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Como Geek Love influenciou o Lollapalooza

Livro de Katherine Dunn conta a história de um freakshow

24/03/2023

Eterno best-seller, Geek Love é um livro que rapidamente se tornou uma importante influência na cultura pop desde o seu lançamento, em 1989. A obra de Katherine Dunn serviu de inspiração para escritores e artistas, como Neil Gaiman e Kurt Cobain, e teve sua contribuição na criação de um dos maiores festivais de música do mundo: o Lollapalooza.

O livro conta a história da família Binewski, que viaja pelos Estados Unidos fazendo apresentações com o seu freakshow itinerante. Mas a maneira com que o clã “recruta” seus artistas é bem perturbadora: tomando substâncias tóxicas e radioativas no intuito de gerar suas próprias “aberrações”.

De Geek Love a Lollapalooza

Quando tinha 30 anos e estava viajando pela Europa como dublê de circo com a família circense da esposa, Jim Rose se deparou com Geek Love e foi fortemente impactado pela obra. O livro o inspirou a criar sua própria atração: The Jim Rose Circus.

Mais ou menos pela mesma época, um dos criadores do Lollapalooza, Perry Farrell, estava se inspirando em eventos como o britânico Reading Festival, no qual ele iria tocar em 1990. O novo evento originalmente serviria como uma despedida da banda Jane’s Addiction.

Diferentemente de outros festivais, como o Woodstock, baseados em uma única apresentação, em apenas um local, o Lolla nasceu com a missão de promover uma turnê pelos Estados Unidos e Canadá de meados de julho até o fim de agosto de 1991. As bandas do lineup eram de rock alternativo, música industrial e rap.

Mas além dos shows, o primeiro Lollapalooza abraçou o conceito de trazer atrações não musicais, e é aqui que Geek Love entra. Uma dessas apresentações era o Jim Rose Circus, que levou um freakshow alternativo para o festival. Além dele, outros programas não musicais envolviam monges Shaolin, tendas com exposição de obras de arte, jogos de realidade virtual e estandes informativos para organizações não governamentais voltadas a política e meio ambiente.

Segundo Farrell, o motivo de acrescentar tais atrações ao festival era porque ele estava entediado: “Eu só quero ver coisas que são inesperadas e levemente bizarras”. Bem no espírito de Geek Love.

4 Livros para entrar no clima do Lollapalooza

Que tal um festival musical dentro de casa com a sua coleção Dark? A Caveira separou algumas obras para ler no embalo da sua playlist favorita:

1. Inútil Magia

A sacerdotisa suprema do indie, Florence Welch, reuniu as letras de músicas dos primeiros quatro álbuns da banda Florence + The Machine em Inútil Magia. Além das canções, o livro traz poemas, bilhetes e muito material exclusivo em uma diagramação digna de um álbum bem particular. A banda inclusive já se apresentou na edição brasileira do Lollapalooza: foi em 2016, quando ela foi responsável pelo show de encerramento.

2. Robert Johnson: Pacto de Amor à Música

De “Crossroads Blues” a “Love in Vain”, de “Hellhound on My Trail” a “Come On In My Kitchen”, Robert Johnson escreveu algumas das canções mais duradouras e formativas da era original do blues e que ajudaram a moldar o nascimento do rock’n’roll na década de 1960 — e sem rock’n’roll não existiria Lollapalooza. Explorando as histórias e lendas que cercam sua vida e morte, a graphic novel Robert Johnson: Pacto de Amor à Música investiga sua alma atormentada e existência sulfurosa.

3. João Gordo: Viva La Vida Tosca

Narrado em primeira pessoa e com o linguajar típico de seu protagonista, João Gordo: Viva La Vida Tosca traz um relato inesquecível da vida de uma figura incomparável de nossa cultura pop, um punk que se tornou ídolo da molecada e que nunca mudou seu jeito de ser. Com seu jeito sincero e sem papas na língua, João fala de tudo: das brigas com o pai, da história do punk brasileiro, de sua trajetória incomum na TV, de sua transformação em ídolo infantojuvenil e dos excessos que quase lhe custaram a vida.

4. The Beatles: Yellow Submarine

Embora o Lolla tenha sido criado muitos anos após o fim dos Beatles, a proposta alternativa captura um pouco do momento que a banda vivia quando fez o álbum e o filme Yellow Submarine. E tem adaptação oficial em quadrinhos do longa aqui na DarkSide®! The Beatles: Yellow Submarine traz a vibrante arte de Bill Morrison, capaz de transportar o leitor a Pepperland. Cada painel é ricamente detalhado e ajuda a contar a história que os fãs conhecem tão bem.