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Caveira Viu: Jogos Mortais X

Preparado para revisitar essa franquia sangrenta?

04/10/2023

Quando um despretensioso filme intitulado Jogos Mortais estreou em 2004, ninguém imaginava que seria o início de um sangrento legado. O primeiro longa, dirigido por James Wan e roteirizado por Leigh Whannell, dupla também responsável pela franquia Sobrenatural, não apenas chocou o público com suas cenas violentas e seu final inesperado, como apresentou ao mundo o assassino em série John Kramer, mais conhecido como Jigsaw.

LEIA TAMBÉM: RESUMO DE TODOS OS FILMES DE JOGOS MORTAIS

O que começou como um curta com menos de dez minutos de duração deu muito certo e rendeu mais de 100 milhões nas bilheterias mundiais. Era o início de uma das maiores franquias do terror. Jigsaw foi alçado ao patamar de grandes assassinos do gênero e o longa popularizou o chamado “torture porn”, termo utilizado para agrupar filmes que enfatizam violência, tortura e mutilação. Considerando o sucesso do primeiro filme, as sequências eram inevitáveis. Logo, a franquia trilhou novos caminhos, deixando de lado seu antagonista e suas motivações para focar em armadilhas mirabolantes e mortes de tirar o fôlego

Agora, quase vinte anos depois do lançamento do primeiro filme, a franquia chega ao seu décimo filme, voltando às suas origens e resgatando alguns de seus personagens mais memoráveis. Jogos Mortais X acabou de chegar nos cinemas brasileiros e a Caveira corajosamente aceitou embarcar nesse jogo com a UCI Cinemas para te contar o que achamos dessa nova armadilha de Jigsaw. 

billy jogos mortais
Lionsgate/Divulgação

Um jogo bem elaborado

Dirigido por Kevin Greutert, que não é nenhum novato quando o assunto é Jigsaw, Jogos Mortais X se passa exatamente entre a história do primeiro e do segundo filme. Aqui, voltamos a acompanhar John Kramer, que tenta lidar com o diagnóstico de um tumor cerebral. Com poucos meses de vida restante, Kramer começa a frequentar um grupo de apoio para pacientes com câncer, onde conhece um homem cuja vida foi misteriosamente salva pelos procedimentos experimentais — e ilegais — da Dra. Cecilia Pederson (Synnøve Macody Lund). 

Esperançoso, Kramer entra em contato com Pederson. Após desembolsar uma grande quantia de dinheiro, ele consegue participar do programa médico experimental, que promete uma cura milagrosa e fica localizado secretamente no México. No entanto, como os fãs da franquia já sabem (afinal de contas, Kramer nunca se curou do câncer), as coisas não são o que parecem ser e logo ele descobre que foi enganado. É claro que Jigsaw não deixa barato e decide pôr em prática seu método (nem um pouco ortodoxo) para ensinar uma valiosa lição para os vigaristas. E, bem… basta dizer que nenhum de nós gostaria de estar na pele dessas pessoas, não é mesmo?

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Com roteiro de Josh Stolberg e Peter Goldfinger, Jogos Mortais X é um belo retorno às raízes da franquia. O filme opta por um caminho diferente do trilhado pelos últimos longas, com um começo mais lento, voltado para o emocional e sem armadilhas. Isso é muito efetivo para a construção da história, servindo também para apresentar os novos personagens e as motivações e o histórico de John Kramer. A escolha de atrasar as armadilhas em prol do enredo é uma jogada sagaz, aumentando a tensão e a carga emotiva do que vai acontecer.

john kramer jogos mortais
Lionsgate/Reprodução

Quando enfim chega a hora que todos estávamos aguardando, a espera é definitivamente recompensada. Embora mais simples do que os apresentados nos filmes anteriores — e por consequência, muito mais parecido com o do primeiro — o “jogo” de Jogos Mortais X é sangrento, visceral e incômodo. O sangue jorra livremente com armadilhas envolvendo olhos, pernas e até mesmo o cérebro. Assim como Jigsaw não poupa ninguém, a câmera não poupa o espectador de momentos prolongados de sofrimento, gore e membros decepados, tudo protagonizado por um grupo obstinado de pessoas que decide sobreviver a todos os custos. 

De volta para casa

Além do retorno triunfal de Tobin Bell como John Kramer, que rouba a cena e assume seu lugar indiscutível de protagonista da série, Jogos Mortais X também se beneficia pela presença dos personagens recém-chegados, principalmente da detestável Dra. Pederson, uma adversária quase à altura. Para esse novo jogo, Kramer é acompanhado de outra favorita dos fãs, Amanda Young (Shawnee Smith), que volta às telas para demonstrar sua lealdade ao serial killer. 

O ponto mais alto de Jogos Mortais X é o retorno ao básico da franquia. Como sempre, Tobin Bell está excelente, entregando uma performance emocionante e imponente que nos faz torcer pelo assassino (sim, sabemos que isso é moralmente questionável!). Suas interações com a Amanda de Shawnee Smith evidenciam a importância dos dois personagens para a série e como não deveriam ter sido descartados tão cedo. Com ênfase na história, na simplicidade e em armadilhas menos grandiosas e mais funcionais, o longa mostra que às vezes vale a pena voltar e procurar o que realmente funciona em uma franquia

amanda jogos mortais

Embora não seja perfeito, cometendo alguns deslizes como o destino incerto de uma das personagens e a aplicação de um filtro amarelado para retratar o México, o longa faz sua lição de casa e surge como uma das sequências mais fortes da série Jogos Mortais. Com rostos conhecidos e referências, o filme de Greutert consegue a incrível façanha de simultaneamente agradar aos fãs mais fiéis e também servir como uma porta de entrada para quem nunca assistiu a nenhuma das histórias anteriores. 

Composto por um bom roteiro, gore de sobra e momentos para lá de brutais, Jogos Mortais X nos lembra por que nos apaixonamos por essa franquia e por que Jigsaw se transformou em um ícone do cinema de terror moderno, mas principalmente nos mostra que se arrependimento matasse, a franquia nunca teria eliminado seu antagonista tão cedo. Vida longa a Jigsaw! 

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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