. A morte precoce do filho foi inspiração para Mary Barton

Já estabelecida em Manchester, Gaskell passou a levar a escrita a sério após a morte precoce do seu filho, também chamado William. Incentivada pelo marido, que acreditava na atividade como uma forma de superar o luto, a romancista escreveu em 1848 sua primeira novela, Mary Barton, publicada de forma anônima, abordando temas que via ao seu redor e no seu cotidiano, como as interações entre ricos e pobres e relações de trabalho nas fábricas, que tinham grande atenção de Gaskell.

4. Teve Charles Dickens como seu incentivador

Além de ter sido incentivada pela família nos estudos e na escrita, Gaskell recebeu educação tradicional em artes e clássicos, privilégio dado a jovens de famílias ricas da época. Além disso, a escritora pode trocar experiências profissionais e receber apoio de grandes nomes da literatura, como Charles Dickens. Após a publicação de Mary Barton, Dickens a convidou para escrever em sua revista Household Words, publicando Cranford e Norte e Sul de forma seriada na publicação. Dickens foi um grande incentivador do trabalho de Gaskell, reconhecendo seu talento e encorajando-a ativamente, relacionamento que ficou evidente na troca de correspondências entre os amigos vitorianos.

5. Consagrou sua escrita com a obra biográfica sobre Charlotte Brontë

Amiga pessoal da escritora e romancista Charlotte Brontë, Gaskell trouxe ao mundo a primeira biografia romancista da Era Vitoriana. Após a morte de Charlotte, seu pai, Patrick Brontë, pediu a Gaskell que escrevesse a biografia, que foi um grande desafio para Elizabeth. A obra é considerada por alguns críticos como a mais importante de uma escritora do século XIX e citada também por ter salvado a reputação de Charlotte.

charlotte bronte

6. Com narrativas críticas, foi influenciada por Jane Austen

A autora definiu sua obra como crítica das atitudes contemporâneas da época, enfatizando o papel da mulher, com personagens femininas e narrativas complexas. Norte e Sul foi fortemente influenciado por Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, trazendo uma profundidade óbvia e sentimentos evidentes. Sua forma de expressar foi descrita como as maiores desde Austen. Um de seus romances, Ruth, era tão controverso e polêmico, que Gaskell não permitia nem suas filhas acessarem a obra, que explora temas como pobreza, exploração sexual e a falta de moralidade praticada na sociedade. O título teve diversas cópias queimadas pelos membros da congregação do seu marido William.

7. Protegia o conteúdo das cartas que trocava com seus correspondentes

Após passar por momentos conturbados com a publicação da biografia de Charlotte, Gaskell aprendeu uma lição: não poderia deixar acessíveis informações sobre a sua vida e obra. Era reservada, e desenvolveu um código com seus correspondentes no qual informava quais cartas deveriam ser queimadas e quais poderiam ser mantidas, prevenindo informações disseminadas no futuro. Assim, várias lacunas ficaram presentes nas pesquisas sobre a vida e obra da autora.

8. Morreu em 1865 de ataque cardíaco

Aos 55 anos, ao visitar uma casa que comprou em Hampshire, sem o conhecimento de William, sofreu um ataque cardíaco. Gaskell trabalhou duro e provavelmente extrapolou os limites, dividindo suas atividades entre a escrita, trabalho sociais e a maternidade. Ela já sofria de desmaios e apresentava dores de cabeça. A ideia de Gaskell era sair da área industrial em que viviam, em Manchester, e assim decidiu comprar uma casa para surpreender o marido. No momento, estava na companhia de suas filhas.

Mesmo com a morte precoce, Elizabeth Gaskell deixou sua marca no mundo da literatura, trazendo tópicos de extrema relevância social para a época em que viveu e para os tempos atuais. A força das narrativas é utilizada em debates de estudos do período vitoriano e principalmente nos conflitos de classes. Agora, a autora retorna à Caveira com o lançamento da Wish de Lois, A Bruxa, uma das melhores histórias sobre caça às bruxas já escritas. 

lois a bruxa

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Sobre DarkSide

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