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O Exorcista: Relembre todos os filmes e assombrações da franquia

Há cinquenta anos espantando os demônios mais temidos do cinema

16/10/2023

Existem filmes de terror que mudam o cinema como o conhecemos e deixam sua marca para sempre na história, redefinindo o que é sentir medo e tornando-se clássicos instantâneos. O Exorcista definitivamente é um desses casos. O filme lançado em 1973 é um dos maiores longas de terror de todos os tempos. E não é para menos. Com cenas impactantes e ambientação assustadora, o filme dirigido por William Friedkin popularizou os enredos de possessão demoníaca, reforçando que o terror é sim um gênero de grandes orçamentos e bilheterias ainda maiores.

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Não demorou muito para que a história fosse desdobrada em mais filmes. Assim como seus companheiros do terror, a franquia de O Exorcista tem seus altos e baixos. No entanto, uma coisa é certa: todos os longas permaneceram na sombra do icônico filme de 1973. Afinal, é difícil superar um dos maiores e mais populares clássicos do terror, não é mesmo?

Contudo, isso não impediu que a franquia aumentasse. Foram sequências, prequels, séries de televisão e até mesmo uma maldição. Com O Exorcista: O Devoto assombrando os cinemas, a Caveira reuniu toda a coragem possível para enfrentar Pazuzu e revisitar com você essa franquia para lá de demoníaca. 

Ótimo dia para um exorcismo

Tudo começou com o autor William Peter Blatty, que em 1971 publicou O Exorcista, uma obra desconcertante sobre a possessão demoníaca de uma inocente menina de doze anos chamada Regan MacNeil. Embora a história fosse ficcional, o livro possuía fortes inspirações na vida real. Enquanto era estudante na Georgetown University, Blatty soube de uma história de possessão e exorcismo que aconteceu em 1949. O caso do jovem Robert Mannheim não apenas inspirou Blatty a escrever sua obra-prima, como também virou tema de Exorcismo, livro do jornalista Thomas B. Allen

exorcismo

Os anos se passaram e o empurrãozinho que Blatty precisava para escrever seu livro veio de outro clássico do terror: O Bebê de Rosemary. Ao assistir a adaptação de 1968 do romance de Ira Levin, o autor decidiu que queria escrever uma narrativa similar. Com uma grande diferença: a luta espiritual entre o Bem e o Mal seria central na história. 

O Exorcista foi publicado originalmente em 1971 e foi um grande sucesso. Não demorou para que seus direitos fossem vendidos e uma adaptação cinematográfica entrasse em produção. Considerando o sucesso da obra literária, uma versão para o cinema era algo bastante óbvio e inevitável. No entanto, ninguém esperava o nascimento de um dos maiores filmes de terror de todos os tempos.  

O poder de Cristo te obriga: O Exorcista (1973)

As filmagens de O Exorcista foram iniciadas em agosto de 1972. Com a direção de William Friedkin e roteiro adaptado pelo próprio William Peter Blatty, o filme trouxe nomes relativamente desconhecidos, como Ellen Burstyn, Linda Blair e Jason Miller, ao lado de estrelas consagradas como Max von Sydow. A produção foi atrasada por inúmeras dificuldades, como um incêndio no set de filmagens, mortes de pessoas próximas ao filme e acidentes envolvendo o elenco e a equipe. Embora muito se fale de coincidências e até mesmo de uma jogada de marketing da Warner Bros., isso influenciou a ideia de que havia algum tipo de interferência sobrenatural no set, o que deu origem à chamada maldição do Exorcista. 

LEIA TAMBÉM: COMO LINDA BLAIR FICOU MARCADA DEPOIS DO FILME O EXORCISTA

Com maldição ou não, o filme finalmente chegou aos cinemas em dezembro de 1973 abalando o mundo do terror. As reações dos críticos foram mistas, mas as do público foram viscerais, com pessoas vomitando, desmaiando e até mesmo saindo transtornadas das salas de cinema. O frio e a neve não afastaram os curiosos que formavam filas pelos quarteirões, esperando ansiosamente sua vez de assistir ao filme “mais assustador já feito”

O Exorcista
© 1973 – Warner Bros. Entertainment

Não é para menos. Com efeitos especiais e maquiagem impressionantes, O Exorcista trazia a desconcertante transformação da inocente e doce Regan MacNeil em um ser profano e obsceno, que protagonizou algumas das cenas mais icônicas do terror. Basta lembrar dos momentos envolvendo crucifixo e vômito, por exemplo. A batalha entre o Bem e o Mal, que adentra o cotidiano de uma família e tortura uma garotinha, também deixou muitos espectadores aterrorizados. No entanto, isso não impediu ninguém de ir ao cinema e O Exorcista foi um sucesso de bilheteria. 

Além do retorno financeiro, o reconhecimento também chegou pelas premiações. O filme se tornou o primeiro longa de terror a ser indicado ao Oscar® de Melhor Filme, junto de outras nove indicações, incluindo Melhor Atriz Coadjuvante para a jovem Linda Blair. No fim, O Exorcista levou para casa o Oscar® de Melhor Som e Melhor Roteiro Adaptado para Blatty.

As (inevitáveis) continuações: 1977 e 1990

Quatro anos depois do primeiro filme, chegou a hora de reencontrarmos Regan em O Exorcista II: O Herege. Dirigido por John Boorman e escrito por William Goodhart, a sequência era bastante aguardada e contou com a volta de Linda Blair no papel principal. Agora com 16 anos, Regan tenta viver uma vida normal em Nova York ao lado de sua guardiã legal. Embora não tenha nenhuma lembrança do que aconteceu, ela é monitorada pelo dr. Gene Tuskin, que acredita que suas memórias estão reprimidas. Quando o médico inventa um dispositivo que permite hipnotizar e sincronizar mentes, é feita a terrível descoberta que Pazuzu ainda está por perto, pronto para destruir todos ao seu redor. 

o exorcista 2
Warner Bros.

O Exorcista II: O Herege procurou expandir a mitologia do primeiro filme, trazendo flashbacks e ampliando a narrativa do próprio Pazuzu. Apesar de todos os seus defeitos, é louvável como o longa procura abordar a ideia de trauma e de como lidamos com ele. No entanto, nem mesmo a adição de nomes como Richard Burton, que interpreta o padre Lamont, salvou o filme de ser massacrado pelas críticas. Enquanto O Exorcista é considerado um dos melhores filmes de terror, sua primeira sequência permanece até hoje como uma das piores já feitas. 

Após o fracasso de críticas de O Exorcista II: O Herege, passaram-se vários anos até que a franquia voltasse aos cinemas. Foi preciso que um dos criadores da história original assumisse o controle criativo e foi apenas em 1990 que William Peter Blatty dirigiu e roteirizou O Exorcista III.

O terceiro longa se passa quinze anos após a possessão demoníaca de Regan MacNeil e ignora completamente a existência do segundo filme. Embora isso cause uma confusão na linha do tempo da franquia, não há motivo para tanto. O Exorcista III é uma adaptação de Legião, livro publicado em 1983 por Blatty e considerado a verdadeira sequência de O Exorcista

o exorcista 3
Warner Bros.

O filme sofreu várias reescritas e refilmagens — inclusive sendo renomeado — para se adequar à franquia cinematográfica. Curiosamente, a história chamou a atenção de John Carpenter, que quis dirigir o longa, mas acabou desistindo por diferenças criativas. Misturando sobrenatural com romance policial, O Exorcista III foca no cético tenente William F. Kinderman, que procura solucionar uma série de assassinatos que assolam o bairro de Georgetown em Washington D.C. Logo, ele descobre uma relação entre os crimes e James Venamun, conhecido como o “Assassino de Gêmeos”, um assassino executado anos antes que acreditava estar sendo ajudado pelo mesmo demônio que possuiu Regan MacNeil. Uma pequena curiosidade: Venamun foi interpretado por Brad Dourif da franquia Brinquedo Assassino e o personagem foi inspirado no Assassino do Zodíaco da vida real. 

O Exorcista III cria vínculos com o primeiro filme não apenas por meio de Pazuzu, mas também trazendo o tenente Kinderman, que já havia aparecido em O Exorcista, e contando com o retorno de Jason Miller como o padre Karras. O longa possui uma boa aura de mistério sobrenatural, contando com uma cena dentro do hospital que assusta a todos até hoje. Apesar da produção conturbada, com grande parte da filmagem original perdida após exigências do estúdio de refilmagens e adição de cenas, o terceiro filme da franquia recebeu críticas mistas e alcançou uma bilheteria significativa, encerrando por vez a chamada trilogia original.

Voltando no tempo: O Início (2004) e Domínio (2005)

A franquia de Pazuzu entrou no século XXI com duas prequelas bastante peculiares. Lançadas tão perto uma da outra, é comum o espectador ficar confuso sobre qual assistir. Mas muita calma nessa hora. Deixa que a Caveira explica o que diabos aconteceu aqui. 

O primeiro filme, chamado de Exorcista: O Início chegou nos cinemas em 2004 sob direção de Renny Harlin e protagonizado por Stellan Skarsgård. No entanto, tudo começou quando a Morgan Creek Productions decidiu que queria um prelúdio do clássico de 1973. Acontece que eles já tinham um longa filmado, que havia sido rejeitado por ter um ritmo muito lento e estranho. Pensando nisso, o filme foi reformulado para ser uma história sobre a jornada do Padre Merrin após seu envolvimento na II Guerra Mundial

exorcista início

Apesar de trazer um olhar diferente e mais sombrio para o Padre Merrin, O Exorcista: O Início recebeu críticas negativas e frequentemente aparece como um dos piores filmes da franquia. Isso fez com que o estúdio decidisse lançar a produção original. Sim, aquela que os executivos haviam achado lenta e estranha. Por isso, nove meses depois, Domínio: Prequela de O Exorcista chegou aos cinemas. Dirigido por Paul Schrader, o filme se passa em 1947 e conta uma história quase idêntica à lançada alguns meses antes, contando novamente Stellan Skarsgård como o padre Merrin. 

Apesar de ser praticamente igual a O Início, Domínio opta por um caminho diferente. O filme de Schrader envereda para um lado mais sério e filosófico acerca da natureza da fé, do Bem e consequentemente do Mal. Embora tenha sido um fracasso de bilheteria, o filme acabou recebendo críticas mais favoráveis do que seu irmão gêmeo cinematográfico. 

o exorcista domínio

Pazuzu vai ao teatro, rádio e televisão

Após dar origem a um dos maiores filmes de terror de todos os tempos, o livro de William Peter Blatty foi levado para outras mídias. Afinal, Pazuzu queria conquistar o mundo das artes. O Exorcista ganhou uma adaptação teatral, que estreou em 2012 nos Estados Unidos e em 2016 no Reino Unido. Em 2014, a obra foi transformada em um áudio drama, dividido em duas partes e produzido pela BBC Radio 4.

Em 2016, era a hora de possuir a televisão. Criada por Jeremy Slater, a série O Exorcista ignorava os outros filmes e se estabeleceu como uma sequência direta do filme de 1973. A trama trazia os atores Alfonso Herrera e Ben Daniels como uma dupla de exorcistas que investiga casos de possessão demoníaca. A série teve duas temporadas e acabou cancelada em 2017. 

exorcista serie
©2016 Fox Broadcasting Co.

Vade retro Satana: Uma nova trilogia

O ano de 2020 trouxe a polêmica notícia de um reboot de O Exorcista. No entanto, o projeto foi rapidamente alterado para uma “sequência legado”, a qual seria dirigida por David Gordon Green, responsável pela nova trilogia de Halloween (2018 – 2022). O filme também contaria com a produção de Jason Blum em uma parceria entre a Blumhouse Productions, a Morgan Creek Entertainment e a Universal Pictures

As filmagens de O Exorcista: O Devoto se iniciaram em 2022 e o longa chamou a atenção por contar com o retorno de Ellen Burstyn como Chris MacNeil, acompanhada por um novo elenco liderado por Leslie Odom Jr. Ignorando todas as outras entradas da franquia, o filme de David Gordon Green centra em Victor Fielding, um fotógrafo confrontado pelo Mal quando sua filha e sua melhor amiga são possuídas por algo demoníaco. Embora bastante aguardado, O Exorcista: O Devoto chegou aos cinemas como o primeiro de uma nova trilogia. No entanto, a recepção do público e da crítica foi decepcionante, o que obrigará os estúdios a repensarem os planos para as outras duas sequências que, a princípio, serão mantidas.

o exorcista devoto

Vida longa ao clássico

É difícil mensurar o impacto e influência que O Exorcista continua tendo até os dias atuais. Seja como clássico da literatura ou obra-prima do cinema, a narrativa escrita por William Petter Blatty mudou o terror como conhecemos e deixou sua marca demoníaca na história do gênero, influenciando os inúmeros filmes de possessão que viriam depois. 

Para comemorar os 50 anos de lançamento do filme original, a DarkSide® Books preparou um presente digno dos maiores e mais assustadores clássicos do cinema. Escrito pelo crítico Mark Kermode, O Exorcista: Segredos e Devoção é a edição definitiva, feita especialmente para os aficionados pela história de Regan e Pazuzu. Um livro completo, recheado com segredos e mistérios da produção, detalhes das filmagens, entrevistas, imagens e curiosidades, do jeitinho que os devotos brasileiros merecem. O Exorcista: Segredos e Devoção também traz entrevistas com William Friedkin e William Peter Blatty em uma edição assombrosa e abençoada pela própria Caveira, que vai te fazer gostar ainda mais dessa obra-prima do terror.

o exorcista segredos e devoção

Está na hora. Comece a oração, prepare a água benta, empunhe o crucifixo e venha desvendar conosco esse clássico da luta entre o Bem e o Mal. Estamos esperando. 

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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