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Por que Osamu Tezuka é chamado de “Walt Disney” do Japão?

Conheça a extraordinária trajetória do autor que revolucionou o mangá

28/06/2023

É bem provável que algum personagem ou animação da Disney tenha marcado a sua infância. Entre contos de fadas e histórias cativantes, o estúdio mantém até hoje uma forte influência na indústria cinematográfica e do entretenimento. Seu fundador visionário e as várias “mágicas” que ele fez acontecer inspiraram diversos outros artistas, como é o caso de Osamu Tezuka.

O artista japonês que frequentemente é chamado de “Deus do Mangá” pode até ter se inspirado em Disney nos seus anos de formação, mas foi além. E muito! Não é à toa que até hoje chovem comparações entre os dois e Tezuka até ganhou a alcunha de “Walt Disney do Japão”.

A história do mestre dos mangás e animes não é essencial somente para os fãs de Osamu Tezuka, mas para qualquer aficionado por cultura pop japonesa ou pelas artes e qualquer forma de manifestação criativa. É também uma lição de história que não costumamos aprender nas salas de aula.

Osamu Tezuka era um artista nato

Nascido em Toyonaka, na região de Osaka, Osamu Tezuka era o mais velho de três filhos em uma família proeminente e de boa educação. Sua mãe costumava levá-lo ao teatro para assistir a musicais destinados a audiências femininas — o que exerceu forte influência nos trabalhos futuros do artista. A caracterização das personagens, com seus olhos grandes e brilhantes, também influenciou seu estilo de desenho.

Quando era jovem, o pai de Tezuka lhe mostrou as animações da Disney, e o garoto logo se tornou fã dos filmes, assistindo-os várias vezes em sequência. Seu preferido era Bambi, que chegou a assistir mais de oitenta vezes. A paixão era tanta que ele começou a desenhar seus primeiros quadrinhos por volta do segundo ano do ensino fundamental (mais ou menos com 8 ou 9 anos de idade). A inspiração? Disney, é claro.

Outra influência muito forte para Tezuka foram os trabalhos de Suihō Tagawa e Unno Juza. Mais velho, ele declarou que o seu desejo de trabalhar com animação não era a Disney, e sim a experiência de assistir à animação chinesa Tie shan gong zhu, de 1941.

Os desenhos continuaram e no ensino médio, em 1944, Tezuka foi convocado para trabalhar em uma fábrica, apoiando a campanha japonesa na Segunda Guerra. Isso não o impediu de continuar desenhando. O artista acreditava que poderia utilizar o mangá como um meio de convencer as pessoas a cuidarem melhor do mundo.

Em 1945 ele passou para a faculdade de medicina de Osaka. Nesta época, publicou sua primeira obra-prima: uma trilogia com elementos steampunk que abrangiam Lost World (1948), Metrópolis (1949) e Nextworld (1951).

Um gênio que revolucionou o mangá no pós-guerra

Sempre visto com seus óculos de armações grossas e um sorriso no rosto, Osamu Tezuka foi um gênio das artes que criou mais de 700 títulos de mangá — somando mais de 150 mil páginas de desenhos feitos à mão — e mais de 60 animes. Ele ficou para a história como um dos mangakás mais prolíficos de todos os tempos.

O impacto do seu trabalho na cultura japonesa vai além da arte em si, expandindo-se para além dos mangás e animes e influenciando também filmes e séries e exportando estas artes ao redor do mundo.

Um dos primeiros trabalhos do mestre a romper as barreiras entre Oriente e Ocidente foi Astro Boy, adaptado para um anime com amplo sucesso. Osamu Tezuka foi, inclusive, um pioneiro nos processos de adaptações do mangá para o anime, acelerando-o e incluindo técnicas de animação inovadoras para a época.

Foi ali que se iniciou uma tradição da indústria de mangás e animes, que se mantém forte até os dias de hoje em obras como A Menina do Outro Lado e as histórias de Junji Ito. Mangás e animes se tornaram uma marca registrada da cultura pop japonesa reconhecida em todo o globo.

Alguns dos trabalhos mais conhecidos de Tezuka no ocidente são Astro Boy, o mangá Buddha e o anime Kimba, o Leão Branco. Suas influências se estendem aos trabalhos desenvolvidos em Hollywood, como o clássico de ficção científica 2001: Uma Odisseia no Espaço. Stanley Kubrick era um admirador de Tezuka e até o convidou para ser o diretor de arte da produção — o que Tezuka recusou por causa da quantidade de trabalho que ele tinha em andamento no Japão.

Uma das inspirações mais conhecidas, chamada até mesmo de plágio, é a adorada animação da Disney O Rei Leão, lançada apenas cinco anos após a morte de Osamu Tezuka, em 1989. Quem conhece as duas obras consegue identificar várias semelhanças no plot e até mesmo em referências artísticas.

Ozamu Tezuka é um autor 100% Dark

Toda a magia da imaginação fértil do artista que revolucionou as artes do mangá e do anime encontrou seu lar na DarkSide® Books. Osamu Tezuka entrou para as coleções da Caveira com O Livro dos Insetos Humanos, uma sátira sobre o nosso estilo de vida quando comparado ao dos insetos. Agora expandimos o cânone do autor com A Feiticeira da Tempestade, uma obra que reúne histórias inspiradoras de heroínas poderosas que incentivam a confiança em cada um de nós.