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Sombrias e reflexivas: conheça as releituras dark de A Pequena Sereia

Autoras Caitlín R. Kiernan e Louise O’Neil dão novos significados ao clássico de Hans Christian Andersen em suas histórias

23/01/2020

Uma das autoras mais versáteis de fantasia dark e ficção científica retorna à DarkSide® Books. Em O Mundo Invisível Entre Nós, publicado pela linha DarkLove, a caveira reúne contos de Caitlín R. Kiernan, autora de A Menina Submersa. A coletânea conta com os mais fantásticos e premiados contos da escritora, além de histórias aclamadas, textos raros e sua primeira novela sci-fi.

LEIA TAMBÉM: CAITLÍN R. KIERNAN RETORNA EM O MUNDO INVISÍVEL ENTRE NÓS

Conhecida pelo seu talento com as palavras, Kiernan fascina seus fãs pela sua prosa poética, pela estranheza fascinante de suas histórias e por seus personagens profundos e multifacetados. Em A Menina Submersa, primeiro livro da autora publicado pela DarkSide®, ela conduz o leitor em um labirinto mental com criaturas mágicas, como fantasmas, sereias e licantropos.

Em O Mundo Invisível Entre Nós, um clássico que marcou a infância de muita gente ganha uma versão no mínimo inusitada. A Pequena Sereia, de Hans Christian Andersen, ganha uma releitura “punk-rock febril”, segundo as palavras da própria autora.

Publicado originalmente em 1994, o conto Lágrimas Sete vezes Sal se distancia bastante do original principalmente pela sua contextualização: em vez de viver em um reino subaquático, a protagonista (que recebe o nome de Jenny) mora em um apartamento em Nova York. A escolha da autora é proposital, já que este foi seu primeiro conto escrito após ela ter se mudado para Manhattan. Segundo Kiernan, o que a motivou a reescrever a história sob esta ótica foi imaginar o que há debaixo dos metrôs da cidade.

Novas visões para um clássico

Não foi só Caitlín R. Kiernan que imaginou uma versão mais moderna para a história da sereia que queria se tornar humana. Em A Pequena Sereia & o Reino das Ilusões, a irlandesa Louise O’Neil dá uma abordagem feminista ao clássico.

Com uma ambientação mais próxima ao original, O’Neil mostra através de sua protagonista Gaia as frustrações e limitações em se viver em um mundo dominado por homens. Através de personagens imperfeitos que flutuam pela espinha dorsal da história de Andersen, a autora aponta as injustiças do machismo e traz o assunto para a reflexão dos leitores.

Diferentemente da abordagem de O’Neil, o conto de Kiernan é muito mais sombrio e introspectivo, mas toca num aspecto central da história original: a de se sentir, literalmente, um peixe fora d’água. Com uma narrativa não-linear, a autora explora os aspectos mais profundos da personalidade de Jenny, que sempre se sentiu uma excluída da sociedade, na própria casa e em seu próprio corpo.

LEIA TAMBÉM: A PEQUENA SEREIA & O REINO DAS ILUSÕES: RELEITURA NA HORA CERTA

Elementos comuns às duas histórias (e ao livro de Andersen) são a ausência da mãe, o comportamento agressivo do pai e o único tipo de orientação familiar vir da avó da protagonista. Esta carência de referência materna e a inquietação para viver algo diferente são os fatores que levam Gaia e Jenny a buscarem ajuda de uma outra mulher — no clássico, a Bruxa do Mar —, que resolve o problema rapidamente, mas que traz trágicas implicações à vida da protagonista.

Enquanto Gaia luta contra as frustrações de um mundo dominado por homens, em que mulheres são arbitrariamente jogadas umas contra as outras, Jenny lida com seus demônios internos e com o inferno que ela fez questão de perseguir em busca de sua verdadeira identidade. A história de Kiernan captura aspectos que vão da fantasia ao expressionismo e até ao colapso mental.

Há mais de 130 anos a história de Hans Christian Andersen é marcada pelo mistério na sua mensagem e por ser sinistra demais para o público infantil. Caitlín R. Kiernan e Louise O’Neil encheram o clássico de novos significados, sejam eles coletivos ou individuais. Tanto O Mundo Invisível Entre Nós como A Pequena Sereia & o Reino das Ilusões são um convite a mergulhar nestes universos sombrios e absolutamente fascinantes.

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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