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Conheça as 14 autoras de Vozes Negras: A Arte e o Ofício da Escrita

Leitoras apresentam escritoras que moldaram a literatura contemporânea

14/11/2023

As histórias de mulheres negras merecem ser lidas e celebradas. Sabendo disso, a crítica literária Claudia Tate reuniu catorze autoras negras que moldaram a literatura contemporânea no livro Vozes Negras: A Arte e o Ofício da Escrita. O livro traz entrevistas sagazes e elucidativas sobre quem são essas mulheres, como funcionam seus processos criativos, escolhas de temas e quais são as suas visões de mundo. 

LEIA TAMBÉM: LANÇAMENTO: VOZES NEGRAS: A ARTE E O OFÍCIO DA ESCRITA, ORGANIZADO POR CLAUDIA TATE

A publicação é inédita no Brasil e chega a leitores e leitoras sob o selo DarkLove, que celebra o poder das vozes femininas e celebra a diversidade na escrita. A edição brasileira conta com uma introdução especial da escritora Cidinha da Silva.

Para conhecer melhor quem são essas catorze escritoras influentes entrevistadas no livro, a Caveira convidou catorze leitoras para se tornarem madrinhas da obra e apresentarem cada uma dessas autoras para lá de poderosas. Conheça todas elas a seguir:

1. Toni Cade Bambara

A Milena da página @enevoadaa apresentou o perfil de Toni Cade Bambara, autora de Gorila, Meu Amor. Originalmente batizada Miltona Mirking Cade, a escritora decidiu logo cedo que se chamaria “Toni”, e é assim que a conhecemos até hoje. Bambara foi acrescentado quando ela descobriu se tratar de um nome ancestral.

toni cade bambara

Além de escritora, ativista e professora, Bambara foi um dos principais expoentes do Black Arts Movement, um movimento que reuniu diversos escritores e artistas para que seus trabalhos e cultura fossem conhecidos por toda a América. A partir da entrevista publicada em Vozes Negras: A Arte e o Ofício da Escrita, Milena destacou a sensibilidade da autora com a escrita: “Ela tem muita sensibilidade em prestar atenção na vivência dos outros para contar a história dela”.

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2. Alexis DeVeaux

A autora foi apresentada pela Roberta do @thegurriti. Alexis DeVeaux é uma escritora preta, feminista e queer que já publicou vários livros, traduzidos para diversos idiomas. Uma de suas obras foi Warrior Poet, biografia da ativista e poeta Audre Lorde. A escritora foi professora titular na Universidade de Buffalo por mais de vinte anos, orientando toda uma nova geração sobre estudos queer, negros e feministas.

alexis deveaux

Saiba mais sobre a autora

3. Margaret Walker

“Fui consumida pelas suas palavras intensas, reais e necessárias.” Foi assim que a Dayane da página @dayescreve definiu sua experiência ao ler a entrevista de Margaret Walker no livro Vozes Negras: A Arte e o Ofício da Escrita. Mãe, esposa de um homem que foi considerado inválido após ferimentos de guerra, graduada, mestre e doutora, ela precisou, a vida inteira, lidar com homens brancos ocupando o seu espaço, mesmo com o baixo salário comparado a outras pessoas, com a sua vontade de apenas escrever.

margaret walker

Mesmo na escrita, Walker encontrou empecilhos. Apesar de ter recebido um prêmio renomado da universidade de Yale, isso só ocorreu após três rejeições e levou mais de trinta anos para que ela conseguisse escrever o seu romance histórico. Fez a biografia de Richard Wright, expondo o sue lado bom e ruim, mostrando, principalmente, como o racismo afeta homens negros e como a violência ecoa em sua obra.

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4. Maya Angelou

“Para mim é sempre uma honra e uma alegria imensa ler as palavras da Maya Angelou.” A icônica autora, publicada pela DarkSide® com A Vida Não me Assusta, foi apresentada pela Ellem do @colecionandoprimaveras. Maya Angelou se destacou por sua obra autobiográfica e poética, além de sua atuação como ativista dos direitos civis. 

maya angelou

Nascida em 1928, ela sofreu abuso sexual na infância e ficou muda por cinco anos. Depois de superar esse trauma, a autora se dedicou à arte e à literatura, tornando-se uma voz influente na luta contra o racismo e o machismo. Ela publicou seu primeiro livro, Eu Sei por que o Pássaro Canta na Gaiola, em 1969, e recebeu vários prêmios e honrarias ao longo de sua carreira.

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5. Gayl Jones

Apresentada pela Adnajara do @letraepapel, Gayl Jones é uma escritora e poetisa do Kentucky, Estados Unidos, que sempre foi fascinada pelo ato de imaginar histórias. Ela própria se define como uma contadora de histórias. A escritora sempre recorreu à história colonial para se inspirar em suas tramas. 

gayl jones

Jones associa o seu trabalho à linguagem oral e à cultura negra nos EUA. A escritora Toni Morrison certa vez disse que “a literatura negra escrita por mulheres nunca mais seria a mesma depois de Gayl Jones”. Já dá para ter uma ideia do peso do trabalho da autora.

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6. Alice Walker

Alice Walker foi apresentada pela Lorena do @passosentrelinhas. A escritora de A Cor Púrpura iniciou sua carreira literária em 1968 e tem como principais temáticas em suas obras questões de raça, gênero e relações familiares. “Ler as reflexões da autora para mim foi muito importante porque desde criança eu escrevo em diários, desde a adolescência gosto de criar poesias e histórias, mas eu nunca tinha me visto como escritora até de fato conhecer outras escritoras negras”, observa Lorena.

alice walker

Na entrevista de Vozes Negras: A Arte e o Ofício da Escrita, Walker diz que “escrever ou não independe do mercado, independe se você vai conseguir vender os seus livros ou não. Se fosse assim, nenhuma mulher negra escreveria”.

Saiba mais sobre a autora

7. Kristin Hunter

Ao ler a entrevista de Kristin Hunter em Vozes Negras: A Arte e o Ofício da Escrita, a Karou da @karouescreve se sentiu abraçada pela autora. “Compreendi, como apenas uma mulher negra pode compreender, algumas de suas dores, mas também me identifiquei, como só uma escritora pode se identificar, com suas dificuldades.”

kristin hunter

Autora, esposa e mãe, Kristin sempre imprimiu em sua escrita muito humor e otimismo. Ela sempre trazia em suas histórias finais felizes porque ela dizia que esse era o mundo em que ela gostaria de estar. Mas apesar de todo o otimismo, a autora sempre trazia críticas sociais em suas histórias

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8. Sonia Sanchez

Graças ao tema da redação do Enem, há um debate atualmente no Brasil sobre a invisibilidade do trabalho de cuidado da mulher. Um tema que já foi abordado pela escritora Sonia Sanchez em Vozes Negras: A Arte e o Ofício da Escrita. A autora foi apresentada pela Camilla, do @pretaletrada.

sonia sanchez

Sonia Sanchez é uma poeta, escritora e professora norte-americana que foi uma das líderes do Black Arts Movement. Ela escreveu mais de uma dúzia de livros de poesia, além de contos, ensaios críticos, peças e livros infantis. A escritora recebeu vários prêmios e honrarias por sua obra, como a Medalha Robert Frost, o Prêmio Wallace Stevens e o Prêmio Harper Lee. Sanchez é considerada uma voz influente na luta contra o racismo, o machismo e a opressão.

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9. Ntozake Shange

A Mila da @literaamila apresenta Ntozake Shange como “uma mulher preta recheada de coisas a dizer”. A entrevista de Vozes Negras: A Arte e o Ofício da Escrita fez com que a leitora buscasse saber mais sobre Shange, uma dramaturga e poeta norte-americana que se destacou por sua obra abordando questões relacionadas à raça e ao poder negro. Ela é mais conhecida por sua peça For Colored Girls Who Have Considered Suicide / When the Rainbow Is Enuf, que ganhou o prêmio Obie e foi adaptada para o cinema por Tyler Perry em 2010.

ntozake shange
Créditos: AP1976

“Pelo seu modo de escrita meio mórbido e cru, retratando problemas e dores de uma mulher preta ignorada pela sociedade, ela foi muito criticada e perseguida pela mídia, o que afetou sua carreira e sua vida pessoal”, assinala Mila. 

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10. Sherley A. Williams

A Rilza da @maniaca_literaria apresentou a autora californiana Sherley Anne Williams. Formada na Universidade de Fresno, Williams trabalhou como professora na década de 1970. Além de lecionar, Sherley era dramaturga, crítica, vocalista, participou de gravações, escreveu coletâneas, obras para o público infanto-juvenil e uma verdadeira apaixonada pela escrita. Nas palavras de Rilza, “ela traz muito a realidade, ela traz tudo nu e cru”. 

sherley williams

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11. Nikki Giovanni

Nikki Giovanni é uma das vozes que moldou a literatura do século XX e foi apresentada pela Carina do @coisasdecarina. Natural do Tennessee, a autora se formou com honraria na década de 1960 na Universidade Fisk e depois ainda cursou outras duas universidades

nikki giovanni

A vida acadêmica acompanhou Nikki, que atuou em alguns colégios e universidades. Suas atividades literárias e a franqueza intransigente sempre a colocaram no centro das atenções. A carreira de poeta da autora iniciou no fim da década de 1960, em meio à chamada “Revolução Negra”. Seus versos encorajaram o ativismo social e político entre os afro-americanos.

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12. Gwendolyn Brooks

A primeira mulher afro-americana a receber um Pulitzer por um livro de poesia também está em Vozes Negras: A Arte e o Ofício da Escrita e foi apresentada pela Jess, da página @jesslendo. Gwendolyn Brooks foi uma poeta, escritora e professora norte-americana que em 1950 recebeu o prêmio pela sua obra Annie Allen. “Em todas as suas obras, ela fala sobre pessoas pretas, suas lutas e também seus sonhos”, completa Jess.

gwendolyn brooks

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13. Audre Lorde

“Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferente das minhas.” Essa frase é de Audre Lorde, autora que foi apresentada pela Winnie do @leiapretaleia. Considerada uma das maiores poetas negras da história da literatura mundial, Lorde sempre escreveu aquilo que ela gostaria de ler, pois não se identificava com nada do que encontrava nos livros de sua época.

audre lorde

A autora escrevia para si mesma desde a juventude, mas passou a se dedicar ao ofício da escrita principalmente a partir da década de 1960, quando largou a carreira de bibliotecária para se dedicar exclusivamente à poesia e ao ensino da escrita criativa. A primeira coletânea de poesias de Audre Lorde foi The First Cities, de 1968. A partir de então, ela sempre escreveu seus poemas partindo de uma forte identidade como mulher negra, lésbica assumida, feminista convicta e visionária de um mundo melhor.

Saiba mais sobre a autora

14. Toni Morrison

Toni Morrison é uma das escritoras que ajudou a moldar a literatura contemporânea, como explica a Maria do @impressoesdemaria. A trajetória e carreira da autora são notáveis: ela foi a primeira escritora negra a ganhar o Nobel de Literatura, em 1993. 

toni morrison

Na entrevista concedida a Claudia Tate, publicada no livro Vozes Negras: A Arte e o Ofício da Escrita, Morrison afirma que costuma respeitar seus bloqueios criativos e a não ter medos. Em relação ao sucesso, a autora acredita que ele tem menos a ver com bens materiais e sim com quanto o sucesso possibilita a uma ascensão financeira que te possibilite fazer escolhas.

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LEIA TAMBÉM: 8 CURIOSIDADES SOBRE TONI CADE BAMBARA

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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2 Comentários

  • Jaison Rodrigo da Cruz

    19 de novembro de 2023 às 09:48

    Meus profundos parabéns ao pessoal da Darkside, pela coragem e por lembrar que também, nós, população negra, existimos, ainda que a grande maioria finja que existamos. Lembrar o passado é sempre muito importante, sobretudo para que não se cometa o mesmíssimo erro daquele tempo, e só continuamos aqui, resistindo, muito por causa também do apoio de pessoas e empresas como está.
    Eterna gratidão, pessoal!

  • Jaison Rodrigo da Cruz

    19 de novembro de 2023 às 10:06

    Quero primeiro parabenizar toda a equipe pelo carinho dado a todas as histórias nos livros aqui disponibilizados. Depois pela coragem e solidariedade com nós, o povo negro, que vive/sobrevive a todas as injustiças, sejam elas sociais ou de outra relação. Grande parte da sociedade infelizmente nós vê, ou pior, não nos vê, passamos despercebidos, invisíveis aos seus olhos, mas ao mesmo tempo, continuamos e continuaremos aqui, resistindo e existindo, com nossas forças e com o apoio de pessoas e empresas como a de vocês.
    É desnecessário dizer que farei uma coleção dessas edições.
    Eterna gratidão, Darkside!
    Ps.: até o nome da empresa é sensacional, lembrando o icônico álbum “The Darkside Of The Moon”.

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