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ArtigoFábulas Dark

A sinistra relação entre Pink Floyd e O Mágico de Oz

Coincidência ou sincronia intencional?

29/11/2022

De um lado, O Mágico de Oz, clássico do cinema estadunidense, dirigido por Victor Fleming e protagonizado por Judy Garland em 1939. Do outro, The Dark Side of the Moon, oitavo álbum da banda de rock progressivo Pink Floyd lançado em 1973 e que ocupou a Billboard 200 por 777 semanas consecutivas. Se você ainda não conhece a teoria que une esses dois marcos da cultura, não se preocupe que a Caveira te explica! Venha comigo pela estrada de tijolos amarelos para conhecer o fenômeno The Dark Side of the Rainbow

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Tudo começou em 1993, quando a banda britânica comemorava os vinte anos de lançamento de um dos maiores discos da história do rock: The Dark Side of the Moon. Naquela época, a internet ainda estava engatinhando, mas alguns fãs se reuniram em um fórum on-line para conversar e demonstrar todo seu amor pelo álbum. Eis que um deles afirmou que, acidentalmente, tinha assistido a O Mágico de Oz enquanto escutava as músicas. E para o choque de todos, o disco sincronizava quase que perfeitamente com o filme

O jornalista Charles Savage, que acompanhou de perto o debate, decidiu testar a teoria e se aprofundar nela. Em 1995, ele escreveu a primeira publicação sobre o assunto, com o título The Dark Side of the Rainbow [O lado sombrio do arco-íris]. Nascia assim um dos maiores mistérios da cultura pop

Como sincronizar The Dark Side of the Moon e O Mágico de Oz?

Para sincronizar as duas obras e ver a magia acontecer, você deve silenciar o som do filme, começar o álbum no exato momento em que o leão da Metro-Goldwyn-Meyer ruge pela terceira vez (algumas pessoas afirmam que no primeiro rugido funciona melhor…) e colocá-lo no modo de repetição, para se encaixar na duração do longa. Após anos de muita discussão, atualmente também é recomendado que se utilize a cópia original ou de 2003 de The Dark Side of the Moon e a versão estadunidense de O Mágico de Oz, que dura cerca de 101 minutos. 

A partir disso, é só presenciar algumas das coincidências mais estranhas do entretenimento, que até hoje escapam de explicações e da própria lógica.  

pink floyd e o mágico de oz

Existem diversos momentos que se encaixam perfeitamente. “The Great Gig in the Sky” começa a tocar no momento em que o tornado atinge Dorothy e quando ela pisa pela primeira vez nos tijolos amarelos na Terra de Oz, “Money”, faixa do lado B do LP original, sincroniza impecavelmente com o momento do filme

A letra de “Time”, por exemplo, que diz “ninguém te disse quando correr”, é cantada no momento em que Dorothy começa a… correr. Já na faixa “Breathe”, o vocalista canta “casa, casa novamente”, enquanto a vidente aconselha a personagem a retornar para seu lar no Kansas. Calma que as semelhanças não param por aí e vão ficando cada vez mais fascinantes. 

Enquanto Dorothy se equilibra em cima do muro, a letra de “Breathe” diz: “equilibrado na maior onda”. Quando o Espantalho e a protagonista se encontram e ele começa a cantar “If I Only Had a Brain”, dançando pela estrada de tijolos amarelos, o trecho de “Brain Damage” canta “é preciso manter os lunáticos no caminho”

Mas o momento mais legal, aquele que deixa todos os fãs embasbacados e extasiados, provavelmente é quando Dorothy tenta ouvir o coração do Homem de Lata e o álbum reproduz simultaneamente sons de batidas de coração

Essas são apenas algumas das coincidências entre as duas obras. Ao longo dos anos, os fãs já catalogaram mais de 100 momentos! Não é nem preciso dizer que logo a teoria se espalhou e todos tentaram recriar a sincronia em casa, não é mesmo? A combinação entre álbum e filme, seja nas cenas, nos cortes ou nas falas, conquistou o coração do público e se tornou um dos mistérios mais bacanas que existem. 

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Proposital ou mera coincidência?

Quando questionado por Savage, Fred Meyer, secretário da International Wizard of Oz Club, uma fundação dedicada a O Mágico de Oz, se mostrou bastante surpreso e afirmou que nunca tinha ouvido falar sobre o assunto. 

Segundo os membros do Pink Floyd, tudo não passa de uma grande coincidência. Em 1997, o baterista Nick Mason foi questionado sobre o assunto e respondeu de forma bem-humorada que tudo era um absurdo e que alguém com muito tempo livre resolveu combinar O Mágico de Oz com The Dark Side of the Moon. Em 2002, a banda negou novamente qualquer relação e afirmou que não havia nem tecnologia na época que possibilitasse essa sincronia no estúdio

o mágico de oz

O engenheiro de som do disco, Alan Parsons, também negou qualquer esforço em integrar o filme ao álbum, afirmando ser uma coincidência divertida e nada além disso. Segundo ele, não existiam mecanismos nem reprodutores de vídeo na sala e a equipe estava ocupada demais na produção do álbum para prestar atenção em um filme de 1939. Parsons também afirmou que essa “aproximação” é um belo exemplo da harmonia entre música e arte. 

Alguns psicólogos explicam o fenômeno como resultado de uma tendência do nosso cérebro de pensar que reconhece padrões e informações desordenadas. Segundo essa teoria, os fãs se concentram muito mais nos momentos coincidentes e ignoram as partes em que o álbum e o longa não correspondem. 

Apesar das explicações e das negações dos envolvidos, a teoria continua firme e forte sobrevivendo com o passar dos anos. No ano 2000, a emissora TCM reproduziu o filme e permitiu que o espectador trocasse o áudio original pelas músicas de Pink Floyd. Em 2019, em São Paulo, o Cine Belas Artes fez uma exibição especial de O Mágico de Oz com uma banca ao vivo que tocou as faixas de The Dark Side of The Moon

Coincidência ou não, o mistério permanece sem solução, mas resta a nós aproveitar e vivenciar uma das experiências mais divertidas e misteriosas da cultura pop. E aí, está esperando o quê para embarcar nessa? 

Antes de Judy Garland e Pink Floyd

Muito antes de chegar nos cinemas na década de 1930 e ser parte de uma teoria misteriosa nos anos 1990, O Mágico de Oz já era um clássico da literatura infantil. A trama criada por L. Frank Baum em 1900 encanta jovens e adultos há mais de um século. Dorothy, o Espantalho, o Leão Covarde, o Homem de Lata e Totó moram há muito em nossos corações e nunca cansamos deles.

Essa aventura mágica que vem emocionando gerações aterrissou na DarkSide® no selo Fábulas Dark. São duas edições especiais com capas únicas e com as ilustrações originais de William Wallace Denslow.

o mágico de oz

É o momento ideal para o DarkSider colocar Pink Floyd nos fones de ouvido, bater nos sapatinhos três vezes e se aventurar pela inesquecível estrada de tijolos amarelos

LEIA TAMBÉM: AMIGOS DE DOROTHY: COMO O MÁGICO DE OZ ESTÁ RELACIONADO AO PÚBLICO LGBTQIA+

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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4 Comentários

  • Ramon Albuquerque

    1 de dezembro de 2022 às 14:18

    Já tive a oportunidade de assistir o filme ouvindo o álbum e é impressionante! Mas, já percebeu que isso ocorre toda hora na vida real. Por exemplo, a TV ligada e vc conversando com alguém e termina a frase com uma palavra. Imediatamente o repórter, o ator, o artista, seja quem for falando na TV e é a mesma palavra. Déjà vú????

  • Luiz Fernando

    24 de julho de 2023 às 14:37

    Olá, tenho uma dúvida. O livro mágico de oz foi uma adaptação ou traduzido do livro original pela Márcia Heloísa ?

    • Avatar photo

      DarkSide

      27 de julho de 2023 às 16:09

      Oi Luiz Fernando, o livro foi traduzido diretamente do original.

  • José Aparecido Pereira

    19 de maio de 2024 às 21:56

    Como nos concentrarmos nas partes que não coincidem se elas não existem? Tudo coincide milimetricamente. impossível ser sô coincidência.

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