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Cruel: Conheça 6 padrões do Índice da Maldade

Especialistas classificaram motivações e características de crimes violentos

24/08/2023

O que leva alguém a cometer crimes assombrosos? E não apenas isso, a cometê-los repetidas vezes, intensificando a violência e sem demonstrar qualquer tipo de arrependimento. Como explicar a maldade humana?

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Se você é um investigador nato que já abriu os arquivos de psicopatas de Jeffrey Dahmer, Ted Bundy, BTK ou que dissecou os casos cruéis relatados em Serial Killers: Anatomia do Mal, provavelmente saiu com mais perguntas do que respostas. E é para responder esses questionamentos que Michael H. Stone e Gary Brucato se dedicaram a um profundo estudo da mente humana em busca da tal origem da maldade e de suas diferentes manifestações.

O resultado deste trabalho está em Cruel: Índice da Maldade, uma obra indispensável do selo Crime Scene® que cataloga 22 padrões identificados pelos especialistas. Stone e Brucato dedicaram partes consideráveis de suas carreiras no estudo, avaliação, e por vezes no tratamento de pessoas cujos crimes seriam considerados “malignos” pela grande maioria. Mas afinal, o que seria esse “mal”?

Com uma visão bem ponderada, os autores sabem que nem o mais maligno dos criminosos é mau o tempo inteiro e que pessoas muitas vezes cometem atos cruéis cujas motivações não são tão fáceis de explicar pela simples maldade. Por isso, os 22 padrões identificados pelos dois são subdivididos em seis categorias, dependendo do tipo de crime, motivação, recorrência, entre outros fatores. 

A Caveira abriu seus arquivos Crime Scene e trouxe alguns deles neste post:

1. Assassinatos em legítima defesa extremamente violentos

Na primeira categoria, encontramos os assassinatos em legítima defesa ou impulsos cometidos por pessoas sem sinais de psicopatia. Ainda assim, a defesa pode provocar atos extremamente violentos. Esse é um diferencial que deve ser levado em consideração e que não inocenta ninguém em julgamentos. Nesses casos, as atitudes adotadas pela vítima de algum crime ultrapassam o limite aceitável para repelir a injusta agressão, cometendo excessos desnecessários e, por isso, também considerados criminosos. 

Para exemplificar, os autores citam o caso de Susan Cummings, filha de um bilionário comerciante de armas que tinha uma relação conturbada com o parceiro, o jogador de polo Roberto Villegas. O homem era conhecido por ser agressivo e, com a relação se tornando cada vez mais caótica, certo dia Cummings atirou quatro vezes nele com uma semiautomática, matando-o. Ela alegou que, antes disso, ele a havia agarrado pela garganta e lhe cortado os braços lentamente, como ameaça. Quando ouviu a cadeira dele se mover, pensou que seria atacada e disparou contra ele.

susan cummings

2. Assassinos narcisistas e passionais com traços psicóticos

Os indivíduos que se enquadram aqui são impulsionados a matar devido a intensos graus de narcisismo. Tais necessidades às vezes o levam a desenvolver pensamentos grandiosos que chegam a ser delirantes, como se considerar mais próximo a Deus, por exemplo. Eles estão na categoria de assassinatos severos cometidos por pessoas com nenhum ou poucos sinais de psicopatia.

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Esses criminosos também são capazes de matar ou agir agressivamente pelo simples prazer de satisfazer suas necessidades egocêntricas. O objetivo disso pode ser obter reconhecimento ou até mesmo encenar uma situação vitimista em busca da compaixão dos outros. Eles podem matar no contexto de intenso ciúme, em geral por orgulho ferido e ressentimento.

3. Psicopatas ambiciosos que matam quando encurralados

Aqui entramos no território de assassinatos premeditados cometidos por pessoas com características psicopatas. Os crimes dos indivíduos nesse padrão são expressos por uma extrema necessidade de poder e controle sobre outros, como líderes de seita, políticos, líderes religiosos, de gangues e por aí vai. Traços de impotência e paranoia são comuns nesses criminosos, e qualquer um que seja visto como um obstáculo corre o risco de ser eliminado.

cruel indice da maldade

Nem sempre esses psicopatas cometem os próprios crimes, aproveitando-se da devoção de seus seguidores para matar em seu nome. Talvez por orgulho ou pela necessidade de manter o controle até o fim, esses criminosos se recusam a se render sem luta ao se sentirem encurralados, matam sem escrúpulo e preferem a própria morte a serem capturadas pelas autoridades. Não se espera que as pessoas que se enquadram nesse padrão sejam adeptas de tortura, geralmente optam por mortes rápidas. 

4. Psicopatas que cometem múltiplos atos de violência

Esses indivíduos se enquadram na categoria de assassinatos múltiplos ou em massa cometidos por pessoas com psicopatia aparente. São pessoas egocêntricas e psicopáticas que cometem dois ou mais atos de extrema violência, que podem incluir assassinato ou tentativa de assassinato. Aqui também entram indivíduos que não necessariamente matam, mas apresentam atitudes altamente perversas, como aleijar ou deformar a vítima intencionalmente.

Essa é a classificação apropriada para criminosos que cometem repetidos atos de estupro ou sodomia com adultos ou crianças, mas não matam as vítimas. Também entram indivíduos que realizam dois ou mais atos de necrofilia sem que sejam os responsáveis pelas mortes. 

5. Assassinos em série pervertidos que ocultam evidências e não torturam

Esse índice está apenas um degrau acima do anterior, mas já se enquadra na categoria de assassinos em série, torturadores e sádicos. Aqui a motivação principal é estupro ou violência sexual de algum tipo e que em geral cometem assassinatos para evitar testemunhas, às vezes de forma brutal. 

Em muitos casos, o assassino realiza a fantasia sexual repetidas vezes e ela está relacionada à completa dominação da vítima, matando-a para obter gratificação sexual. Nos tipos mais desorganizados desse padrão, essas fantasias de controle e poder podem ser expressas em mutilação pós-morte ou atos necrófilos. Em algumas situações, a vítima é manipulada como uma boneca, conforme a vontade do assassino. Richard Ramirez é um caso conhecido de assassino em série que se enquadra nesse padrão.

night stalker

6. Assassinos-torturadores psicopatas cuja motivação não é exclusivamente sexual

O índice considerado o mais cruel na classificação de Stone e Brucato se enquadra sozinho na categoria de maldade extrema. Aqui se encontram indivíduos que prenderam, torturaram e mataram outras pessoas exibindo graus de automação, distanciamento e insensibilidade que escapa da nossa compreensão. Para esses criminosos, o objetivo principal é infligir dor e sofrimento prolongado, com o sadismo sendo entrelaçado com alguma motivação sexual perversa.

Após seus crimes, vários desses assassinos totalmente psicopatas usaram corpos (ou partes) para propósitos indizíveis, muitas vezes necrófilos, canibais ou com cadáveres sendo guardados como troféus ou lembranças.

No livro, os autores exemplificam o nível mais alto de crueldade com cinco assassinos em série — alguns já conhecidos dos DarkSiders. Todos ilustram com precisão as características e impulsos associados ao padrão final, mas não são os únicos a se enquadrarem aqui. São eles: Tommy Lynn Sells, Robert Berdella, Gary M. Heidnik, John Wayne Gacy e David Parker Ray.

Esses foram apenas seis dos padrões descritos por Michael H. Stone e Gary Brucato em Cruel: Índice da Maldade. A obra contempla outros dezesseis padrões, além de contextualizar as mudanças culturais que contribuíram com a “Era do Novo Mal”, como o aumento do número de assassinos em série na segunda metade do século XX, os massacres em escolas e outros comportamentos cruéis presentes na sociedade. Um livro indispensável para compreender o que é a maldade e como ela pode se manifestar em diferentes graus.

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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