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8 Curiosidades sobre a vida conturbada de Oscar Wilde

Autor de O Retrato de Dorian Gray chegou a ser preso por indecência

03/09/2021

Em O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde escreve sobre um jovem que se tornou obcecado pela beleza. Adepto do movimento conhecido como Esteticismo, o escritor, poeta e dramaturgo irlandês também gostava de se cercar de coisas belas e extravagantes em sua vida pessoal.

Filho de um renomado médico e de uma revolucionária nacionalista, Oscar Wilde teve a melhor educação possível para a época: falava francês e alemão desde a infância, e estudou no Trinity College de Dublin e na Universidade de Oxford. Tornou-se conhecido pela sua sagacidade, vestimentas pomposas, sarcasmo e pela sua vida escandalosa.

LEIA TAMBÉM: LANÇAMENTO: O RETRATO DE DORIAN GRAY, DE OSCAR WILDE

Seja pela sua obra ou pelo seu comportamento na vida (não tão) privada, Wilde se tornou uma das personalidades mais conhecidas da Era Vitoriana – para o bem e para o mal. Conheça algumas curiosidades sobre a conturbada vida do escritor.

Oscar Wilde – Créditos: Wikimedia Commons

1. Esteticismo e vida extravagante

Oscar Wilde definitivamente era uma pessoa que não passava despercebida e nem fazia questão disso. Quando estudou no Magdalen College, ele se tornou particularmente conhecido por sua participação nos movimentos artístico literários esteticista e decadente. Wilde usava seu cabelo comprido, desmerecia publicamente esportes muito “masculinos” (apesar de praticar boxe) e decorava seus aposentos com penas de pavão, lírios, girassóis, porcelana azul e outras obras de arte.

Uma vez ele foi atacado fisicamente por um grupo de outros estudantes e os enfrentou sozinho, surpreendendo seus críticos. Lá pelo terceiro ano ele começou a desenvolver sua identidade e toda a mítica em torno de si, passando a considerar o aprendizado algo muito mais amplo do que aquilo que se ensinava em sala de aula – por causa desta atitude, ele foi suspenso por um período inteiro do colégio.

2. Wilde e Bram Stoker formaram um breve triângulo amoroso

Após sua graduação em Oxford, Oscar Wilde retornou a Dublin e se reconectou com Florence Balcombe, uma namoradinha da juventude. Porém, a esta altura Florence era considerada uma das mulheres mais bonitas em toda a Irlanda e o status de sua família também a tornou uma pretendente cobiçada na capital.

Não demorou muito e Florence aceitou o pedido de casamento do também escritor Bram Stoker, autor de Drácula. Wilde ficou desapontado por ter sido preterido e escreveu a ela, lembrando-a dos “dois doces anos – os anos mais doces de toda a minha juventude”, referindo-se ao período em que eles tinham sido próximos.

LEIA TAMBÉM: BRAM STOKER: O MESTRE DO MEDO CLÁSSICO

3. Sua esposa também era escritora

Alguns anos após ter perdido a chance com Florence, Oscar Wilde conheceu sua futura esposa em Londres, Constance Lloyd. Filha de um advogado membro do Conselho da Rainha. Além de ganhar uma boa quantia anual da família, Constance também se dedicou à escrita, publicando livros infantis

Constance Lloyd – Créditos: Wikimedia Commons

O casal chegou a ter dois filhos, mas após o nascimento do segundo o matrimônio desandou e Oscar Wilde se abriu cada vez mais em relação à sua homossexualidade.

4. Oscar Wilde foi condenado e preso por indecência

Poucos anos depois de seu casamento, Wilde conheceu um jornalista canadense chamado Robert Ross, com quem se envolveu romanticamente e permaneceu próximo até o fim da vida. Mais tarde, ele teve um caso tempestuoso com Alfred Douglas, filho do Marquês de Queensberry, e sua sexualidade se tornou mais exposta, algo perigoso para a Inglaterra vitoriana.

O pai de Douglas estava muito incomodado com o escândalo e em determinada situação acusou-o de sodomia. Com isso, o escritor decidiu processar o Marquês por difamação, só que o efeito foi o contrário. Queensberry havia contratado detetives para conseguir evidências sobre a homossexualidade e promiscuidade de Wilde, um crime naquela época. 

Além de perder o processo, o escritor logo foi criminalmente indiciado pela Coroa a 25 acusações de “grave indecência” e conspiração para cometer indecências, um termo bem vago que era utilizado para explicar atos homoafetivos que não seriam necessariamente sexuais. Wilde foi condenado a dois anos de trabalhos forçados, além de o escândalo ter prejudicado fortemente sua reputação e praticamente acabado com sua carreira.

5. A relação abusiva com Alfred Douglas

Apesar de vir de uma família rica, há relatos de que Alfred Douglas explorava o sucesso de Wilde enquanto eles estavam juntos. O relacionamento dos dois foi marcado por muitos términos e reconciliações e indícios de que era Oscar Wilde quem sempre corria atrás do parceiro.

Oscar Wilde e Alfred Douglas – Créditos: Wikimedia Commons

Há um episódio em que Douglas ficou gravemente doente de uma gripe e Wilde cuidou com dedicação do parceiro. Porém, quando foi a vez do escritor ficar doente sob as mesmas circunstâncias, Douglas se recusou a retribuir o favor. Em vez disso, ele se hospedou em um hotel e enviou a conta da hospedagem a Oscar Wilde no seu aniversário de 40 anos.

Além disso, Alfred Douglas foi o maior incentivador de que Wilde processasse seu pai, o que causou o fim da carreira do escritor e o deixou com sérios problemas financeiros. 

Quando o Marquês de Queensberry faleceu, Douglas recebeu uma herança considerável. No entanto, apesar de ter sido um dos motivos para a prisão e falência de Wilde, ele se recusou a dar qualquer auxílio financeiro ao amante.

6. Casos de Família

Oscar Wilde não foi o único membro da família a protagonizar um escândalo que prejudicou a reputação da família. O pai dele, sir William, foi acusado de ter abusado de uma paciente chamada Mary Travers. Ela escreveu um panfleto acusando o médico de tê-la dopado com clorofórmio e aproveitado a ocasião para estuprá-la.

Isso levou a esposa, lady Jane Wilde, a revidar contra o pai de Travers, que era colega de William. Com isso, Travers a processou por difamação, apenas piorando a reputação da família. Sir William se recusou a sentar no banco dos réus e foi rechaçado pelos colegas por agir de maneira não cavalheiresca.

Mary Travers ganhou a ação e foi indenizada com uma pequena quantia por sua honra. Os custos do processo foram cobrados de lady Wilde no valor de duas mil libras. Com isso, a família decidiu sair de Dublin e ir morar do outro lado do país.

Oscar Wilde e filhos – Créditos: Wikimedia Commons

7. Prisão, exílio e conversão ao catolicismo

Mesmo na prisão, Oscar Wilde não deixou de escrever. Além de redigir cartas diariamente a Alfred Douglas, ele escreveu seu famoso poema A Balada do Cárcere de Reading, denunciando a brutalidade do tratamento ao qual era submetido.

Ao sair da prisão, ele se exilou em Paris para viver seus últimos anos, com a saúde seriamente debilitada por conta de uma meningite que eventualmente causou sua morte. 

Desde jovem, Wilde era fascinado pelo catolicismo e chegou a perguntar ao pai, que era anglicano, se poderia se converter. Sir William ameaçou deixar de pagar seus estudos se ele fizesse isso. Porém, ao fim da vida, seu amigo e parceiro de longa data, Robert Ross, providenciou que ele fosse batizado por um padre e pudesse morrer como católico.

8. O Retrato de Dorian Gray foi o único romance escrito por Wilde

Oscar Wilde se tornou um escritor tão famoso e respeitado desde sua morte que poucas pessoas sabem que O Retrato de Dorian Gray foi o único romance escrito por ele – e que inclusive recebeu duras críticas da sociedade vitoriana na época de seu lançamento. Boa parte da obra de Oscar Wilde abrange contos de fadas infantis, poemas, ensaios e peças de teatro.

LEIA TAMBÉM: O RETRATO DE DORIAN GRAY E A NOSSA OBSESSÃO PELA JUVENTUDE

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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2 Comentários

  • Maria José P Fernandes

    22 de novembro de 2022 às 15:16

    Amo Oscar Wilde. Histórias de terror desde que bem escritas são muito boas. Não podemos fugir do que não podemos compreender, do lado escuro da força.

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