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10 Anos de DarkLove: Uma celebração às vozes poderosas da literatura

Livros transformadores e de corações abertos

08/03/2023

Há uma década, quando a Caveira ainda estava dando os seus primeiros passos rumo ao coraçãozinho Dark de leitores e leitoras, foi criada uma linha editorial inteiramente dedicada a publicar vozes femininas na literatura: a DarkLove.

LEIA TAMBÉM: LEITORAS ESCOLHEM LIVROS PREFERIDOS NOS 10 ANOS DA DARKLOVE

O Circo Mecânico Tresaulti, de Genevieve Valentine, foi a obra que inaugurou a marca que sempre teve o compromisso de publicar mais histórias poderosas escritas por mulheres — e reafirma essa missão a cada obra que compartilha com o público. A DarkLove já nascia com a energia transformadora a que se propunha: com um verdadeiro espetáculo de livro sobre uma caravana circense que leva esperança por onde passa. 

o circo mecanico tresaulti

É assim que a DarkLove tem caminhado ao longo da última década: como uma força itinerante que viaja pelos mais diferentes temas, sentimentos, vivências e valores que unem o público a essas vozes poderosas. 

Uma ligação poderosa que se renova e se reafirma

Para a editora da DarkLove, Nilsen Silva, a troca de experiências é justamente o que fortalece e renova a ligação entre mulheres, e delas com as obras publicadas: “A marca DarkLove está em constante evolução e aprendizado. Nossas lutas e vivências naturalmente alimentam a alma da marca, pois uma está intimamente interligada à outra — nós lemos os livros, e eles nos transformam”. 

E é dessa maneira que a própria DarkLove tem se reinventado ao longo dos anos para sempre acompanhar e fortalecer esse vínculo com seu público. Nilsen destaca que a marca está sempre com o coração aberto para ouvir novos pontos de vista, fomentar desconstruções de pensamento e buscar novos jeitos de contar histórias, uma troca que reafirma a essência da própria DarkLove: “Se não estivermos interessadas nas experiências de outras mulheres, se não nutrirmos empatia umas pelas outras, se não reconhecermos a força e a potência nas mulheres ao nosso redor, como vamos sustentar essa conexão, essa troca, com verdade e acolhimento?”.

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Livros do universo Dark para ler sem medo

A DarkLove também abriu portas para leitores e leitoras que preferem apreciar o terror a uma distância segura, optando por obras menos horripilantes. Mas isso não significa que os livros dessas autoras não carreguem em si o DNA da Caveira, como explica a gerente editorial Marcia Heloisa: “A essência vital da DarkSide é o desejo de contar histórias poderosas e transformadoras, e em DarkLove celebramos a potência da escrita com narrativas que eternizam a coragem, a paixão e o talento de mulheres extraordinárias”.

livros com lições

Essa visão é compartilhada pela diretora de estratégia editorial Raquel Moritz, que avisa: “Não se espante se, de repente, um livro desses tomar conta de um pedacinho da sua alma. É o que costuma acontecer quando nos apaixonamos”.  

Isso porque a emoção e o potencial narrativo dessas histórias são justamente as forças que movem as publicações da marca. “Há muito para ser explorado, e a DarkLove ajuda não só a formar novos leitores, mas também a abrir uma portinha dentro do coração de cada um para ajudar a revelar e discutir questões íntimas (como relacionamentos, amizades, memórias, traumas) e também sociais (como feminismo, saúde mental e ciclos da vida), muitas vezes considerados tabus”, complementa Raquel.

Uma curadoria de vozes femininas para corações valentes

Ao longo de uma década, a DarkLove tem enaltecido vozes dos mais diferentes tipos de mulheres, com as mais variadas bagagens culturais e que abraçam uma pluralidade de temas. Dessa maneira, a marca se posiciona como aliada da luta por um mercado editorial cada vez mais acolhedor, inclusivo e livre.

Vale lembrar que até não muito tempo atrás — aproximadamente um século ou às vezes menos — muitas mulheres assinavam com pseudônimos masculinos ou até mesmo anonimamente para terem qualquer tipo de chance no mercado editorial. Emily Brontë, por exemplo, morreu antes de ver sua obra-prima O Morro dos Ventos Uivantes publicada com o seu nome — ela a assinou originalmente com o subjetivo pseudônimo Ellis Bell. Mary Shelley publicou anonimamente o clássico Frankenstein, que contava com um prefácio escrito pelo marido Percy Shelley, em uma tentativa de emprestar sua autoridade à obra. Tempos em que na literatura era preferível ser ninguém a ser uma mulher.

o morro dos ventos uivantes

Por mais que décadas tenham se passado, iniciativas como a DarkLove ainda são necessárias em um mundo literário que clama por mais vozes, conforme avalia Nilsen: “Mulheres precisam ocupar esse espaço autoral dentro do mercado, e isso vem se desenhando de forma muito admirável, não só com mais escritoras publicando suas obras, mas com a criação de editoras dedicadas a obras de autoria feminina e o surgimento de livrarias especializadas em livros assinados por mulheres.”

Para ela, esse espaço mais livre e acolhedor é imprescindível para que mulheres “possam expressar a sua verdade, celebrar suas vivências e ancestralidades, denunciar violências e disparidades e colocar sua identidade em evidência nas histórias que escrevem”.

Tudo isso é levado em consideração na curadoria, ou seja, na escolha dos títulos que serão publicados pela DarkLove. Marcia Heloisa cita algumas das características observadas na hora de trazer essas obras para os DarkSiders: “A natureza criativa da escrita, a profundidade de reflexão dos temas abordados, a diversidade das autoras”

Além disso, a própria vivência feminina, respeitando todos os seus recortes de classe, sexualidade, raça e gênero são elementos importantes para abraçar o público de maneira universal e ao mesmo tempo singular. “Luta e perseverança ecoam dessas vozes”, complementa Raquel, “e é nosso dever propagar essas histórias e criar um espaço seguro para compartilhar essas vivências“.

darklove

É claro que a emoção também está presente na hora de escolher os livros que serão lançados, como bem lembra Nilsen: “Para mim, é fundamental trabalhar com livros que me empolguem, que façam meu coração bater mais forte e que me envolvam em um turbilhão de emoções. Literatura é conexão, é identidade. Ao abrir um livro, precisamos nos envolver com os temas discutidos, com as reflexões propostas e sentir que nossas almas estão sendo alimentadas com aquela história, seja do jeito que for, que é tão particular de cada um.”

De mulheres para todo mundo

Não é porque a DarkLove se dedica a publicar obras escritas por mulheres que elas conversem apenas com o público feminino. A força das narrativas encontradas em seus livros está justamente nessa conexão universal, capaz de conversar com leitores em toda a sua rica diversidade, ultrapassando barreiras de sexo, gênero, cor, crença ou bagagem cultural.

Raquel comenta o quão gratificante é ver essas vozes femininas impactarem o público e despertarem o desejo por outras leituras proporcionadas por elas: “É incrível ver todas as mulheres que estão sendo lidas, debatidas e reconhecidas nessa estrada, e conquistando espaço para contar histórias — intensas, verdadeiras, coloridas e vivas”.

livros preferidos darklove

Esse sentimento é refletido pela forma como os livros são produzidos dentro da DarkSide®, afinal, valorizar a voz feminina na literatura vai além de apenas publicar obras escritas por mulheres. “Na DarkLove temos colaborações exclusivas de tradutoras, revisoras, preparadoras, artistas que emprestam seu talento, atenção e carinho para transformar estes livros em algo especial. Essas mulheres revolucionam e merecem destaque”, explica Raquel.

Mas não basta apenas incluir mulheres no processo, há todo um cuidado constante para ajudar a promover e tornar esses espaços mais seguros e plurais para que as vozes de todas sejam ouvidas e suas verdades sejam compartilhadas. Uma caminhada que, como Raquel explica, conta muito com a colaboração de leitoras e leitores: “A jornada é longa, mas repleta de parcerias. Aprendemos muito com nossos leitores também, ouvimos atentamente seus pedidos e construímos pontes para que possamos sempre caminhar juntos em uma troca constante e cheia de aprendizado”.

Trabalhar com DarkLove é trabalhar com amor verdadeiro

Quem trabalha com a DarkLove corre um risco muito sério: o de se apaixonar por cada narrativa envolvente e inspiradora que passa pelo processo editorial. Por isso, o DarkBlog perguntou a elas se é possível escolher um livro preferido:

Nilsen Silva: “Muitos livros me cativaram ao longo de todos esses anos cuidando da marca. Sou obcecada pela série Rastro de Sangue, fiquei profundamente impactada com As Bruxas de Bass Rock e vira e mexe ainda fico pensando na potência literária de Ela Seria o Rei. Mas Orgulho e Preconceito com certeza foi o que mais me marcou. Foi uma grande honra ter encabeçado a produção de um dos clássicos mais queridos da literatura — e que de quebra é meu livro preferido. Mergulhar no texto da Jane Austen com um olhar editorial, mas sem deixar de lado a empolgação de fã, foi uma experiência indescritível e um aprendizado valioso.”

orgulho e preconceito

Marcia Heloisa: “Cada livro DarkLove também conta uma parte da minha história na marca, então fica difícil escolher apenas um. Tenho imenso carinho por todos eles, pois são conquistas grandiosas das autoras e presentes que entregamos com honra e alegria ao público leitor. Entre os meus favoritos, destacaria A Noite do Tigre, de Yangsze Choo; Gorila, Meu Amor, de Toni Cade Bambara; e Blanche em Apuros, de Barbara Neely.

gorila meu amor

Raquel Moritz: “Tenho um carinho muito especial por vários projetos da marca DarkLove, mas A Menina Submersa me arrebatou com seu mar de lendas e criaturas que ganhavam força no imaginário da narradora. Toda a construção criativa, intensa e repleta de camadas da Caitlín R. Kiernan me envolveram naquele universo de tal modo que me senti em posse de um diário muito pessoal e único. Foi uma experiência e tanto como leitora.”

a menina submersa

Com tantas histórias inspiradoras, fica realmente difícil escolher apenas uma — até porque cada uma dessas jornadas irá conversar e conflitar com nossas vivências pessoais, que mudam conforme o nosso caminho evolui. Se tem algo que a Caveira pode garantir aos DarkSiders ávidos por mais DarkLove, é que a marca está preparando com muito cuidado ainda mais histórias transformadoras, viagens históricas e cheias de magia, incursões profundas por outras culturas e mergulhos em nossas águas internas

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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