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Caveira Viu: O Assassino

Descubra o que achamos do novo filme de David Fincher

14/11/2023

David Fincher é um cineasta de mão cheia, que há muito vem dando provas de sua versatilidade e competência. O diretor, responsável por clássicos modernos como Seven: Os Sete Crimes Capitais e Clube da Luta, já mostrou transitar bem entre diferentes gêneros, produzindo desde dramas, como A Rede Social, até thrillers psicológicos como Zodíaco e Garota Exemplar.

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Embora seja marcado por essa versatilidade, Fincher sempre demonstrou interesse em histórias focadas em assassinos e seus métodos. Não é à toa que thrillers criminais se tornaram sua marca registrada e seus antagonistas sejam constantemente lembrados quando o assunto são homicidas do cinema. Eis que finalmente Fincher retornou para o tipo de filme que o consagrou com O Assassino, seu mais novo longa que acabou de chegar na Netflix. 

Protagonizado por Michael Fassbender, o filme acompanha um metódico assassino de aluguel que sofre as consequências pelo fracasso em um trabalho, decidindo então se vingar dos responsáveis. Como boa fã do cinema de Fincher, a Caveira já assistiu ao filme e vai te contar o que achou dessa nova parceria entre o serviço de streaming e o renomado cineasta.

Muito mais do que um simples assassino

Com roteiro de Andrew Kevin Walker, que assinou o texto de Seven, O Assassino é inspirado na graphic novel francesa homônima escrita por Alexis “Matz” Nolent e ilustrada por Luc Jacamon. Embora o título sugira violência e sangue, o longa opta por outro caminho, economizando na ação e entregando algo mais simples. Mas engana-se quem acha que isso é um demérito, muito pelo contrário.

o assassino
Netflix/Reprodução

Em O Assassino, Fincher está muito mais interessado na construção do personagem principal do que em sua missão implacável de vingança. Exemplo disso é como o filme é narrado pelo próprio assassino, um protagonista com vários nomes e identidades, que nunca questiona o trabalho que lhe é dado. Isso funciona para que o espectador seja jogado dentro da fria mente do personagem, que oferece intermináveis explicações sobre sua meticulosa técnica e filosofia pessoal. Nisso, Michael Fassbender brilha com uma atuação contida, mas extremamente eficaz, marcada por tiques nervosos e microexpressões, além de uma voz monótona e cadenciada. 

Dividido em seis capítulos bem demarcados, o filme faz questão de não construir o assassino de forma glamourizada, como é comum em vários filmes do gênero. O personagem de Fassbender sofre as consequências de uma profissão cansativa, repetitiva e precária, que retira qualquer traço de humanidade e identidade de seu empregado, que no fim das contas não passa de um prestador de serviços dentro de um esquema muito maior. Aqui não existe glamour, nem glória. Não importam os cartões sem limites, as viagens ou os lugares de alto padrão frequentados. O que existe é apenas indiferença, tédio e insalubridade.

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É nessa construção introspectiva e pessimista que O Assassino pode se tornar um filme um pouco difícil, especialmente por seu ritmo mais lento e seus poucos diálogos. No entanto, o objetivo de Fincher não é oferecer um filme dinâmico, recheado de ação e explosões, mas sim um meticuloso exercício estético e diegético, que mostra seu poder e segurança enquanto cineasta. Aqui o diretor possui total controle da narrativa que quer construir e isso transparece no produto final que é entregue ao público. 

o assassino
Netflix/Reprodução

Além disso, O Assassino se beneficia do roteiro enxuto, mas bem escrito de Walker, que é permeado pelo humor ácido e crítico, mas ainda assim bastante sutil. Somando-se a isso temos o elenco de apoio, principalmente a participação da sempre ótima Tilda Swinton, que até poderia ter mais tempo de tela ao lado de Fassbender. Talvez uma das maiores qualidades de O Assassino seja justamente sua “simplicidade”. É dessa forma que Fincher foge do que já estamos acostumados a assistir nesse tipo de filme, entregando um longa estiloso e interessante que vai muito além de uma história sobre vingança ou sobre um matador de aluguel

Mostrando que não somos tão especiais e únicos quanto acreditamos ser, O Assassino é um longa que traz o retorno de Fincher a temas já conhecidos de sua filmografia. Embora não seja uma obra-prima, nem figure entre os melhores do diretor, o filme cumpre seu objetivo, destacando-se entre tantas produções genéricas desse estilo que são lançadas todos os anos. Com um personagem apático e entediado, Fincher mais uma vez evidencia seu enorme talento, mostrando que de apáticos seus filmes não têm absolutamente nada. 

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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