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Os 10 cultos mais assustadores da história

Conheça para passar bem longe desses grupos

23/04/2024

Convenhamos, cultos podem ser bem assustadores. Principalmente quando falamos de manipulação, privação de liberdade e até mesmo do incentivo de comportamentos nocivos. Porém, a grande questão é que além de nos assustar, cultos também nos intrigam.

Eles nos intrigam tanto que assistimos documentários, escutamos podcasts e iniciamos infinitas pesquisas na internet tentando entender como esses grupos são formados e mantidos. Enquanto procuramos compreender como tragédias acontecem e líderes perigosos ganham poder, também nos perguntamos internamente: será que isso poderia acontecer comigo?

Por mais que esses grupos e práticas pareçam muito distantes da nossa realidade, eles talvez estejam mais perto do que imaginamos. É o que a escritora Amanda Montell mostra em Cultos: A Linguagem Secreta do Fanatismo. Montell mostra como a linguagem tem colaborado com práticas coercivas e como esses elementos verbais estão por toda, desde Heaven’s Gate até empresas de marketing, academias de crossfit e no feed do seu Instagram.

Enquanto algumas práticas podem ser relativamente inofensivas, outras se mostram perigosas e podem acabar em tragédias. Pensando nisso, a Caveira separou alguns dos cultos mais assustadores da história para você conhecer e ficar bem longe.

1. NXIVM

Fundado em 1998 por Keith Raniere, o NXIVM iniciou suas atividades como uma organização de autoajuda com aulas sobre empoderamento e autoaperfeiçoamento. Até 2017, o grupo contava com mais de 18 mil seguidores por toda a América do Norte, contando inclusive com o envolvimento de famosos, como a atriz Allison Mack de Smallville. No entanto, tudo mudou quando no mesmo ano ex-membros expuseram diversas práticas abusivas, como a existência de uma seita sexual dentro do grupo.

As mulheres eram recrutadas para uma irmandade, mas logo se depararam com um esquema de pirâmide onde Raniere era o líder. Entre as várias violências sofridas, as mulheres precisavam dar fotos nuas para seus “mestres” e outros documentos comprometedores, além de serem marcadas com as iniciais do líder em seus corpos. Depois das denúncias e acusações de ex-membros, Raniere foi julgado e condenado por inúmeros crimes, incluindo tráfico sexual, extorsão e pornografia infantil, já que algumas vítimas tinham apenas 15 anos. Atualmente, ele cumpre pena de prisão perpétua e oficialmente o NXIVM deixou de existir em 2021.

2. Children of God

Fundado em 1968 pelo pregador David Berg em Huntington Beach, Califórnia, o Children of God pregava ensinamentos que misturavam os passos de Jesus Cristo com o movimento do amor livre dos anos 1960, atraindo desta forma muitos jovens. Em seu auge, o grupo somou mais de 15 mil membros, que viviam em comunidade isolada e autossustentável. As crianças, por exemplo, não iam à escola e viviam separadas dos pais.

O Children of God se tornou notório ao final da década de 1970 quando vieram à tona alegações de práticas sexuais descritas como “prostituição religiosa”, em que mulheres deveriam seduzir e manter relações sexuais para incentivar homens a se unirem ao grupo. Nessa época, diversos membros deixaram a comunidade, como a família do ator Joaquin Phoenix. Durante os anos 1990, outras denúncias apareceram, afirmando que Berg permitia e incentivava o abuso físico e sexual de crianças e mantinha práticas sádicas com o restante dos membros. Ele morreu em 1994 enquanto estava sendo investigado pelo FBI, mas o Children of God existe até hoje, atendendo agora pelo nome de Família Internacional.

3. Família Manson

Ao longo da história, o nome de Charles Manson se tornou praticamente sinônimo de culto. Em 1967, Manson criou a Família Manson em São Francisco e logo em seguida se mudou para Los Angeles, onde tentou a carreira como músico. O grupo, que chegou a ter aproximadamente 100 membros, estabeleceu uma comunidade em diversas áreas da cidade até se mudar para uma propriedade rural conhecida como Spahn Ranch.

Seus seguidores acreditavam que Manson era uma manifestação de Jesus Cristo e confiavam em suas profecias sobre uma suposta guerra racial apocalíptica, a qual ele nomeou de Helter Skelter. Em agosto de 1969, Manson enviou um grupo para uma residência em Benedict Canyon e ordenou que assassinassem todos que estivessem ali. As vítimas foram a atriz Sharon Tate, o cabeleireiro Jay Sebring e seus amigos Abigail Folger, Wojciech Frykowski e Steven Parent. Na noite seguinte, seus seguidores assassinaram o casal Rosemary e Leno LaBianca em sua casa em Los Feliz.

Em 1971, Manson foi condenado à morte, mas sua sentença foi comutada para perpétua após a pena de morte ter sido invalidada no estado da Califórnia em 1972. Ele morreu na prisão em 2017. Se você deseja saber mais sobre o assunto, a Caveira recomenda ler Manson: A Biografia do autor Jeff Guinn.

4. Templo do Povo

O Templo do Povo foi fundado em 1955 por Jim Jones em Indianápolis e combinava o cristianismo com os ideais de socialismo e igualdade. O que inicialmente consistia em sermões e curas de fé, logo se transformou em um assentamento comunal quando o grupo se mudou para a Califórnia no início de 1970. Em seu auge, o Templo do Povo contava com mais de 20 mil membros e conexões dentro da política americana.

Jones começou a acreditar que uma guerra nuclear iria despontar e se mudou, junto de seus seguidores, para a Guiana onde tentou estabelecer uma comunidade rural autossustentável chamada informalmente de Jonestown. O grupo viveu alguns anos no local, no entanto as difíceis condições de vida e as alegações de abuso fizeram com que Jones fosse investigado pelo congressista Leo Ryan, que em novembro de 1978 viajou para Jonestown para averiguar as denúncias. Muitas famílias decidiram ir embora, mas os guardas de segurança do templo abriram fogo contra o grupo do congressista, que faleceu no local junto a outras quatro pessoas. Jones então forçou os seguidores presentes no assentamento a ingerirem uma bebida com cianeto, o que resultou na trágica morte de 918 pessoas. Para o DarkSider interessado no assunto, fica a recomendação de leitura da Caveira: Jim Jones Profile: Massacre em Jonestown, de Jeff Guinn.

5. Heaven’s Gate

Fundado em 1974 por Marshall Applewhite e Bonnie Nettles, o Heaven’s Gate era um grupo cujo sistema de crenças envolvia milenarismo cristão, Nova Era e ufologia. Inicialmente, os membros acreditavam que naves espaciais os levariam embora da Terra quando esta fosse reciclada. No entanto, após o falecimento de Nettles em 1985, Applewhite escalonou as crenças do grupo e incentivou os seguidores a abandonarem seus corpos terrestres para atingir outro nível de existência.

Acreditando que o sinal era a passagem do cometa Hale-Bopp, em 1997, Applewhite e seus 38 seguidores tiraram as próprias vidas na mansão alugada onde viviam coletivamente em San Diego. Eles foram encontrados dias depois com todos usando o mesmo uniforme: calças de moletom e camisetas pretas com braçadeiras dizendo “time de partida de Heaven’s Gate”. Os corpos foram posicionados em suas próprias camas com os rostos e torsos cobertos por uma toalha roxa. O Heaven’s Gate ainda existe e seu site continua on-line, mantido por dois seguidores.

6. Synanon

Considerado um dos cultos mais perigosos dos Estados Unidos, o Synanon começou sua história como um programa de reabilitação de drogas. O grupo foi fundado em 1958 por Charles Dederich e logo no início dos anos 1960 se transformou em uma comunidade alternativa centrada em sessões coletivas e terapia de ataque que ficaram conhecidas como “o jogo”. Na década de 1970, a organização se transformou oficialmente na Igreja de Synanon.

Dederich ficou conhecido por seus atos de violência física e psicológica, além de cobrar taxas exorbitantes de seus seguidores e os forçar a realizar trabalhos físicos. Ele também criou uma lista para perseguir e assassinar seus detratores. O Synanon foi dissolvido em 1991 depois que seus membros foram condenados por crimes, como fraude fiscal, adulteração de provas, terrorismo e tentativa de assassinato. Dederich faleceu seis anos depois, mas um ramo do grupo continua ativo na Alemanha.

7. A Família

Engana-se quem acha que só existem cultos nos Estados Unidos. A Família, por exemplo, é um dos mais famosos cultos da Austrália. O grupo foi fundado na década de 1960 pela professora de yoga, Anne Hamilton-Byrne, que afirmava ser a reencarnação de Jesus Cristo. Posteriormente, ela se uniu ao parapsicólogo Raynor Johnson para formar o que chamou de “a Grande Irmandade Branca”. Ao longo dos anos, adotou cerca de 28 crianças, recebendo muitas como “presentes” dos seguidores e falsificando documentos de adoção para enganar pais e mães.

A Família misturava doutrinas religiosas ocidentais e orientais, mas seu principal propósito era criar uma “raça mestre” que sobreviveria ao iminente apocalipse. Hamilton-Byrne afirmava ser a mãe biológica das 28 crianças, que deveriam chamar os outros membros do grupo apenas de tios ou tias. Quando os pequenos não se comportavam do jeito esperado, eram espancados, privados de comida e dosados com LSD. Por muito tempo, o grupo permaneceu no anonimato, mas tudo mudou em 1987 quando a sede foi invadida pela polícia devido a alegações de abuso infantil. As crianças foram removidas do local e Hamilton-Byrne e seu marido foram presos em 1993, acusados de fraude de certidões de nascimento e falsas declarações. No entanto, as acusações foram retiradas e ela nunca foi responsabilizada, falecendo em 2019 aos 98 anos.

8. Aum Shinrikyo

O Aum Shinrikyo foi fundado no Japão por Shoko Asahara em 1984 contando com crenças apocalípticas de que o fim do mundo seria causado por um conflito mundial iniciado pelos Estados Unidos. Inicialmente, o grupo ganhou notoriedade por acusações de que seu líder mantinha os seguidores contra a vontade e os forçava a doar dinheiro.

No entanto, as coisas tomaram um rumo drástico quando em 1995 o Aum Shinrikyo realizou um ataque terrorista com gás sarin, uma arma química de destruição em massa que ataca o sistema nervoso, em várias linhas de metrô de Tóquio. O ato causou a morte de 13 pessoas, feriu mais de 50 e causou problemas de saúde temporária em mais de 1000 passageiros. O grupo também foi associado a outro ataque de menor proporção no ano anterior e foi responsável pelo assassinato do advogado Tsutsumi Sakamoto e sua família. Em 2006, Shoko Asahara foi condenado à morte e em 2018 foi executado junto com outros seis seguidores.

9. Movimento Para a Restauração dos 10 Mandamentos de Deus

Originado no sudoeste de Uganda, o Movimento para a Restauração dos Dez Mandamentos de Deus foi fundado em 1989 por Credonia Mwerinde e Joseph Kibweteere após a dupla alegar ter tido visões religiosas. Seus seguidores eram ensinados a seguir rigidamente os Dez Mandamentos, pois apenas assim iriam sobreviver ao apocalipse que chegaria no ano 2000.

Quando o dia 1º de janeiro de 2000 não terminou com o fim do mundo, os membros do grupo começaram a questionar a data correta. Foi então previsto que o verdadeiro apocalipse ocorreria naquele mesmo ano em 17 de março. Quando o dia passou sem incidentes, os líderes incendiaram a igreja do Movimento, resultando na morte de cerca de 530 pessoas. Mais tarde, as autoridades locais descobriram outros corpos em várias propriedades do grupo, concluindo assim que foi orquestrado um assassinato em massa depois que as previsões do apocalipse falharam.

10. A Ordem do Templo Solar

Conhecido também como O Templo Solar, este grupo foi fundado em 1984 na cidade de Genebra, na Suíça, pela dupla Joseph di Mambro e Luc Jouret. Concebida como uma sociedade secreta, a organização traçava suas origens no mito da existência contínua dos Cavaleiros Templários. Além disso, seus líderes pregavam que o mundo iria acabar nos anos 1990.

A Ordem do Templo Solar tomou um rumo sinistro a partir de 1994 quando Di Mambro ordenou o assassinato de um bebê de dois meses, considerado por ele como o “anticristo”. Entre 1994 e 1997, o grupo se tornou famoso quando mais de 70 membros foram assassinados ou cometeram suicídio na Suíça, França e Canadá, com vários edifícios e propriedades sendo destruídos e incendiados. Desde 1995, a Ordem do Templo Solar é considerada um culto na França, mas o grupo ainda permanece ativo e conta com centenas de seguidores.