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Por que o caso BTK é tão perturbador?

Levantamos alguns motivos possíveis

09/05/2023

Ao longo de décadas os assassinatos cometidos por um serial killer intitulado BTK aterrorizaram a cidade de Wichita. Passados quase vinte anos desde a descoberta da identidade de Dennis Rader e sua prisão, o caso BTK continua a assombrar o universo do true crime.

LEIA TAMBÉM: 6 FATOS PERTURBADORES SOBRE O ASSASSINO BTK

Os DarkSiders empenhados em descobrir detalhes sobre os crimes e as vítimas de Rader contam com duas obras essenciais da marca Crime Scene. BTK Profile: Máscara da Maldade apresenta uma cobertura completa realizada por quem acompanhou o caso desde o início, em 1974. Já BTK: Meu Pai traz um relato íntimo e comovente de uma vítima indireta do assassino: sua filha Kerri Rawson, que carrega até hoje o trauma de não desconfiar que o próprio pai era um serial killer.

Infelizmente, Rader está longe de ser o único assassino em série em atividade nas últimas décadas. Ele integra uma galeria infame de criminosos brutais que têm seus casos dissecados até os dias atuais, como Ted Bundy, Jeffrey Dahmer e John Wayne Gacy, que se tornaram objeto de livros, filmes, séries e documentários.

Mesmo sem ter seu caso explorado em obras recentes do audiovisual, como a antologia Monsters, a série documental Conversations with a Killer e Mindhunter — que flertou com a possibilidade de abordar o caso BTK, mas nunca a desenvolveu por completo —, o caso do assassino que amarrava, torturava e matava suas vítimas segue intrigando pessoas no mundo do true crime. E a gente levantou algumas possibilidades que tornam esses crimes tão perturbadores.

1. Um assassino acima de qualquer suspeita

Dennis Rader era o que muitas pessoas chamariam de “cidadão de bem”. Casado, com filhos, membro da congregação local, líder dos escoteiros e funcionário de uma empresa de segurança residencial. Como alguém imaginaria que ele também era o sádico assassino que em seu primeiro crime dizimou quase uma família inteira?

dennis rader

A vida “civil” de Rader entra em conflito com noções do senso comum do que seria um assassino em série. Esperamos alguma espécie de monstro, um ser subversivo, alguém incapaz de humanidade. A rotina absolutamente mundana do criminoso traz a incômoda constatação de que quem comete crimes tão terríveis é sim uma pessoa de carne e osso, que pode ser o nosso vizinho, amigo ou colega de trabalho. O BTK trouxe a angustiante sensação de que criminosos andam, respiram e vivem entre nós — e não temos a mínima ideia de quem eles sejam.

2. A crueldade à qual ele submetia as vítimas

O primeiro crime cometido por ele já é motivo suficiente para se horrorizar com sua crueldade. Em 1974 ele matou quatro membros da família Otero: Joseph, de 38 anos; Julie, de 33; Josephine, de 11; e Joseph Junior, de apenas 9 anos. Pais e filhos foram encontrados pelos outros três filhos do casal, que estavam na escola durante os assassinatos.

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Seus métodos, como o seu apelido sugere, envolviam amarrar e torturar suas vítimas. Ele costumava escolher suas vítimas com frieza, preparando-se para uma série de ações que culminariam com o assassinato: cortar as linhas telefônicas da casa, dominar a vítima com uma arma, amarrá-las, matá-las e se masturbar sobre seus corpos. O método de acabar com a vida das vítimas não era menos cruel, frequentemente empregando sufocamento, asfixia ou enforcamento.

3. As macabras lembranças

Como se a frieza e a crueldade da preparação e da prática dos assassinatos não fossem suficientes, Rader tinha um costume macabro: guardar souvenirs de suas vítimas. Quando ele foi capturado foram encontradas inúmeras fotografias instantâneas de suas vítimas e das cenas do crime.

Algumas das fotos foram retiradas muito tempo após os assassinatos terem sido cometidos, indicando que ele se arriscou a visitar o cadáver em decomposição de uma das vítimas para tirar mais fotografias. Em vez de guardá-las em algum local seguro, Rader costumava espalhá-las por diferentes ambientes frequentados por ele, como sua casa, trabalho e até na igreja. 

btk

Segundo o professor de psiquiatria da Universidade da Califórnia, Park Dietz, o hábito de guardar lembranças da vítima é mantido por muitos assassinos em série para estender a excitação sobre os próprios crimes. De certa maneira, ao guardar fotografias eles perpetuam sua captura e a lembrança de sua “dominação” sobre as vítimas.

4. A natureza errática dos crimes

Quando pensamos em serial killers tendemos a pensar que eles possuem um padrão muito bem definido. Achamos que eles matam a cada tantos dias, meses ou anos, e que suas vítimas possuem traços ou características muito comuns entre si. Nada disso se aplica muito bem a Dennis Rader.

Apesar de ter mulheres como alvo principal, ele também matou um homem e duas crianças — um outro homem conseguiu escapar. Ele também não possuía um padrão muito específico quanto à idade de suas vítimas, cuja faixa etária variou dos 9 aos 62 anos de idade.

O assassino BTK também não tinha uma periodicidade fixa para seus crimes. Metade dos assassinatos foram cometidos em 1974 — destes cinco, quatro foram apenas da família Otero. Três anos depois ele matou mais duas vítimas. Os últimos três assassinatos foram cometidos em 1985, 1986 e 1991. A inconstância do padrão dá uma enervante sensação de que qualquer um pode ser atacado e a qualquer momento.

5. A ausência de qualquer tipo de “justificativa”

Sempre que um crime brutal ocorre, a pergunta mais comum a ser feita diz respeito às motivações para o ocorrido. Afinal, o que justifica tanta violência? O que leva uma pessoa a matar outra? A matar várias outras? Este é provavelmente o ponto mais intrigante em relação a Dennis Rader: ele não tinha características que muitos criminosos costumam apresentar justificando qualquer relação com a sua brutalidade.

O sádico assassino tinha três irmãos, pais com emprego fixo e uma infância que pode ser considerada absolutamente comum e estável. Adulto, formou uma família igualmente normal. Seus três irmãos também levaram vidas pacatas e sem registros de crimes.

Em seu julgamento, Dennis Rader tentou justificar seus crimes por um suposto ressentimento da mãe não ter lhe dado atenção, por uma pancada na cabeça e pelo que se tornou a mais conhecida das desculpas: o Fator X. Segundo ele, esse tal “Fator X” seria uma força maligna que despertava uma outra personalidade dele, à qual ele se referia como “o Minotauro”. Ou seja, até hoje seguimos sem saber.

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Tentar traçar perfis de assassinos em série ou até mesmo buscar compreender o que estaria por trás da maldade humana tem sido objeto de estudo de especialistas há décadas. Se você se interessa por este campo da ciência forense, pode ampliar seus conhecimentos investigativos com Mindhunter Profile: Serial Killers, de Robert K. Ressler e Tom Schachtman; Cruel: Índice da Maldade, de Michael H. Stone e Gary Brucato; e Serial Killers: Louco ou Cruel, de Ilana Casoy.

LEIA TAMBÉM: CONHEÇA 3 PERSONAGENS INSPIRADOS NO ASSASSINO BTK

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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