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De empregada doméstica ao museu de cera mais famoso do mundo: Quem foi Marie Tussaud?

Artista aperfeiçoou técnica para criar estátuas de cera assustadoramente realistas

06/04/2022

O nome Madame Tussauds é famoso no mundo inteiro. Com mais de 20 unidades espalhadas pelos continentes, o museu de cera recebe todos os anos milhares de visitantes que se impressionam e se divertem fazendo fotos com estátuas de cera ultra realistas. Se você já teve a oportunidade de visitar algum deles, sabe que as esculturas se parecem com pessoas de verdade.

Mas afinal, quem foi a mulher que dá nome a esta atração tão badalada? Marie Tussaud nasceu em 1761 na cidade francesa de Strasbourg e foi batizada Anna Maria Grosholtz – o nome alemão é um tanto comum na região, que era disputada entre a França e a Alemanha. A história dela virou uma ficção histórica no livro Madame Tussaud: A Pequena Colecionadora de Corpos, de Edward Carey, publicado pela DarkSide® Books em mais uma parceria com a Macabra, mas neste post apresentamos alguns destaques da trajetória desta talentosa mulher.

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Órfã de pai antes mesmo de seu nascimento, Marie e a mãe se mudaram para a Suíça quando ela tinha apenas seis anos de idade. Elas foram para a capital, Berna, para trabalhar como empregadas domésticas de um médico da região, Dr. Phillippe Curtius.

Este período foi muito importante para a pequena Marie: além de médico, Curtius era um habilidoso escultor que fazia figuras em cera. Inicialmente ele fazia isso para modelos de anatomia utilizados em sua profissão, mas depois passou a usar as esculturas para retratos. Marie se tornou sua aprendiz e pôde aperfeiçoar sua técnica em esculturas de cera.

A arte de Curtius o levou a Paris e não demorou muito para que Marie e sua mãe o acompanhassem. Em 1770 ele fez sua primeira exposição das estátuas de cera, auxiliado pela aprendiz, e em 1777 ela criou sua primeira figura: uma escultura do filósofo iluminista Voltaire.

A Revolução Francesa quase causou a morte de Marie Tussaud

Por volta de 1780, o trabalho de Curtius era exposto em mostras para a corte e Marie se tornou uma favorita entre os nobres. Porém, quando a Revolução Francesa estourou em 1789, ela e seu mentor foram acusados de serem simpatizantes da realeza. Para sobreviver, Curtius passou a fazer esculturas de cera dos líderes e dos mártires da Revolução.

Créditos: Madame Tussauds London

Porém, durante o Período do Terror, entre 1793 e 1794, ela e Curtius foram presos. Marie chegou a ter seu cabelo raspado para a execução na guilhotina, mas, em troca de clemência, ela e Curtius assumiram uma tarefa macabra: esculpir máscaras de morte dos executados, incluindo nomes como Luís XVI, Maria Antonieta, Marat e Robespierre.

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A carreira solo de Tussaud e a mudança para o Reino Unido

Em 1794, Curtius morreu e deixou a Marie toda a herança de seus museus de cera. No ano seguinte ela se casou com um engenheiro chamado François Tussaud, de quem adotou seu famoso sobrenome e com quem teve dois filhos.

O casamento dos dois se tornou cada vez mais tenso e os negócios dos bonecos de cera quase foram arruinados pela devastação da Revolução. Porém, a salvação do legado de Marie Tussaud se deu pela parceria com um ilusionista alemão chamado Paul Philidor – um pioneiro no uso de luzes para simular fantasmas.

Créditos: Madame Tussauds London

Philidor propôs a ela uma união de forças em uma exposição que reunisse as figuras de cera dela com os efeitos especiais dele no Teatro Liceu, em Londres. Ela concordou e, em 1802, viajou para a capital inglesa. Porém, Tussaud achou que seu sócio não dava ênfase o suficiente ao trabalho dela, e preferiu seguir carreira solo.

Ela carregou vagões de trem com suas esculturas e embarcou em uma exposição itinerante pelas Ilhas Britânicas que, entre idas e vindas, durou aproximadamente 30 anos. O sucesso foi instantâneo, impulsionado pela repugnância e pena dos britânicos quanto ao que ela viveu na Revolução Francesa e no Período do Terror.

Em cada cidade por onde Madame Tussaud passava ela conseguia luxuosos salões para exibir suas esculturas. As exposições atraíam um vasto público pagante, já que encontrar este tipo de evento era muito raro fora de Londres. A turnê era muito popular e lucrativa e, mesmo longe de seu marido, Marie ainda enviava dinheiro a ele em Paris.

Quando se mudou para Londres, Tussaud levou consigo seu filho mais velho Joseph. Mais tarde, o caçula François se juntou aos dois e, por ser um habilidoso carpinteiro, ajudou nos negócios da mãe, construindo a estrutura dos braços e pernas dos manequins. A esta altura, a exibição passou a se chamar Madame Tussaud e Filhos.

Créditos: Getty Images

O legado de Marie Tussauds

Em 1835 ela e seus filhos decidiram se fixar em um lugar e fizeram de Londres a moradia permanente da exibição. O local escolhido foi a Baker Street, muito próximo à rua Marylebone, onde está situado até hoje. O local se tornou particularmente popular em 1837, quando a jovem Rainha Vitória permitiu que fosse produzida uma escultura sua.

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Além da exposição dos bonecos de cera, o museu contava com uma atração macabra: a Câmara dos Horrores, dedicada a bandidos, assassinos e a uma interação capaz de apavorar seus visitantes. O segmento se manteve em funcionamento até 2016.

Créditos: Getty Images

Marie faleceu em 1850 aos 88 anos de idade. Seus filhos e netos continuaram administrando o museu, mudando-o para um espaço maior. Apesar do local ter sofrido um incêndio durante um bombardeio da Segunda Guerra Mundial, muitas das figuras originais conseguiram ser salvas e preservadas. Até os dias de hoje há ainda esculturas feitas pela própria Marie Tussaud – uma francesa tímida que sobreviveu a um período sombrio e hoje dá nome a uma das atrações turísticas mais badaladas em todo o mundo.

Sobre Macabra

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