Quando somos pequenos conhecemos conceitos de bem e mal de forma bem definida e distinta, como forças que não podem ocupar o mesmo espaço. Porém, ao longo da vida começamos a entender que as pessoas possuem vícios e virtudes, que erram e acertam e é impossível ser 100% bom o tempo inteiro, por mais que você tente.
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As histórias de super-heróis, principalmente aquelas vindas dos quadrinhos, também viram a necessidade de evoluir desta forma. Se os primeiros heróis, como o Superman ou o Capitão América, eram retratados de forma exclusivamente virtuosa, o mesmo não pode ser dito de figuras um pouco mais controversas, como Batman, Hulk e Homem de Ferro.
Stan Lee, um dos maiores quadrinistas de todos os tempos, responsável pela maior parte de personagens icônicos da editora Marvel, costumava buscar características mais humanas e abertas ao debate em seus personagens. Os X-Men, por exemplo, contam com diversos personagens de discursos e práticas que podem pender tanto para o bem como para o mal, como é o caso de Magneto, Mística, Jean Grey e Wolverine.
Com dilemas morais mais próximos da realidade, os super-heróis deixaram há muito tempo de ser personagens exclusivos do público infantil, acompanhando audiências mais maduras ao longo das décadas e, em alguns casos, chegando às telonas e alcançando públicos ainda mais abrangentes.
Neste post separamos alguns destes personagens que incorporam tanto aspectos heróicos como vilanescos:
Eric é um rapaz que tem a vida bem fora dos trilhos e se vê obrigado a morar no porão da casa da sua mãe. Com baixa autoestima e uma eterna comparação com seu irmão, ele vê um mundo de novas possibilidades quando uma capa lhe dá poderes.
Diferentemente da ideia do Homem-Aranha de que grandes poderes trazem grandes responsabilidades, Joe Hill apresenta em A Capa, uma das histórias de Joe Hill: Dark Collection vol. 1, um protagonista controverso. Ele até busca ajudar as pessoas, mas do seu jeito, em que a violência é vista por Eric não apenas como um mal necessário, mas como um castigo merecido por gente que pediu por isso.
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A série adaptada dos quadrinhos de Garth Ennis é uma espécie de Liga da Justiça às avessas e isso se concentra na figura do Capitão Pátria. Apesar da imagem de grande herói dos Estados Unidos, a personalidade dele é sádica e fria, mas o personagem é psicopata o suficiente para disfarçar tudo isso e manter sua fama de bom moço.
Por causa de seu comportamento explosivo e agressivo, o Capitão Pátria intimida os demais super-heróis do grupo. Dentre os distúrbios psicológicos que podem ser identificados no personagem, destacam-se a psicopatia e a megalomania.
O grupo de super-heróis de Alan Moore reúne diversos comportamentos controversos e dilemas que evidenciam a impossibilidade de conceber o bem e o mal como forças tão distintas. Um dos personagens que mais incorpora esta dicotomia é o Comediante.
Veterano do Vietnã que presenciou e praticou atrocidades na guerra, o histórico de crimes e atitudes controversas do personagem já existe desde a época em que ele integrava os Minutemen, grupo de heróis anteriores aos Watchmen. Suas ações sempre foram marcadas pela brutalidade e há até um episódio de assédio com sua colega de equipe Sally Jupiter.
Nos filmes o público até se diverte com a irreverência do Deadpool de Ryan Reynolds, mas a figura dele nem sempre é tão simpática. Nos quadrinhos o personagem sempre foi considerado uma espécie de anti-herói, mesmo com tanta simpatia. Vale lembrar que ele foi um dos vilões no primeiro filme do Wolverine, também interpretado por Reynolds. Os novos filmes foram possíveis graças à insistência do ator em “fazer justiça” com o Deadpool.
Mas tal dicotomia tem uma explicação em sua origem nos quadrinhos. Wade Wilson se submeteu aos experimentos do projeto Arma X para deter um câncer. O experimento lhe deu habilidades sobre-humanas de regeneração, porém, deixou o personagem mentalmente instável.
Historicamente conhecido como um dos vilões do universo do Homem-Aranha, Venom também evoluiu para uma personalidade mais ambígua, podendo ser considerado um anti-herói. Isso porque estamos falando de um simbionte alienígena que teve vários hospedeiros, incluindo o próprio Peter Parker.
Seu hóspede costumeiro é Eddie Brock, um mentiroso compulsivo com complexo de herói, um verdadeiro perigo com os poderes de Venom. Quando tomou conta de Peter Parker em seu conhecido traje negro, Venom também o deixou mais agressivo em ação.
Esta super-heroína aposentada que abriu uma agência de investigação na HQ Alias já ganhou até uma série de TV pela Netflix. Quando ainda era uma heroína combatente do crime, ela foi controlada mentalmente pelo vilão Homem Púrpura, que a torturou e a obrigou a cometer atrocidades.
Apesar de ter recebido tratamento na sede da S.H.I.E.L.D. pela própria Jean Grey, ela nunca se recuperou completamente deste trauma e desistiu da vida de vigilante. Em sua carreira de investigadora nunca adotou uma postura que se espera de super-heróis, não escondendo suas falhas e mostrando-se como uma das personagens mais humanas dos quadrinhos.
Originalmente conhecida por compor o icônico rol de vilões das histórias do Batman, Arlequina ficou famosa na pele da atriz Margot Robbie no filme Esquadrão Suicida e depois em seu filme próprio. Aliás, todos os membros do grupo são vilões que precisam agir como heróis para acabar com um mal maior.
A personagem já foi classificada como alguém com transtorno de personalidade dependente, além de apresentar comportamento antissocial. Seu relacionamento mais conhecido é com o Coringa, mas ela também já se envolveu romanticamente com a Hera Venenosa e com o caçador de recompensas Lobo.
De todos os personagens de Batman, a que provavelmente mais migrou do lado dos bonzinhos para os malvados e vice-versa foi a Mulher-Gato. Selina Kyle é uma ladra que existe desde a primeira edição da revista do Batman e foi criada para ser uma vilã. Porém, lá pelo final dos anos 1960 ela ganhou uma personalidade cada vez mais simpática, tornando-se uma anti-heroína.
Um dos principais dilemas da personagem envolve justamente seu relacionamento com o Batman, com quem ela mantém uma rivalidade e um interesse amoroso ao mesmo tempo. Na série Gotham, um prequel das histórias de Batman, ela aparece ainda criança e chega a cultivar uma amizade com o jovem Bruce Wayne.
John Hancock é um super-herói que pode voar, tem força ilimitada e invulnerabilidade corporal. Porém, diferentemente dos heróis conhecidos dos quadrinhos, ele tem sérios problemas com drogas, bebida e vive praticamente como mendigo e sem amigos. Além disso, ele não é o personagem mais cuidadoso que existe, e suas ações acabam custando milhões à prefeitura.
As coisas começam a mudar para Hancock quando ele salva um agente publicitário de relações públicas, que decide ajudá-lo a melhorar sua imagem perante a sociedade.
Concebido como um antagonista das histórias do Homem-Aranha, Frank Castle teve uma estreia tão bem recebida que logo estrelou suas próprias histórias, tornando-se um anti-herói. Parte da motivação do Justiceiro tem relação com um tiroteio que matou sua esposa e filho. Suas primeiras vítimas foram justamente os assassinos de sua família.
Desde então, este veterano de guerra não vê problema em utilizar métodos dos próprios vilões, além de artilharia bem pesada, para acabar com mafiosos e criminosos em geral. Entre seus inimigos, encontram-se tanto os vilões como os heróis.
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