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Conheça a história do uniforme médico para combater a peste bubônica

Descubra por que médicos usavam máscara com bico de pássaro

22/05/2023

É um pássaro? O corvo do Edgar Allan Poe? Não, é apenas um médico do século XVII combatendo a peste bubônica. A icônica máscara com bico de pássaro ilustra a capa de Medicina Macabra 3, um volume dedicado a microrganismos, pestes e pragas que ameaçaram a raça humana ao longo da história e seguem representando perigo para a humanidade.

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Uma delas foi a peste bubônica, que, diferentemente do que muita gente pensa, assolou a Europa diversas vezes. O surto que ficou mais conhecido foi o do século XVII, justamente por causa da indumentária sinistra dos médicos. O fato de as pessoas desconhecerem os motivos por trás do traje deixava tudo ainda mais assustador.

A peste era causada por uma bactéria que se transmitia através da pulga de pequenos animais (principalmente ratos). Seus sintomas eram parecidos com os da gripe, como febre, dor de cabeça e vômito — até aí, muita gente simplesmente resumiria o quadro como “virose”.

medicina macabra

Porém, esses sintomas mais brandos evoluíam para a inflamação dos gânglios linfáticos e, sem o tratamento adequado, isso acabava provocando a morte de 30% a 90% dos infectados em aproximadamente dez dias. Além do alto risco de morte, o inchaço dos linfonodos também causava muita dor e fazia com que certas partes do corpo ficassem escuras, o que rendeu o apelido de “peste negra” à doença.

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O que explicava os trajes sinistros?

Num primeiro momento, a gente pode até imaginar que eles queriam espantar a peste de susto mesmo, com roupas que cobriam o corpo inteiro e máscaras que se pareciam com cabeças de corvo. Mas existe uma explicação plausível para os trajes — pelo menos para a época.

No século XVII, antes de surgir a teoria dos germes, os médicos acreditavam em transmissão miasmática, ou seja, que a praga se disseminava pelo ar envenenado. Essa teoria foi formulada pelo médico inglês Thomas Sydenham e pelo italiano Giovanni Maria Lancisi. Segundo ela, as doenças tinham origem num conjunto de odores fétidos que vinham da matéria orgânica em putrefação e da água contaminada, chamada de miasma. 

uniforme da peste
Imagem de domínio público

Isso diz muito sobre o design mórbido das vestes médicas. Acredita-se que elas tenham sido desenvolvidas pelo médico Charles de Lorme, responsável pelos cuidados de saúde da realeza europeia naquela época. Lorme descreveu um traje que incluía um casaco coberto com cera perfumada, calças ligadas a botas, camisa, chapéu e luvas de couro de cabra. Eles também contavam com um acessório controverso: uma vara que era utilizada para afastar os enfermos.

Mas o que mais chama a atenção no traje é o equipamento bicudo utilizado na cabeça. Os médicos da peste utilizavam óculos e uma máscara perfumada, com um bico de quinze centímetros que tinha dois orifícios — um para cada narina —, o suficiente para respirar.

Como acreditava-se que o fedor transmitia doenças, um detalhe muito importante tornava a máscara de corvo ainda mais segura: dentro dela era colocado teriaga, um composto com mais de 55 ervas e outros componentes, como carne de víbora em pó, canela, mirra e mel. A lógica de Lorme era de que, nos quinze centímetros que separavam os orifícios da máscara do nariz do médico, havia espaço suficiente para que o ar fosse absorvido pelas ervas e não contaminasse a pessoa vestindo a máscara.

Durante a peste, os médicos vestiram esse uniforme macabro por toda a Europa, conferindo os mesmos cuidados de saúde aos pobres e à realeza. O visual acabou se tornando tão icônico que no carnaval italiano a fantasia de “médico da peste” passou a fazer parte da commedia dell’arte e das celebrações da data até os dias de hoje.

mascara da peste carnaval
Tracy Elaine/Reprodução

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Sobre DarkSide

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