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O que aconteceu com os membros da Família Manson?

Seguidores de Charles Manson cometeram crimes violentos em seu nome

06/02/2025

Uma série de crimes violentos chocou o mundo no fim da década de 1960 e de certa maneira mudou a maneira como vemos tais atos de brutalidade. Ao longo de duas noites em agosto de 1969, na cidade de Los Angeles, Charles Manson instruiu alguns de seus seguidores a matar sete pessoas: a atriz Sharon Tate (que estava grávida), Jay Sebring, Abigail Folger e Wojciech Frykowski, Steven Parent, e Leno e Rosemary LaBianca.

Baseados em uma filosofia apocalíptica, o culto, que ficou conhecido como Família Manson, assassinou com extrema brutalidade estas pessoas com a intenção de acelerar uma guerra racial advinda da teoria conspiratória de Charles Manson que ficou conhecida como Helter Skelter, em alusão à canção dos Beatles.

Agora, a obra definitiva sobre este caso chega aos arquivos Crime Scene da DarkSide® Books. Análise do colapso moral e social de uma geração, Helter Skelter foi escrito pelo promotor do caso, Vincent Bugliosi, com o autor Curt Gentry, e expõe os perigos de ideologias distorcidas e da psicose em massa, e as fragilidades morais e judiciárias que permearam todo o caso.

O desfecho do caso

A prisão dos criminosos ocorreu em etapas, com membros da Família Manson sendo detidos por crimes menores, como suspeita de roubo de carros e vandalismo. A conexão com os assassinatos surgiu quando uma das seguidoras, Susan Atkins, se vangloriou dos assassinatos na cadeia, com detalhes que somente os envolvidos poderiam saber.

Durante as investigações, outra seguidora de Charles Manson, Linda Kasabian, se tornou uma testemunha chave, e recebeu imunidade em troca de seu depoimento. Em janeiro de 1971, Manson foi condenado por homicídio qualificado e conspiração para cometer o assassinato de sete pessoas. Ele foi sentenciado à morte, mas sua pena foi convertida em prisão perpétua após uma decisão da Suprema Corte da Califórnia, que invalidou todas as sentenças de morte decretadas antes de 1972.

Além dele, vários outros membros da Família foram detidos pelos seus envolvimentos nos crimes Tate-LaBianca, como Charles “Tex” Watson, Susan Atkins, Patricia Krenwinkel e Leslie Van Houten.

Manson tinha 83 anos e estava cumprindo sete penas de prisão perpétua na California’s Corcoran State Prison quando faleceu em novembro de 2017. Descubra o que aconteceu com outros membros da Família Manson:

Linda Kasabian

Depois de dois casamentos que terminaram e o nascimento de sua filha, Kasabian se juntou à comunidade de Manson no Rancho Spahn em julho de 1969. Durante os assassinatos Tate-LaBianca, ela ficou esperando do lado de fora. Por sua contribuição como testemunha, ela ganhou imunidade. No julgamento, ela contou aos jurados que as mulheres de Manson faziam de tudo por ele. Depois disso, ela mudou de nome para preservar a identidade. Ela faleceu em janeiro de 2023 aos 73 anos.

Mary Brunner

Mary conheceu Charles Manson em 1967 e às vezes é referida como sua primeira seguidora. Em abril de 1968, ela deu à luz o filho de Manson. Brunner foi acusada pelo assassinato de Gary Hinman, mas mais tarde recebeu imunidade por testemunhar contra os seguidores de Manson Bobby Beausoleil e Susan Atkins.

Porém, em 1971 Brunner ajudou outros membros a tentarem sequestrar um avião para libertar Manson da prisão, armados com mais de cem rifles. Por isso, ela recebeu uma sentença de 20 anos, mas foi liberada sob condicional em 1977. Depois disso, Brunner se distanciou completamente da Família Manson e mudou de identidade para desaparecer do olhar público.

Lynette “Squeaky” Fromme

Enquanto muitos membros da Família foram julgados ou chamados a depor, Fromme e outros seguidores acamparam do lado de fora, propagando sua devoção a Manson a quem estivesse por perto. Fromme nunca foi associada aos assassinatos Tate-LaBianca, mas acabou sendo julgada e condenada pela tentativa de assassinato do presidente Gerald R. Ford em 1975.

Fromme foi condenada à prisão perpétua. No entanto, ela foi liberada em condicional em 2009 e passou a viver discretamente em Nova York com um parceiro. Em 2018, aos 72 anos, publicou um livro sobre sua vida e, em entrevista ao canal ABC News, afirmou ainda amar Charles Manson.

Susan Atkins

Conhecida como “Sexy Sadie” no Rancho Spahn, Susan Atkins foi quem deu com a língua nos dentes e ligou os assassinatos Tate-LaBianca à Família Manson perante as autoridades. Ela foi sentenciada à morte, mas também teve a pena convertida pela mudança na legislação da Califórnia.

Atkins teve seus pedidos de liberdade condicional negados treze vezes. Ela faleceu na cadeia em decorrência de um câncer no cérebro em setembro de 2009, aos 61 anos.

Leslie Van Houten

Van Houten foi indiciada por dois dois homicídios qualificados, além de conspiração para assassinato. Ela teve direito a um novo julgamento em 1976 porque seu advogado tinha sumido durante seu julgamento inicial. Leslie foi considerada culpada e iniciou sua pena em uma instituição para mulheres em Corona em 1978.

Depois de 53 anos detida, ela foi liberada em condicional em julho de 2023. Segundo o Departamento de Correções e Reabilitação da Califórnia, ela tem um termo de condicional de no máximo três anos, sujeito a revisões periódicas.

Patricia Krenwinkel

Krenwinkel foi acusada de sete homicídios qualificados em 1971 e se tornou a presidiária detida por mais tempo na Califórnia após a porte de Susan Atkins. Em maio de 2022, o conselho que avalia as condicionais no estado recomendou que ela fosse liberada.

No entanto, em outubro do mesmo ano o governador da Califórnia Gavin Newson bloqueou sua condicional argumentando que a detenta ainda representava uma ameaça para a sociedade caso estivesse em liberdade. Essa foi a 15ª vez que seu pedido de condicional foi negado.

Tex Watson

Acusado de sete penas de homicídio, Watson foi condenado à pena de morte em 1971, que também foi convertida em prisão perpétua. Mesmo na prisão, ele se casou, se divorciou e virou pai de quatro filhos. Também se graduou em administração e foi ordenado ministro em 1981. Em outubro de 2021 teve seu pedido de condicional negado pela 18ª vez.

Bobby Beausoleil

Bobby Beausoleil foi condenado pelo homicídio qualificado de Gary Hinman em 1970, o primeiro assassinato cometido em nome de Manson e que criou o precedente para a matanã do “Helter Skelter”.

Ele já teve sua liberdade condicional negada cerca de 20 vezes — em 2019, por exemplo, o governador alegou que ele ainda era uma ameaça à sociedade. Embora tecnicamente possa ser elegível à condicional a partir de janeiro de 2025, não há notícias de que ela tenha sido autorizada.