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Skinamarink: Terror imersivo vira sensação nas redes sociais

Filme emula pesadelos e medos de infância

14/12/2022

Você se lembra do que mais te causava pavor quando era criança? Não interessa se você superou ou não esses pesadelos, eles provavelmente retornarão à tona em Skinamarink, o novo terror imersivo do canadense Kyle Edward Ball.

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A premissa é bem econômica, mas já ajuda a ter uma ideia. Duas crianças acordam certa noite e descobrem que o seu pai não está em casa. Além disso, a casa onde moram não tem mais portas ou janelas, e elas sentem que há uma ameaça no local. 

A sinopse pode não impressionar muito, mas o mesmo não pode ser dito do que acontece a seguir. Ball investe em um terror imersivo, sensorial, que tem muito mais a ver com os sentimentos que irá provocar do que com a história em si. E é bem provável que esse sentimento seja de medo e pavor.

Contribuindo com essa atmosfera sinistra, o cineasta também se utiliza de artifícios de um subgênero conhecido como analog horror, ou terror analógico. Ele se assemelha aos filmes de found footage, aquelas filmagens encontradas como em Bruxa de Blair, mas tem uma relação mais forte com a estética dos vídeos da segunda metade do século XX, com uma qualidade precária de imagem, muita granulação e cenas desconexas — mais ou menos como naquele vídeo mortal de O Chamado.

skinamarink
MMXXII Kyle Edward Ball/Reprodução

Como mencionamos, as sensações importam mais do que a história em si, e Kyle Edward Ball se mostra um mestre na manipulação delas. Com uma atmosfera caótica em que nada faz sentido naquela casa, o próprio espectador se vê arrastado para aquela realidade, com ângulos invertidos, muita escuridão e enquadramentos que assustam não apenas pelo pouco que entregam, mas principalmente pelo que não se vê.

Um mestre dos pesadelos

Já conhecido do meio de curtas de terror, Kyle Edward Ball possui um canal no YouTube chamado Bitesized Nightmares, no qual ele recria os pesadelos que as pessoas contam nos comentários. Em entrevista à Variety, ele explicou que o relato mais recorrente que ele recebia tinha basicamente o mesmo conceito: “Eu tenho entre 6 e 10 anos. Estou em casa. Meus pais estão mortos ou desaparecidos e há uma ameaça com a qual eu tenho que lidar”. Soa familiar?

Ball ainda acrescentou que se interessou pelo conceito porque ele também tinha um pesadelo vívido muito parecido. “Eu achei incrível que quase todo mundo parecia ter esse sonho, então eu quis explorar o tema. Fui levando e acabou se tornando em um filme.”

Com um orçamento bem enxuto, de 15 mil dólares majoritariamente arrecadados através de crowdfunding, ele conseguiu gravar as cenas na casa onde cresceu, no Canadá, e pegou equipamentos emprestados da Film and Video Arts Society of Alberta.

skinamarink
MMXXII Kyle Edward Ball/Reprodução

Dos festivais para a internet

O lançamento de Skinamrink começou quando o longa foi exibido no Fantasia International Film Festival, em Montreal, na metade desse ano. A propaganda boca a boca começou a crescer conforme o filme era exibido em outros festivais, mas uma falha em uma das exibições fez com que a produção fosse disponibilizada on-line e pirateada.

Conforme a versão pirata viralizou na internet, as reações intensificaram o interesse pela produção. Com avaliações antagônicas, Skinamarink pode ser considerado genial, ou um péssimo filme na mesma medida. Justamente por não seguir uma fórmula convencional dos filmes de terror, sem gore ou jump scares, por exemplo, muitas pessoas o consideraram muito longo, confuso ou simplesmente não assustador o suficiente.

Do outro lado, há quem considere Skinamarink o filme mais assustador que já viu na vida ou pelo menos uma das melhores produções do gênero lançadas esse ano. Um vídeo com mais de 23 mil visualizações no TikTok o classificou como “o filme que está traumatizando todo mundo no TikTok”. Atualmente, ele é considerado o 12º melhor filme de terror do ano pelos usuários do Letterboxd, na frente de produções como O Telefone Preto e Morte, Morte, Morte.

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Qual a relação de Skinamarink com Xuxa?

Uma das coisas que mais chama a atenção num primeiro contato com o filme é seu título: afinal, o que significa Skinamarink? A palavra vem de uma música intitulada “Skidamarink” ou “Skinnamarink”, dependendo da versão. Trata-se de uma canção infantil popular na América do Norte escrita em 1910 para uma produção da Broadway chamada The Echo.

A palavra em si não significa nada e nem tem tradução para o português. Ela é inserida na letra mais pela sua sonoridade, assim como ocorre em várias outras músicas infantis como a nossa querida “Ilariê”.

E por falar em Xuxa, adivinha quem gravou uma versão dessa canção que agora ganha uma conotação sinistra? Sim, a própria rainha dos pac… digo, baixinhos. A versão brasileira foi intitulada “Skinimarinki” e você nem precisa ouvir de trás pra frente.

Como assistir Skinamarink

Depois dos festivais e vazamentos, Skinamarink finalmente deve ser lançado oficialmente para o grande público. Foi anunciado que a produção chegará às telonas no dia 13 de janeiro de 2023, e depois disso será exibida no streaming de terror Shudder

Infelizmente esses lançamentos dizem respeito somente aos Estados Unidos e não há previsão de estreia de Skinamarink no Brasil. Porém, quando tiver a oportunidade de assistir ao filme, siga as dicas de Ball: apague as luzes, assista à noite, em silêncio e sem interrupções.

Enquanto esse momento de pavor não chega, entre nessa atmosfera aterrorizante com o trailer do filme:

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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1 Comentário

  • Gian

    12 de abril de 2023 às 13:09

    Com toda sinceridade do mundo, achei elegante e verborrágica toda resenha disponível na internet sobre esse filme, mas assisti Skinamarink com mais 4 amigos: um dormiu antes da metade, um ficou no celular vendo rede social antes mesmo de chegar na metade, um foi pra cozinha umas 4 vezes durante todo o filme (preparar lanche, ir no banheiro, ou fugir daquilo mesmo), e o último sentiu o mesmo que eu: muito experimentalismo que simplesmente não desperta nada, como se estivéssemos assistindo uma câmera de vigilância da portaria de um prédio por duas horas quase. Mas todos chegamos à mesma conclusão: assistimos um videozinho cheio de barulhos e sussurros que virou hype no tiktok justamente por apresentar uma situação, mas não apresentar explicação alguma pra essa situação. Se não soubéssemos do plot explicado antes de assistirmos, não teríamos conseguido chegar nem na metade. Vazio, arrastado, repetitivo, inócuo, mal desenvolvido, preguiçoso enquanto filme. É interessante? Sim. Pois aprendi que, se recortar as filmagens das câmeras internas da minha casa e jogar um monólogo aleatório bem criativo como áudio, posso lançar na internet como filme experimental. A critica diz que divide o público… sim, divide. Os que imergem facilmente na trama induzidos pelos textos de internet e se põem no lugar de crianças assustadas revivendo um trauma, e os que passam quase duas horas ouvindo ruídos, vendo vultos, diálogos sussurrados entrecortados e desconexos, e um tédio monstruoso vindo junto com o sono. obs.: todo o suposto diálogo das crianças seria incrivelmente impactante e assustador, se houvesse um mínimo de elementos acenando em qual direção nossa imaginação deveria seguir. Resumo: era só sugerirem no decorrer do filme, que Kevin entrou em coma batendo com a cabeça caindo da escada, e tudo era fruto de seu cérebro lesionado pelo tce. Os pais dialogam pouco, pois são separados e só conversam no hospital visitando Kevin, que morre no final. O resto, foi delirio, alucinação, pesadelos, algo frequentemente relatado por pessoas que voltam de um coma ocasionado por traumatismo craniano. E sim, sou enfermeiro e psicólogo.

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