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Splatterpunk: O terror sem limites

Conheça o subgênero de autores como Clive Barker e Jack Ketchum

10/02/2022

O terror pode se manifestar sob diversas formas: cósmico, slasher e envolto em suspense. Mas há um subgênero que desconhece limites e explora até onde o leitor está disposto a suportar em troca de uma boa história: o splatterpunk.

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Caracterizado pelo gore, terror corporal e violência extrema, o splatterpunk se originou no começo da década de 1980 alinhado aos movimentos de contracultura. Como o escritor Brian Keene define: “Se é transgressor, fala sobre doenças políticas ou sociais, não pega leve e força os limites, então é splatterpunk”.

O próprio nome do movimento já diz muito a que veio. Splatter é aquele respingo de um líquido pegajoso ou viscoso, como sangue. Já o punk vem do gênero do rock, fortemente associado à contracultura

História e controvérsia do subgênero

Clive Barker | Créditos: Steven Friederich

O começo do movimento splatterpunk surgiu lá no início da década de 1980 com a publicação The Twilight Zone Magazine, de Rod Sterling. A revista explorava diversas vertentes do terror com a publicação de histórias de ficção, nas quais o splatterpunk encontrou um território convidativo para dar seus primeiros passos.

O movimento surgiu como uma resposta reativa que cresceu com fúria e rapidez naquela década. As obras são uma resposta revoltada às histórias “tradicionais, tímidas e sugestivas” de terror. O termo “splatterpunk” foi utilizado pela primeira vez em 1986 por David J. Schow na 12ª World Fantasy Convention. 

Assim como toda manifestação de contracultura, o splatterpunk gerou bastante controvérsia entre escritores, até mesmo os de terror. Robert Bloch, autor de Psicose, criticou o movimento, argumentando que “existe uma distinção que precisa ser feita entre aquilo que inspira terror e aquilo que inspira náuseas”. Uma grande ironia é que Bloch foi um grande incentivador de Jack Ketchum, cuja obra faz parte do movimento.

Jack Ketchum | Créditos: © Steve Thornton

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Em defesa do splatterpunk, os críticos R. S. Hadji e Philip Nutman eram grandes incentivadores do subgênero, descrevendo-o como uma literatura “sobrevivente” e que reflete “o caos moral da nossa época”.

Embora o termo tenha ficado bem conhecido nos anos 1980 e 1990 e tenha angariado uma legião de fãs, o nome “splatterpunk” acabou sendo substituído por outros ao longo do tempo. Hoje em dia ele atende pela alcunha de body horror ou terror extremo, por exemplo.

Apesar da sua denominação ter caído em desuso nas últimas décadas, em 2018 os organizadores da KillerCon, um evento dedicado ao terror nos Estados Unidos, criaram o Splatterpunk Awards (também conhecido como os “Bernies”) para reconhecer e homenagear as obras de splatterpunk e terror extremo.

Autores e obras da Caveira com muito splatterpunk

Alguns dos escritores frequentemente associados ao splatterpunk são Clive Barker, Jack Ketchum, Poppy Z. Brite, Richard Laymon, J. F. Gonzalez, Joe Lansdale, Brian Keene, Richard Christian Matheson, Robert McCammon, Shane McKenzie, Wrath James White, David J. Schow, John Skipp, Craig Spector, Edward Lee e Michael Boatman.

A Caveira conta com publicações macabras que representam bem o splatterpunk. A coletânea de contos de Clive Barker Livros de Sangue vol. 1 e vol. 2, que reúne histórias com o melhor do horror extremo, assim como outras obras do autor, como Hellraiser, Evangelho de Sangue e Candyman.

O macabro A Garota da Casa ao Lado, de Jack Ketchum, também é uma obra visceral do splatterpunk. Em todos estes livros, prepare-se para viver além dos limites do terror.

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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