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Vírus de Marburg: Conheça a infecção que está causando surto na Guiné Equatorial

Microrganismo causa doença letal citada em Medicina Macabra 3

23/02/2023

Um vírus não tão novo assim está novamente preocupando autoridades sanitárias e populações inteiras. No último dia 13 de fevereiro a Guiné Equatorial confirmou o seu primeiro surto do vírus de Marburg, que causa uma doença de letalidade semelhante ao ebola.

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Foram realizados testes preliminares para investigar a causa da morte de pelo menos nove pessoas no leste do país, e uma das amostras testou positivo para a febre hemorrágica do Marburg. Além das nove mortes, outros dezesseis casos suspeitos estão sendo investigados. Os sintomas incluem febre, fadiga, vômitos e diarreias com presença de sangue.

Ao mesmo tempo em que são conduzidas investigações de casos suspeitos, equipes estão rastreando pessoas que possivelmente tiveram contato com o vírus, isolando-as e fornecendo medicamentos para quem manifesta sintomas.

O que é o vírus de Marburg

Se você já leu Medicina Macabra 3, já se deparou com o Marburg antes. O livro dos irmãos Barry e David Zimmerman dedica um capítulo aos vírus emergentes, que inicia justamente no Marburg. O nome é uma referência à cidade alemã onde foi identificado pela primeira vez.

medicina macabra 3

Em agosto de 1967, três funcionários de uma fabricante de vacinas apresentaram sintomas como dores musculares e febre baixa, o que levantou suspeitas de uma possível gripe. Porém, logo os sinais evoluíram para vômito, diarreia, olhos gravemente injetados de sangue, além de erupções cutâneas dolorosas. Suas gargantas ficaram feridas a tal ponto que eles não conseguiam engolir. Dez dias depois do início dos sintomas, eles começaram a vomitar e a defecar sangue. Definitivamente não era uma gripe.

Tratava-se do vírus de Marburg, uma infecção hoje conhecida por ser uma febre hemorrágica. Nesses casos, os pacientes começam a sangrar de maneira descontrolada. Com os fatores de coagulação exauridos, o sangue começa a verter por todos os poros do corpo, levando consigo tecidos danificados.

Naquela ocasião, 31 europeus foram infectados com o vírus de Marburg, sete deles morreram. Depois, o vírus desapareceu de modo tão repentino quanto havia surgido.

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De onde vem o vírus de Marburg?

Em uma exaustiva busca pela origem do vírus, os cientistas da época descobriram que todas as pessoas inicialmente doentes tiveram contato com macacos ou manusearam tecidos desses animais. E um tipo específico do animal: macacos-verdes africanos, enviados de Uganda em três remessas separadas.

Isso significa que o vírus havia emergido, ou seja, pulado de uma espécie animal para a outra. Quando isso ocorre, as consequências tendem a ser letais para o novo hospedeiro, cujo sistema imune ainda não possui as defesas necessárias para o novo parasita. 

Como o Marburg se mostrou um vírus tão letal para aqueles macacos quanto para os humanos, os cientistas descartaram a hipótese de que eles fossem os hospedeiros naturais do microrganismo. Era muito mais provável que houvesse um reservatório de vírus de Marburg escondido em algum outro animal das florestas tropicais. Hoje sabemos que a maioria das infecções iniciais da doença ocorrem em decorrência de exposições prolongadas em minas ou cavernas habitadas por colônias de morcegos do tipo Rousettus.

morcego rousettus
Jens Rydell/PBS

Desde o surto alemão de 1967, o vírus atacou outras vezes, como em 1976 e 1990. Recentemente foram reportados casos na Guiné em 2021 e em Gana em 2022. Para se ter uma ideia, esse último surto da doença em Gana teve duração de dois meses: de julho a setembro.

Sintomas, incubação e transmissão

O vírus de Marburg pode ser transmitido através do contato com sangue ou fluidos corporais, como urina, saliva, suor, fezes, vômito, leite materno, fluido amniótico e sêmen. O contágio também pode ocorrer através de peles descamadas ou de mucosas nos olhos, nariz e boca — ou seja, objetos e superfícies contaminados por alguém doente também podem transmitir o vírus.

O período de incubação pode variar de dois a 21 dias. Os sintomas surgem de repente, incluindo febre, calafrios, dor de cabeça e dores musculares. Por volta do quinto dia, eles podem evoluir para erupções cutâneas que provocam coceira, principalmente no tronco.

Outros sintomas podem incluir náuseas, vômito, dores no peito, dor de garganta, dor abdominal e diarreia. Conforme se tornam mais graves, o paciente pode apresentar icterícia, pancreatite, severa perda de peso, delírios, choque, falência do fígado, hemorragia considerável e disfunções múltiplas de órgãos.

Muitos sintomas do vírus de Marburg são semelhantes aos da malária, febre tifoide e outras febres hemorrágicas virais que são endêmicas em algumas regiões da África, onde também ocorrem casos de ebola e lassa. Isso torna o diagnóstico ainda mais difícil.

Estima-se que a fatalidade do vírus de Marburg possa variar entre 23% e 90%, números semelhantes aos do ebola.

Um vírus muito quente

O estudo do vírus de Marburg ainda ocorre a passos muito lentos porque ele é muito “quente”. Esse é o nome dado aos vírus que se espalham rapidamente, matam com rapidez, têm alta taxa de mortalidade e não têm cura ou vacina preventiva. 

Para estudar esses vírus muito quentes, os médicos usam verdadeiros trajes espaciais pesados, com suprimento de ar independente, para evitar que qualquer parte do corpo entre em contato com o Marburg. Animais e espécimes de tecido infectados costumam ser manuseados em caixas herméticas de vidro e aço, com luvas fixadas permanentemente.

O exército se refere aos vírus com esse nível de precaução como “agente de Nível de Biossegurança 4”, ou simplesmente NB-4. Os laboratórios de Nível 4 são mantidos sob constante pressão negativa do ar, para evitar que os vírus escapem pelo ar.

laboratório NB4
Christian Charisius/ DPA/ ZUMAPRESS

Ao sair de um laboratório de Nível 4, os cientistas precisam ser descontaminados com luz ultravioleta, pois essa radiação destrói o material genético desses vírus. Eles também precisam passar por um banho químico de sete minutos, para garantir que nenhum micróbio oportunista sobreviva.

Embora não existam vacinas ou tratamentos antivirais para combater o Marburg, há alguns tratamentos que ajudam a aumentar as chances de sobrevivência, como reidratação e tratamento de sintomas específicos. Ainda são avaliadas por autoridades de saúde outros tratamentos em potencial, como hemoderivados, imunoterapia, tratamentos farmacológicos e até mesmo vacinas que estão em fases iniciais de desenvolvimento.

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Sobre DarkSide

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