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Caveira Viu | Sobrenatural: A Porta Vermelha

Sequência confirma sucesso da franquia

11/07/2023

Em época de reboots e das chamadas requels, inúmeras franquias de sucesso vêm retornando a rostos familiares, apostando em personagens queridos pelo público para contar novas histórias ou encerrar de vez antigas desavenças. Foi o caso da trilogia Halloween de David Gordon Green, por exemplo, que trouxe de volta Laurie Strode para uma última prestação de contas com Michael Myers, e do quinto filme da franquia Pânico, que se despediu de Sidney Prescott. 

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É seguindo essa tendência que a franquia Sobrenatural, iniciada em 2010 pela dupla James Wan e Leigh Whannell, resolveu reencontrar a família Lambert em seu mais novo filme. Sobrenatural: A Porta Vermelha é o quinto longa da série e chegou aos cinemas brasileiros semana passada, já tendo faturado mundialmente mais de 60 milhões de dólares.

É claro que a Caveira não iria desperdiçar a chance de explorar o Além mais uma vez, não é mesmo? Graças a um pacto de outro mundo com a UCI Cinemas, assistimos ao mais novo filme da franquia em uma sessão recheada de sustos e entidades para lá de assustadoras. 

Reencontrando velhos amigos

Dez anos após acompanharmos os tormentos da família Lambert e seu contato com o plano conhecido como o Além, Sobrenatural: A Porta Vermelha retorna para seus primeiros protagonistas para uma emocionante despedida. Enquanto os últimos dois longas, Sobrenatural: A Origem (2015) e Sobrenatural: A Última Chave (2018) deram maior ênfase à trajetória de Elise Rainier, a carismática personagem de Lin Shaye, o quinto filme da franquia opta por voltar às suas raízes e finalmente encerrar a história dos Lambert. 

sobrenatural a porta vermelha

Com roteiro de Scott Teems, baseado em uma história do criador da franquia Leigh Whannell, A Porta Vermelha marca não só o retorno de velhos conhecidos, mas também a estreia de Patrick Wilson na cadeira de direção. Aqui o ator mostra seus inúmeros talentos, não apenas assumindo o duplo papel de diretor e ator, como também interpretando, junto com a banda sueca Ghost, a música que toca nos créditos finais.

A Porta Vermelha segue os eventos de Sobrenatural 2 (2013), após o pequeno Dalton (Ty Simpkins) voltar ao Além para ajudar seu pai Josh (Wilson) a retornar para casa. Como já sabemos, o filme se encerra com a família decidindo reprimir as memórias de pai e filho. Tudo na tentativa de fechar a porta entre os planos e prevenir futuras projeções astrais, assim como indesejáveis encontros com entidades malignas. É a partir dessa premissa que a história de A Porta Vermelha inicia, mostrando o que aconteceu com os Lambert dez anos depois dessas desventuras. 

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Infelizmente, o tempo não foi muito gentil com a família. Josh se sente perdido e desorientado, Dalton se distanciou do pai e Renai precisa carregar sozinha o peso de segredos perigosos. No entanto, o falecimento de um ente querido e a ida de Dalton para a faculdade acabam reabrindo antigas memórias e cicatrizes, fazendo com que a porta do Além seja novamente aberta. Nisso, Dalton e Josh precisam lidar com seu difícil passado e os traumas que vêm junto com ele para sair mais uma vez dessa.

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Traumas (e entidades) do passado

Na verdade, A Porta Vermelha funciona mais como uma continuação de Sobrenatural 2 do que uma sequência propriamente dita. Isso pode deixar o filme um pouco confuso para aqueles que não acompanharam (ou reviram) os dois primeiros longas da franquia, já que a história se mostra mais interessada nas relações familiares do que propriamente no mundo paranormal.  

Isso acaba sendo uma faca de dois gumes. Por um lado, os personagens são mais desenvolvidos, ganhando personalidade e camadas nunca antes vistas, o que faz com que realmente nos importemos com o destino da família. Nisso, o filme ganha pontos ao trazer de volta o elenco original, liderado em seus dois núcleos por Patrick Wilson e Ty Simpkins. As ótimas atuações conferem uma efetiva carga dramática e sentimental à história. No entanto, por outro lado, esse maior foco nos Lambert impossibilita qualquer aprofundamento na mitologia do Além, o que pode decepcionar os espectadores que esperam desenvolvimento na história sobrenatural.

Aqui vale elogiar o trabalho da equipe de design de produção e de fotografia que entregam um plano sobrenatural impecável e assustador, além do retorno a locais familiares que com certeza vai satisfazer os fãs da franquia. A estreia de Patrick Wilson no comando das câmeras também merece destaque positivo. Assim como os outros filmes da franquia, A Porta Vermelha é recheado de jumpscares bem posicionados e momentos de tensão que brincam com nossas expectativas, enganando até mesmo os espectadores mais atentos. 

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A Porta Vermelha consegue equilibrar com eficiência o horror e o drama, centrando efetivamente seu roteiro em uma família desgastada por traumas do passado. O tom mais emocional do filme e seu foco nas relações pessoais dos personagens lembra de certa forma alguns momentos de Invocação do Mal 2, dirigido por James Wan e também estrelado por Wilson. No entanto, muito mais do que uma viagem ao Além, o que A Porta Vermelha proporciona é uma grande jornada paranormal de autoconhecimento de pai e filho, além de uma família lutando por sua reconstrução. 

Além dos Lambert, os fãs ficarão satisfeitos com outras figuras conhecidas que voltam para dar as caras mais uma vez. É o caso de um dos vilões mais famosos da franquia e protagonista de uma de suas cenas mais assustadoras, que retorna de forma aterrorizante e muito bem encaixada. Isso com certeza confere potência ao filme, que é perpassado por uma positiva sensação de nostalgia, criando assim um carinhoso elo com seus antecessores. 

Mas nem só de nostalgia vive A Porta Vermelha. O filme também acerta muito ao explorar a nova vida de Dalton na faculdade, mostrando o que acontece quando sua conexão com o Além vai sendo restaurada. Além das visões aterrorizantes do jovem em um ambiente completamente novo, o longa se beneficia ao trazer uma nova personagem para a trama, a colega de quarto de Dalton, Chris (Sinclair Daniel), que confere a leveza necessária para alguns momentos. 

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É hora de dar adeus

No geral, Sobrenatural: A Porta Vermelha oferece uma satisfatória conclusão para a história da família Lambert. Aliando bons sustos a uma efetiva carga dramática, o filme emana personalidade e estilo próprios, ao mesmo tempo em que se encaixa perfeitamente no tom criado pela franquia. O filme de estreia de Patrick Wilson na direção é uma emocionante carta de despedida a queridos personagens, enfatizando as relações humanas, os efeitos devastadores dos traumas e o poder dos laços que unem as pessoas. Talvez o ponto alto de A Porta Vermelha seja justamente esse: ser um filme que consegue simultaneamente nos emocionar e assustar

Embora decepcione ao não aprofundar na mitologia do Além e nos seres que ali habitam, o longa com certeza vai agradar aos fãs da franquia, assim como aqueles que gostam de sustos e momentos de tensão bem construídos

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Por mais que encerre esse capítulo, A Porta Vermelha é efetivo em deixar um gosto de quero mais no espectador. Afinal, não podemos deixar de questionar: a porta pode ter sido fechada, mas quantas outras ainda não estão esperando para ser abertas? 

E isso é algo que apenas o tempo irá responder. 

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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