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Você sabe o que é ficção histórica?

Conheça 5 exemplos literários

15/01/2025

A literatura possui o poder de transportar os leitores para os lugares mais variados possíveis, de cenários mágicos e deslumbrantes até locais sombrios e horripilantes. Entre tantos gêneros capazes de nos proporcionar essa viagem existe um que ainda conta com a habilidade de nos fazer viajar no tempo: a ficção histórica

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Embora seja formalmente a união de duas palavras que parecem contraditórias, a ficção histórica é um dos gêneros mais amados pelos leitores, sendo capaz de nos levar a tempos e lugares do passado sem abrir mão da ficção e da imaginação. Resumidamente, a ficção histórica é um gênero literário que entrelaça elementos e narrativas ficcionais com eventos, personalidades e cenários históricos reais, enfatizando justamente a precisão histórica.

Isso quer dizer que essencialmente o que destaca a ficção histórica de outros estilos literários não é apenas seu enquadramento no passado, mas também sua adesão às normas, realidades e fatos do período que retrata. Desta forma, o gênero se destaca entre os leitores por oferecer um tipo de “viagem no tempo”, tornando o passado vivo por meio de uma minuciosa pesquisa feita por seus autores.

Existe um consenso de que para uma obra ser considerada ficção histórica, ela precisa ser ambientada pelo menos 50 anos antes do ano de sua publicação, ou seja, do tempo presente do autor. Além disso, existem algumas “regras” que precisam ser seguidas, como a utilização de um contexto histórico verificado. Isso significa que, além de pesquisar os eventos, locais e contextos culturais com os quais vai trabalhar, o autor precisa construir um mundo ambientado em um tempo e um espaço culturalmente reconhecíveis. O que isso quer dizer? Bem, quer dizer que a história do livro precisa ressoar com fatos e outros conhecimentos que temos sobre o período.

Outro ponto importante é que a ficção histórica caminha o tempo inteiro entre o fato e a ficção. Ou seja, os detalhes e a ação da narrativa são produto de uma mistura entre eventos reais e a imaginação do autor, que preenche as lacunas necessárias. No entanto, os fatos e momentos históricos, comprovados e pesquisados, sempre devem influenciar o desenrolar da história. Nesse sentido, obras de ficção histórica podem ser ambientadas em qualquer período de tempo, explorando os mais diferentes eventos, figuras e contextos históricos. 

Além disso, os personagens podem ser tanto figuras históricas reais, que realmente existiram, quanto criações fictícias. Em alguns casos, eles podem até ser ambos, com o autor preenchendo lacunas sobre suas vidas e personalidades. Isso permite que tais personagens interajam com contextos históricos conhecidos, proporcionando ao leitor uma nova perspectiva. Enquanto os eventos e contextos que estruturam a obra precisam ser verídicos, a maneira pela qual os personagens — sejam eles fictícios ou não — experimentam, interagem e se deslocam nesses meios pode ser fruto da imaginação do autor

Nesse sentido, os autores de ficção histórica sempre possuem liberdade criativa. Algumas vezes, por exemplo, o acontecimento histórico complementa uma parte da narrativa, já em outras, eventos e épocas podem ser mostrados a partir de diferentes pontos de vista. Contudo, o mais importante é que a narrativa não pode se desviar significativamente da História como a conhecemos. Caso isso aconteça, a obra tem mais chances de ser considerada parte do gênero da história alternativa, conhecida por especular sobre algo que poderia ter acontecido, criando a partir disso diferentes cenários do passado. 

Precisa de alguns exemplos de ficção histórica? Não se preocupe que a Caveira separou cinco títulos pertencentes ao gênero para você conhecer.

1. Aqua Tofana, de Cathryn Kemp

Em Aqua Tofana, Cathryn Kemp reimagina a história de Giulia Tofana, uma mulher que realmente viveu em Roma no século XVII e que entrou para a história como uma exímia envenenadora. Inserida no submundo mágico e criminoso de Roma, Giulia ajudou diversas mulheres oprimidas a se livrarem de seus maridos abusivos por meio de uma poção mortal e indetectável conhecida como “Aqua Tofana”.

aqua tofana

Fruto de uma intensa pesquisa histórica de Kemp, Aqua Tofana, lançamento da marca Crime Scene Fiction da DarkSide® Books, amplia as lacunas da história real de Giulia e lhe devolve a voz, reimaginando sua fascinante existência e lenda. Exemplo primoroso de ficção histórica, a obra leva os leitores por uma jornada por este período histórico da Idade Moderna e por alguns de seus personagens mais famosos e controversos. 

2. Crianças de Atlanta, de Toni Cade Bambara

Entre julho de 1979 e maio de 1981, pelo menos 28 pessoas, na sua maioria meninos e adolescentes negros, foram sequestrados e assassinados na região de Atlanta, nos Estados Unidos. Embora um homem, Wayne Williams, tenha sido julgado e condenado, a grande maioria dos assassinatos permanece sem solução até hoje. Escrito pela aclamada escritora Toni Cade Bambara, que passou doze anos debruçada sobre este episódio, conhecido como Assassinatos das Crianças de Atlanta, Crianças de Atlanta expande o caso real em uma ficção emocionante, construindo um desfecho possível para um crime que há anos vem causando dor para inúmeras famílias.

crianças de atlanta

Unindo ficção e história, Bambara cria uma personagem fictícia, Zala Spencer, mãe de três filhos que acorda em 20 de julho de 1980 e descobre que seu filho adolescente, Sonny, está desaparecido. Com o passar do tempo, ela percebe que o sumiço de Sonny está conectado com os casos de diversas crianças desaparecidas no local. Por meio de uma família fictícia, Crianças de Atlanta conduz o leitor por esse doloroso caso real, marcado por tensões políticas, raciais e de classe. 

3. Guerra, Adorável Guerra, de Julie Berry

Escrito por Julie Berry, conhecida como “a mestra moderna da ficção histórica”, Guerra, Adorável Guerra traz uma jornada histórica pela Primeira e Segunda Guerra Mundial a partir de um inusitado grupo de narradores: os deuses do Olimpo. Aqui, somos apresentados a uma história de amor multifacetada que transcende a violência e a devastação da guerra, onde quatro mortais — personagens fictícios inventados por Berry — têm seus destinos e corações narrados pelos deuses olimpianos.

guerra adoravel guerra

Ambientada entre a Primeira Guerra Mundial em 1917 e a Segunda Guerra Mundial, Guerra, Adorável Guerra ainda aborda temas como o racismo no regimento de soldados negros dos Estados e as dinâmicas sociais da época. 

4. Eu, Tituba: Bruxa Negra de Salem, de Maryse Condé

Publicado em 1986 pela escritora francófona Maryse Condé, Eu, Tituba: Bruxa Negra de Salem reconta de forma ficcional a história dos julgamentos das bruxas de Salem no final do século XVII. A autora parte de uma personagem verídica, Tituba, uma mulher negra e escravizada que realmente existiu e se tornou uma das primeiras acusadas de bruxaria nos tribunais de Salem, para abordar temas como escravidão, resistência, machismo e a diáspora do povo negro, além da própria caça às bruxas na Nova Inglaterra.

eu, tituba

Narrada em primeira pessoa, Eu, Tituba traz uma história baseada em eventos e personalidades reais, mas que utiliza a ficção para preencher as lacunas deixadas pelos registros históricos, conferindo protagonismo e voz para Tituba, além de denunciar a tentativa de seu apagamento histórico. 

5. O Nome da Rosa, de Umberto Eco

Possivelmente um dos exemplos mais famosos de ficção histórica, O Nome da Rosa foi publicado em 1980 pelo escritor e pesquisador italiano Umberto Eco. Escrita como um romance detetivesco, a obra é ambientada em um mosteiro beneditino italiano em 1327 e acompanha o frei Guilherme de Baskerville, enviado para investigar supostas heresias, mas tem sua missão interrompida pelo início de misteriosos assassinatos no local.

o nome da rosa

Mesclando história com ficção e demonstrando um minucioso trabalho de pesquisa, O Nome da Rosa reconstrói a atmosfera medieval do século XIV, levando o leitor para a época do Papa João XXII e abordando eventos e questões históricas, como a política da Igreja Católica, a vida monástica e a filosofia medieval. Em 1986, o livro foi adaptado para os cinemas por Jean-Jacques Annaud em uma produção homônima estrelada por Sean Connery, F. Murray Abraham e Christian Slater. 

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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