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Nós e as Estrelas | Descubra 7 civilizações que se baseavam nos astros

Nosso conhecimento de astronomia teve início com culturas pré-cristãs

18/08/2021

Você já se perguntou como os povos antigos contavam o tempo? Sem relógios ou calendários bem definidos, apenas com as oscilações de dia e noite e mudanças climáticas cíclicas, como que foi definido quanto tempo durava uma semana? Um mês? Um ano? A resposta está acima de nós.

LEIA TAMBÉM: NÓS E AS ESTRELAS: COMO A ASTRONOMIA UNIU CIÊNCIA E MITOLOGIA

Em Nós e as Estrelas, Kelsey Oseid desvenda os mistérios dos céus, entre constelações, planetas, astros e asteroides, de uma forma visual e didática. Ver a astronomia ser explicada de uma forma tão simples pode até dar a falsa ilusão de que a humanidade sempre deteve este conhecimento. Mas a compreensão dos astros e seus movimentos envolve um trabalho de milênios e que, mesmo com toda a tecnologia da qual dispomos hoje, ainda é uma tarefa em desenvolvimento.

Sem telescópios modernos, sondas ou satélites construídos por humanos, os povos pré-cristãos aprenderam a observar e a identificar padrões nos céus que coincidiam com rotinas e localizações na Terra. Mesmo sem compreender por completo qual lugar ocupamos no espaço, estas civilizações utilizaram os astros para marcar o tempo, organizar colheitas e possibilitar a navegação para localidades distantes.

O fato mais interessante disso tudo é que não foi um conhecimento passado linearmente de uma civilização a outra. Simultaneamente, estes povos às vezes separados continentalmente entenderam que o céu escondia respostas para muito do que vivemos no nosso planeta – desde que as pessoas soubessem quais perguntas fazer.

Cada uma à sua maneira, estas civilizações contribuíram de maneira significativa para o entendimento que temos dos astros até os tempos atuais. Conheça a seguir alguns povos que se baseavam nas estrelas e o que eles descobriram:

1. Babilônicos

Babylonian astronomical diary for the second half of year 148 of the Seleucid Era (164-163 BC), including observation of Halley’s comet in 164 BC.

Quase dois mil anos antes de Cristo, os babilônicos já documentavam os movimentos dos astros. É uma das primeiras civilizações que se tem registros de já interpretar os movimentos da Lua e do Sol

Mais do que meras anotações, os babilônicos mantinham registros detalhados do comportamento dos astros, que eram notados diariamente, semanalmente, mensalmente e anualmente. Além do uso prático em uma das primeiras noções de calendário, este povo também tinha aplicações mais místicas para a interpretação dos céus, por vezes prevendo catástrofes e alertando o rei a respeito disso.

Acredita-se que eles tenham sido os primeiros a documentar a passagem do cometa Halley, que pode ser observado no céu terrestre a cada 75 anos, aproximadamente. Além disso, os babilônicos foram os primeiros a dividir o céu em diferentes zonas.

2. Egípcios

Quéops – Créditos: Reuters/Mohamed Abd El Ghany

Donos de uma das civilizações antigas mais avançadas que se tem registro, os egípcios também deixaram a sua contribuição na nossa compreensão do céu. Suas famosas pirâmides e templos foram arquitetados de acordo com os astros. Quéops, a grande pirâmide de Gizé, foi construída para se alinhar à Estrela Polar do Norte – que na época era Thuban.

Um dos locais mais intrigantes do país quando o assunto é astrologia é Nabta Plaia, uma bacia no deserto da Núbia, 800 km ao sul do Cairo. Lá existe um dos dispositivos arqueoastronômicos mais antigos que se tem notícia. Ele possui alinhamentos de pedras que, acredita-se, indicavam o surgimento de certas estrelas em determinadas épocas do ano e um calendário cíclico que indicava a direção do solstício de verão.

Além das interpretações celestiais mais religiosas, os egípcios observavam os astros para prever e se preparar para as enchentes do Nilo. O sistema de calendário desenvolvido por eles é bem parecido com o utilizado hoje em dia: os meses tinham trinta dias e os anos de 365 dias eram divididos em doze meses. A única diferença é que eles dividiam os meses em três semanas de dez dias.

3. Gregos

Pitágoras – Créditos: Wikimedia Commons

Patronos de boa parte do conhecimento do mundo ocidental, os gregos formularam teorias e equações matemáticas para tentar explicar o universo. Um dos pensadores mais conhecidos no ramo da astronomia era Eratóstenes, que também contribuiu em outras áreas, como geografia, matemática, poesia e música.

Nascido quase trezentos anos antes de Cristo, Eratóstenes calculou a circunferência da Terra. Errando por poucos milhares de quilômetros, a estimativa do matemático impressiona, principalmente pelo desconhecimento que se tinha na época quanto a outros continentes e pela tecnologia disponível naqueles tempos. Outras contribuições dele envolvem identificar a inclinação do eixo terrestre e o conceito de anos bissextos.

A ideia de que vivemos em um planeta em formato de circunferência veio de um pensador mais conhecido do mundo da matemática: Pitágoras. Ele teve esta ideia ao ver navios desaparecendo no horizonte conforme se afastavam. Pitágoras também foi o primeiro a sugerir que o movimento dos planetas, Sol, Lua e estrelas poderiam ser calculados por meio de equações.

LEIA TAMBÉM: O FASCÍNIO DOS MILLENNIALS PELA ASTROLOGIA

4. Persas

 Astrolábio – Créditos: Andrew Dunn – Whipple Museum of the History of Science

A astronomia era bem popular na civilização persa pós-islã. Um dos astrônomos mais conhecidos de todos os tempos era Abd al-Rahman al-Sufi, chamado de Azophi, que teve importantes contribuições na área. Ele foi o primeiro a descrever a galáxia de Andrômeda. Além disso, fez algumas revisões e correções no trabalho de Ptolomeu, que foi um dos primeiros a catalogar as constelações. 

Outro notável astrônomo persa foi Abu-Mahmud Khojandi, que construiu um sextante gigantesco para calcular o eixo terrestre. E ele chegou bem perto, errando por apenas dois minutos. Uma precisão impressionante para a tecnologia da época.

5. Indianos

As principais contribuições da Índia Antiga no ramo da astronomia vieram de Aryabhata, que mudou os rumos da astrologia mais mística para um caminho mais científico. Apesar de se basear em um modelo geocêntrico, o astrônomo foi capaz de deduzir que a Terra girava em torno de seu próprio eixo e que a Lua e outros planetas refletiam sua luz do Sol.

6. Chineses

Ganimedes – Créditos: NASA

Uma das documentações astronômicas mais detalhadas do mundo antigo vem da China. Um de seus astrônomos mais notáveis foi Gan De, o primeiro a registrar Ganimedes, a maior lua de Júpiter e de nosso sistema solar. Na época ela foi descrita como uma pequena estrela vermelha ao redor de Júpiter.

O Catálogo de Shi, o mais detalhado do mundo antigo quando o assunto envolve estrelas, também é chinês e foi elaborado por Shi Shen. Além disso, os chineses também repararam nas estrelas que apareciam misteriosamente entre as outras já conhecidas – provavelmente observando supernovas.

Um arqueólogo descobriu em uma caverna budista na China o atlas estelar Dunhuang, que acredita-se ser o mapa mais antigo e melhor preservado, datado de cerca de oito séculos antes de Cristo.

7. Maias

Mayan ruins at Chichen Itza, Kukulcans Pyramid, Yucatan, Mexico

Longe das civilizações da eurafrásia, os maias também buscavam orientação no céu. Particularmente interessados nos movimentos das estrelas, do sol e de outros planetas, os maias observavam e catalogavam estas interações através de artefatos que projetavam sombras.

Foi através destas observações que eles desenvolveram o Calendário Maia, que registrava a passagem do tempo. Aliás, ao contrário do que foi difundido recentemente, este calendário não previa o fim do mundo em 2012.

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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