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10 Curiosidades sobre George Orwell

Autor de 1984 e Revolução dos Bichos nasceu há 120 anos

22/06/2023

Conhecido por seus dois grandes clássicos, 1984 e A Revolução dos Bichos, George Orwell é um autor cujas obras praticamente dispensam apresentações. Seus trabalhos sarcásticos e provocantes não influenciaram apenas a história da literatura distópica, mas também a forma como nós, seus leitores, encaramos a nós mesmos e nossas formas de organização coletiva. 

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Embora Orwell seja extremamente conhecido por seus livros e talento singular, ele era muito mais do que isso, deixando para trás uma história de vida tão interessante e peculiar quanto as narrativas que escrevia. Nascido em 25 de junho de 1903, em Motihari, na Índia, o autor teve um começo de vida relativamente comum para um menino de classe média alta na Inglaterra, para onde se mudou ainda bebê. No entanto, com o passar dos anos sua vida passou longe do comum, tornando-se digna de uma grande narrativa. É exatamente o que relata 1903: Orwell, biografia em quadrinhos roteirizada por Pierre Christin e desenhada por Sébastien Verdier, lançada no Brasil pela DarkSide® Books

1903

Com uma vida fascinante, escrever livros distópicos se mostrou apenas uma pequena faceta de quem era George Orwell. Por isso, hoje a Caveira separou algumas curiosidades fascinantes sobre o autor que definitivamente vão te surpreender. 

1. Nem George, nem Orwell

Seu nome de batismo era, na verdade, Eric Arthur Blair. Desde jovem, Eric queria se tornar um escritor famoso, pretendendo assinar seus livros como E.A. Blair, já que achava que Eric não era um nome adequado para um escritor de respeito. 

No entanto, quando seu primeiro livro, Na Pior em Paris e Londres, foi publicado em 1933, o autor teve que recorrer a um pseudônimo completo. Eric sentia que sua família não iria gostar que o público soubesse que seu filho, que frequentou as melhores escolas do país, se submeteu a uma radical experiência de extrema pobreza, que resultou no livro em questão. Ele então forneceu ao editor uma lista de diversos pseudônimos possíveis. Entre várias possibilidades, como P.S. Burton, Kenneth Miles e H. Lewis Allways, Eric escolheu seu preferido. Nascia assim George Orwell.

2. O homem das mil profissões

Durante grande parte de sua carreira, George Orwell precisou conciliar seu trabalho como autor com outras atividades remuneradas. Embora escrever fosse sua vocação, ao longo dos anos ele exerceu as mais diversas e inusitadas profissões. 

Orwell trabalhou como policial imperial na Birmânia (atual Myanmar), foi professor de uma escola de ensino médio e funcionário de uma livraria. Atuou como propagandista para a BBC durante a Segunda Guerra Mundial, foi editor de livros e também correspondente de guerra. Além disso, trabalhou temporariamente cozinhando e lavando louça em Paris, colhendo lúpulo em Kent, Inglaterra, e acompanhou operários das minas de carvão em Wigan Pier, ao norte da Inglaterra.

3. Foi preso… de propósito!

Em 1931, enquanto realizava pesquisas para o livro Na Pior em Paris e Londres, uma memória dividida em duas partes sobre o tema da pobreza nas duas cidades, Orwell foi preso de propósito! O autor fez isso com o intuito de vivenciar a prisão e se aproximar de algumas pessoas que estava pesquisando. Na época, ele usava o pseudônimo Edward Burton, passando-se por um pobre e humilde pescador. Após beber inúmeras canecas de cerveja e quase uma garrafa inteira de uísque, Orwell causou uma grande confusão e, embora nunca tenha sido divulgado o que foi dito ou feito, conseguiu ser preso. 

Mas os planos do jovem autor não se desenrolaram exatamente como ele esperava. O crime não lhe rendeu um período muito extenso na prisão e ele foi liberado após passar 48 horas sob custódia da polícia, o que diminuiu substancialmente sua pesquisa de campo.

4. Lutou voluntariamente na Guerra Civil Espanhola

Na década de 1930, entre 1936 e 1939, a Espanha foi palco de um conflito armado entre dois grupos, os republicanos e os nacionalistas, estes liderados pelo ditador Francisco Franco. Inúmeros escritores famosos, como Ernest Hemingway, se envolveram na guerra e não foi diferente com Orwell, que chegou ao país logo depois que o conflito estourou em 1936, esperando escrever artigos e reportagens sobre a situação espanhola

guerra civil espanhola
Harry Milton Papers/Hoover Institution Library & Archives

Contudo, aos 33 anos, Orwell fez muito mais do que apenas escrever e se voluntariou para lutar ao lado dos republicanos contra o fascismo. No ano seguinte, durante a batalha, o autor acabou ferido e quase morreu após levar um tiro na garganta. Sua experiência no conflito foi relatada na obra Homenagem à Catalunha, publicada em 1938.

5. A Revolução dos Bichos quase foi perdido

Após lutar na Guerra Civil Espanhola, Orwell foi declarado clinicamente inapto para o serviço militar, o que fez com que não conseguisse se alistar na Segunda Guerra Mundial. Ainda assim, ele conseguiu se unir aos Voluntários Locais de Defesa, uma organização de defesa do exército britânico composta por voluntários não elegíveis para o serviço militar.  

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Durante o conflito, Orwell permaneceu em Londres e em 1944, sua residência na 10 Mortimer Crescente foi atingida por uma bomba lançada pelos nazistas. Felizmente, a família não estava no local na hora, mas a casa ficou completamente destruída. Sempre que era possível, Orwell voltava aos escombros para procurar sua coleção de livros e seus papéis, colocando seus achados em um carrinho de mão. Entre um dos achados mais importantes estava o manuscrito de A Revolução dos Bichos, que o autor encontrou intacto após passar horas procurando.

6. Animais de estimação peculiares

Junto com sua primeira esposa Eileen, Orwell cuidava de diversos animais em sua residência em Wallington, na Inglaterra. Eles tinham uma verdadeira fazenda, que se tornou lar de ilustres habitantes como o galo Henry Ford; o filhote de poodle Marx e a cabra Muriel. 

orwell e muriel

Muriel, inclusive, é uma personagem em A Revolução dos Bichos, sendo descrita como o animal mais velho da fazenda, mas também um dos mais inteligentes e íntegros. Ao longo do tempo, ela se tornou um dos personagens mais queridos do livro

7. Foi um dos primeiros a usar o termo “Guerra Fria”

Ao longo de sua carreira, Orwell foi responsável por cunhar diversos termos e neologismos, inspirando a cultura pop até hoje. Mas o que pouca gente sabe é que o autor foi um dos primeiros a utilizar o termo “Guerra Fria” para se referir às tensões entre Estados Unidos e União Soviética após a Segunda Guerra Mundial. 

Dois meses após o bombardeio das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em outubro de 1945, Orwell publicou no jornal Tribune um artigo chamado “You and the Atom Bomb” [Você e a bomba atômica] em que descreve um estado permanente de “guerra fria” entre vizinhos e “uma paz que não é paz”. 

8. Quase morreu afogado enquanto escrevia 1984

Certo dia em 1947, enquanto escrevia 1984 (originalmente intitulado O Último Homem na Europa), Orwell resolveu fazer uma pausa na escrita e levou seu filho e sobrinhos para um passeio de barco pelo Golfo de Corryvreckan, um estreito na costa oeste da Escócia. Contudo, para a surpresa da família, o lugar é conhecido por seus fortes turbilhões de água. O bote de Orwell foi sugado para o turbilhão e acabou virando, atirando todos seus passageiros ao mar. 

Apesar da experiência traumática, felizmente todos sobreviveram e Orwell retornou para escrever 1984, que foi finalmente publicado em 1949. 

1984

9. Conhecia sete idiomas

Em sua juventude, enquanto estudava no prestigioso Eton College, o autor aprendeu francês com ninguém mais, ninguém menos do que Aldous Huxley, que mais tarde escreveria outro clássico distópico, Admirável Mundo Novo. Com o passar dos anos, Orwell e Huxley mantiveram contato, lendo e comentando os trabalhos um do outro.

Além do francês, no qual se tornou fluente, enquanto trabalhava na polícia imperial na Birmânia, Orwell aprendeu sozinho a falar birmanês, visando a se comunicar melhor com os cidadãos locais. Ao longo de sua vida, o autor também estudou e aprendeu latim, grego, espanhol e alemão. Nada mal, não é mesmo? 

10. Foi vítima da tuberculose

Infelizmente, Orwell sofreu de problemas de saúde a vida toda. Após inúmeras recaídas e idas ao hospital, em dezembro de 1947, ele foi diagnosticado com tuberculose, doença que na época era praticamente fatal. Foi durante os períodos de internação para tratar a tuberculose que o autor escreveu 1984, que foi publicado apenas sete meses antes de sua morte, em 21 de janeiro de 1950

george orwell 1984 1903

Como Orwell nunca mudou oficialmente de nome, seu túmulo, localizado em Oxfordshire, Inglaterra, não possui nenhuma menção ao seu famoso pseudônimo contendo o simples epitáfio: “Aqui jaz Eric Arthur Blair”.

Uma história rica e complexa também em quadrinhos

Com uma trajetória que parece ter saído de um enredo cinematográfico, George Orwell deixou sua marca na literatura com obras instigantes que provocam os leitores até os dias de hoje. Referenciadas na cultura pop e na história, suas narrativas continuam ressoando tanto no coletivo quanto no individual. 

Inquieto, criativo e provocador, não é de se espantar que o autor tenha levado uma vida incomum, envolvendo-se nos mais diversos empreendimentos e participando de eventos históricos. Toda essa vivência serviu, de diferentes e inusitadas formas, como combustível para sua maior vocação: escrever e contar histórias únicas

1903

Foi impulsionados por isso, que o roteirista Pierre Christin e o artista visual Sébastien Verdier se uniram para criar a graphic novel 1903: Orwell. Com uma pesquisa histórica e literária de peso, os autores não apenas nos apresentam à vida agitada de Orwell, como também nos aproximam dele com detalhes mais intimistas e pessoais. 

Lançado pela DarkSide® Books, 1903: Orwell é o complemento perfeito não apenas para os fãs do autor, mas também para os leitores interessados no obrigatório 1984, mostrando o quão multifacetado era o homem que nos aterrorizou com o Grande Irmão. 

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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