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O que é teoria e o que é fato sobre a morte da princesa Diana

Autor de Causas Não Naturais fala sobre sua análise do caso

29/05/2024

Tragédias que ganham os noticiários mundiais costumam vir carregadas de teorias conspiratórias, principalmente quando envolvem pessoas famosas. Mas para a ciência, somente as evidências importam.

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É por isso que o trabalho de profissionais como o dr. Richard Shepherd é tão importante. Como um bom patologista forense que já realizou mais de 25 mil autópsias em mais de trinta anos de carreira, ele não é influenciado pelas emoções e comoções que crimes, acidentes e tragédias podem causar: seus laudos são emitidos puramente com base na ciência.

No livro Causas Não Naturais, o médico guia o leitor através de seu trabalho na área de patologia forense, desde a cena do crime até os bancos dos tribunais, expondo não somente o fascinante processo do trabalho que executa, mas também os efeitos dessa jornada em sua vida ao longo dos anos.

causas não naturais

Nesses mais de trinta anos, muitos casos de repercussão mundial foram parar na mesa do dr. Shepherd, como o da morte da princesa Diana, em 1997. O episódio trágico gerou muita especulação e rendeu até algumas teorias conspiratórias, relembradas recentemente na última temporada da série The Crown

As teorias de um acidente

Desde o trágico acidente de carro que resultou na morte da princesa Diana, seu namorado Dodi Fayed e o motorista Henri Paul, muitas teorias conspiratórias surgiram, abrangendo desde uma execução contratada pela Família Real Britânica até uma possível gravidez da ex-esposa do então Príncipe de Gales — algumas até mesmo alimentadas por Mohamed Al-Fayed, pai de Dodi. Conheça algumas delas:

Motorista ligado ao serviço secreto: há quem diga que Henri Paul teria sido contratado pelo serviço secreto, e não há consenso quanto ao país: alguns dizem que seria do serviço britânico, francês ou norte-americano. O argumento que sustentaria essa teoria é o de que ele estava em posse de uma quantidade significativa de dinheiro no momento do acidente. Na versão de Mohamed Al-Fayed, o motorista estaria trabalhando para o MI6 e teria sido vítima de uma emboscada.

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Embriagado ou não?: os primeiros exames de sangue realizados apontaram que o motorista estava altamente alcoolizado no momento do acidente. Porém, Mohamed Al-Fayed contratou um patologista próprio para refutar essa conclusão dos investigadores franceses. Um terceiro exame, mais conclusivo, foi realizado e apontou que Henri Paul estava, de fato, sob efeito do álcool no momento do acidente, e não só isso: ele também estava tomando antidepressivos.

acidente diana

Gravidez e envolvimento da Família Real: uma das teorias que mais repercutiu foi a que sugeria que Diana estivesse grávida de Dodi e que os dois estariam prestes a noivar. A possibilidade de um filho de origem muçulmana vindo da mãe do futuro rei da Inglaterra teria motivado a Família Real britânica a “encomendar” a morte de Diana. A teoria, claro, ganhou combustível com as afirmações de Mohamed Al-Fayed de que o casal iria anunciar o noivado no dia seguinte ao acidente. O magnata ainda alegou que o corpo de Diana teria sido embalsamado rapidamente após o acidente para que a gestação não fosse detectada em exames — ignorando completamente que o embalsamamento não seria capaz de disfarçar as alterações no útero de Diana, caso ela estivesse grávida.

Cinto de segurança: uma das teorias relacionadas à possibilidade de uma execução diz que os cintos de seguranças do veículo tinham sido sabotados. O argumento se baseia simplesmente nos depoimentos de pessoas próximas a ela que dizem que ela sempre afivelava o cinto de segurança quando entrava em um carro.

O que é verdade sobre a morte da princesa Diana

Na madrugada do dia 31 de agosto de 1997, a Princesa de Gales e Dodi Fayed morreram no trágico acidente de carro em um túnel de Paris. O dr. Shepherd reexaminou o corpo de Diana para o inquérito oficial que investigou sua morte e conta um pouco dessa experiência em Causas Não Naturais

dr richard shepherd

Em 2004, sir John Stevens conduziu uma investigação policial para elucidar de uma vez por todas se o que houve foi mesmo um acidente de trânsito, e Shepherd foi chamado para revisar as evidências

Naquela noite, Henri Paul estava no banco de motorista, ao seu lado, no banco da frente, estava o segurança Trevor Rees-Jones. Dodi estava atrás de Paul, enquanto Diana sentava à sua direita, atrás de Jones. O único dos quatro que estava usando um cinto de segurança foi Jones, também o único sobrevivente.

Na colisão, o motorista Henri Paul atingiu o volante, mas microssegundos depois disso, também foi atingido por trás pelo corpo de Dodi, quase que como um airbag humano do herdeiro Fayed. Os dois morreram instantaneamente. Diana teve um pouco mais de sorte porque Jones estava usando cinto.

princesa diana

O segurança foi contido pelo cinto e parcialmente protegido pelo airbag, que havia acionado, enquanto o corpo de Diana foi catapultado do banco de trás. Ela era muito mais leve do que Dodi e o cinto de Jones absorveu um pouco da força com que ela fora lançada, diminuindo um pouco o impacto para ela.

De fato, ela sofreu algumas fraturas ósseas e teve um pequeno machucado no peito. Porém, isso incluiu uma minúscula ruptura na veia de um dos pulmões. Quando a ambulância chegou, ela estava estável e capaz de se comunicar. Só que, enquanto os socorristas focavam no resgate do segurança, aquela veia começou a sangrar lentamente pelo seu peito.

Na ambulância, ela foi perdendo a consciência aos poucos e quando teve uma parada cardíaca fizeram de tudo para ressuscitá-la. Chegando ao hospital, ela foi submetida a cirurgia, quando identificaram o dano na veia e tentaram repará-la. Infelizmente, já era tarde demais.

princesa diana

O fato de ela ter permanecido consciente por um tempo é bem característico da ruptura de uma veia vital. Anatomicamente, ela está escondida, bem dentro do centro do tórax. Diferentemente das artérias, que são mais pressurizadas, veias sangram muito mais devagar — ao ponto de dificultar o diagnóstico. Mesmo que identificado o problema, reparar essas veias é ainda mais difícil.

“O trauma específico dela é tão raro que em toda a minha carreira acredito não ter visto outro igual”, afirma Shepherd. “Diana tinha um dano muito pequeno — mas no lugar errado”, complementa o patologista.

Por ser uma tragédia tão específica, é de se especular todas as maneiras com que a morte de Diana poderia ter sido evitada. Se ela tivesse sido projetada para frente num ângulo diferente; se seu corpo tivesse sido lançado um pouco mais devagar; se ela tivesse sido colocada numa ambulância e levada ao hospital imediatamente. 

causas não naturais

Ainda assim, o principal fator que poderia decidir sobre a vida ou a morte de Diana teria sido o uso do cinto de segurança, segundo o especialista. “Se ela tivesse sido contida pelo cinto, provavelmente apareceria em público dois dias depois com um olho roxo, talvez um pouco ofegante por causa das costelas quebradas e com o braço quebrado em uma tipoia.”

Para o dr. Richard Shepherd, a patologia da sua morte é inquestionável. O fato de uma ruptura tão pequena, mas tão fatal, ter resultado na morte de Diana é o que continua alimentando teorias conspiratórias. Como um profissional acostumado a ver a morte e suas causas todos os dias, a conclusão é apenas uma: “Foi um trágico acidente”.

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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