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12 Autores da DarkSide com profissões inusitadas

Quando a escrita não é o único chamado

01/05/2024

Você já pensou em escrever suas próprias histórias? Criar seus personagens, dedicar-se a contos ou até mesmo escrever sobre assuntos de não ficção? Nem sempre a escrita se torna o ofício natural ou a primeira opção de alguns profissionais da área, por mais talentosos que eles sejam. Uma outra vocação ou até mesmo as circunstâncias da vida na hora de escolher uma carreira podem acabar deixando a escrita em segundo plano no dia a dia — mas nem por isso ela deve ser esquecida por quem tem esse sonho.

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Partindo da ideia de que profissão é aquilo que a gente faz e não quem realmente somos, é absolutamente natural termos uma poetisa que trabalha como advogada, ou um contador que queria mesmo era contar histórias infantis. Muitos autores trabalharam em outras áreas — algumas até bem distantes do mundo da literatura — antes de se dedicarem à escrita. 

A Caveira separou uma lista de doze autores publicados pela DarkSide® que tiveram outras profissões antes ou enquanto se dedicaram à escrita. Algumas delas são bem surpreendentes:

1. Alice Feeney: produtora de programas jornalísticos

Antes de se tornar uma escritora com livros publicados, a autora de Pedra Papel Tesoura trabalhava como produtora de TV e jornalista para a BBC. Alice Feeney começou a trabalhar lá com apenas 21 anos e ficou cerca de quinze anos trabalhando lá. Atuou como produtora do programa jornalístico One O’clock News e também como repórter, editora de notícias e produtora de programas de artes e entretenimento

alice feeney

Ela começou a escrever seu primeiro romance, Sometimes I Lie, quando tinha 30 anos de idade, sempre que tinha um tempo livre e também nas viagens diárias de trem ao trabalho. 

2. Cesar Bravo: farmacêutico

Nem todo mundo sabe, mas esse mestre do terror nacional se formou em Farmácia e trabalhou por um tempo na área, escrevendo principalmente no seu tempo livre. Fã de terror desde criança, Bravo começou a escrever profissionalmente na internet e em 2011 entrou em um grupo de escritores no Facebook, onde começou a apresentar alguns de seus textos.

amplificador cesar bravo

Em entrevista ao DarkBlog em outubro de 2023, o autor brincou que a farmácia ainda mora nele de alguma forma, algo que os leitores podem conferir no livro Amplificador. “Hoje, já distante dessa profissão, eu consigo ver claramente como ela foi um celeiro de ideias e experiências humanas que até hoje estão presentes em meu trabalho”, explicou.

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3. Ann Rule: policial e assistente social

Ann Rule começou sua carreira profissional com um sólido histórico na aplicação da lei e no sistema judiciário penal. Com 19 anos, foi estagiária na Escola de Treinamento para Garotas do Estado de Oregon, uma instituição correcional juvenil para jovens mulheres. Também atuou como policial em Seattle e assistente social do estado de Washington.

ann rule

Enquanto trabalhava como voluntária em uma linha direta de atendimento de prevenção ao suicídio — mais ou menos como o nosso Centro de Valorização da Vida (CVV) —, Ann Rule conheceu Ted Bundy, que na época estudava Psicologia. A proximidade com o homem que ela mais tarde descobriria ser um assassino em série permitiu a riqueza de detalhes de seu livro Ted Bundy: Um Estranho ao Meu Lado.

4. Donald Ray Pollock: funcionário de fábrica de papel e motorista de caminhão

Donald Ray Pollock é a prova de que não existe idade certa para se tornar um escritor. Ele trabalhou em uma fábrica de papel como operário e motorista de caminhão até os 50 anos de idade. Aos 45 anos entrou em uma crise de meia idade e decidiu que queria fazer algo diferente. “Trabalhei em fábricas por mais de trinta anos, e o salário era decente, mas, por fim, comecei a pensar que eu gostaria de tentar algo além do trabalho braçal antes de chutar o balde. Então decidi tentar aprender a escrever contos”, disse em entrevista ao DarkBlog. 

donald ray pollock

Como ele adorava ler, decidiu retomar os estudos e ingressou na faculdade de Letras. Pollock ainda passou cinco anos no seu emprego de motorista para poder embarcar com uma considerável reserva financeira na vida de escritor. Apesar de ter ingressado na área sem grandes ambições, seu primeiro livro de contos foi um sucesso e lhe permitiu continuar vivendo da escrita. Seu primeiro romance, O Mal Nosso de Cada Dia, foi publicado no Brasil pela DarkSide® e adaptado para o filme O Diabo de Cada Dia, da Netflix.

5. Ann Shen: lojista na Disney

Quem vê as ilustrações delicadas e cartunescas de Ann Shen se lembra instantaneamente das animações de princesas da Disney. Isso não acontece por acaso: desde muito nova a artista já sonhava com suas histórias próprias, inspiradas pelos contos de fadas eternizados pelo estúdio e também pela profissão do pai, que trabalhava em um hotel da Disneylândia.

ann shen

“Meu primeiro trabalho depois do ensino médio foi nas lojas da Fantasyland dentro da Disney. Isso é uma parte muito importante do meu cerne”, disse em entrevista ao site Disney/Style. Formada inicialmente em Escrita e Fotografia, a autora de Divinas Mulheres também trabalhou por um tempo para ongs, até que decidiu levar a sério a carreira de desenhista.

6. Gabino Iglesias: professor de escola pública

Durante o início da pandemia de covid-19, o escritor porto-riquenho, que vivia com dificuldades financeiras no Texas, enfrentou uma notícia devastadora quando foi demitido da escola pública onde lecionava, deixando-o sem salário e seguro de saúde. Sem conseguir encontrar outra ocupação no difícil mercado de trabalho de 2020, ele  decidiu investir todas as suas energias para concluir o livro que havia começado a escrever durante os intervalos do almoço. 

GABINO IGLESIAS

Assim, durante meses, Gabino Iglesias se dedicou incansavelmente ao ofício da escrita e trouxe ao mundo No Limiar do Inferno. Além de escritor, ele é jornalista, crítico literário e tem uma coluna de terror no The New York Times.

7. Barbara Neely: planejadora urbana

A autora de Blanche em Apuros é formada em gestão de negócios e possui um mestrado em Planejamento Urbano Regional pela Universidade de Pittsburgh. 

barbara neely

Depois de formada, Barbara Neely se envolveu fortemente no ativismo local e criou um programa de moradia comunitário para mulheres criminosas em uma vizinhança de Pittsburgh chamada Shady Side. O programa foi desenvolvido enquanto ela trabalhava no Departamento de Correções da Pensilvânia e foi o primeiro centro correcional para mulheres do estado.

8. George Orwell: policial imperial (entre muitas outras coisas)

Durante grande parte de sua carreira, George Orwell precisou conciliar seu trabalho como autor com outras atividades remuneradas. Embora escrever fosse sua vocação, ao longo dos anos o autor de 1984 e Revolução dos Bichos exerceu as mais diversas e inusitadas profissões. 

george orwell

Orwell trabalhou como policial imperial na Birmânia (atual Myanmar), foi professor de uma escola de ensino médio e funcionário de uma livraria. Atuou como propagandista para a BBC durante a Segunda Guerra Mundial, foi editor de livros e também correspondente de guerra. Além disso, trabalhou temporariamente cozinhando e lavando louça em Paris, colhendo lúpulo em Kent, Inglaterra, e acompanhou operários das minas de carvão em Wigan Pier, ao norte da Inglaterra.

9. Catherine Ryan Hyde: chef, treinadora de cães e guia turística

Poucas semanas antes de completar 30 anos, Catherine Ryan Hyde se mudou para Cambria, uma cidade turística entre Los Angeles e São Francisco. Lá, ela teve vários trabalhos de meio período, que incluíram uma iogurteria e um restaurante (como chef confeiteira!). 

catherine ryan hyde

Outros empregos curiosos que a autora de Caminhos do Coração e Lar Doce Mar desempenhou antes de se tornar escritora foi como treinadora de cães e guia turística do Castelo Hearst, uma propriedade turística da Califórnia. Foi somente em 1991, aos 36 anos, que Catherine se viu desempregada e percebeu que não tinha mais desculpas para não começar a escrever, iniciando a jornada como essa escritora que tanto amamos.

10. Nico Walker: médico de combate de guerra

No primeiro ano de faculdade, Nicholas Walker começou a ficar chateado com as histórias vindas do Iraque — de jovens feridos que se pareciam muito com ele — e decidiu se alistar. Ele serviu como médico no conflito dos Estados Unidos com o Iraque entre 2005 e 2006 e participou de aproximadamente 250 missões de combate.

nico walker

De volta da guerra, ele passou a sofrer com estresse pós-traumático e, somando esse a outros fatores, tornou-se um criminoso e foi preso durante um assalto. Na prisão, escreveu Cherry, uma obra de ficção com contornos autobiográficos de Nico Walker.

11. Emily Brontë: professora

Aos 20 anos de idade, Emily Brontë se tornou professora na Escola Law Kill, em Halifax. Mas sua saúde frágil não reagiu muito bem às jornadas de 17 horas de trabalho por dia e ela sofreu de um estresse severo, retornando para casa poucos meses depois. Ela e a irmã Charlotte moraram por um tempo na Bélgica, onde Emily atuou como pianista e por um tempo como professora também.

emily bronte

De volta a Halifax, Emily e Charlotte tentaram abrir uma escola para garotas, valendo-se de toda a sua bagagem intelectual — impressionante para a época. Porém, as duas tiveram dificuldades em atrair alunas morando no interior, e logo o projeto foi abandonado. Emily Brontë é mais conhecida pela sua obra-prima O Morro dos Ventos Uivantes

12. Toni Cade Bambara: funcionária da ala psiquiátrica de um hospital

A autora de Gorila, Meu Amor frequentou o Queens College em 1954, onde a maioria dos universitários eram brancos. Inicialmente, ela planejava se tornar médica, mas sua paixão pelas artes a influenciaram a se formar em Letras.

toni cade bambara

Durante os anos 1960, ela chegou a trabalhar no serviço social de Nova York e também como diretora de recreação na ala psiquiátrica do Metropolitan Hospital. A autora também é uma das entrevistadas no livro Vozes Negras: A Arte e o Ofício da Escrita.

LEIA TAMBÉM: CONHEÇA AS 14 AUTORAS DE VOZES NEGRAS: A ARTE E O OFÍCIO DA ESCRITA

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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