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True Blood e a volta dos vampiros sexy

Lançamento da DarkSide Books traz ecos da aclamada série, disponível na Netflix

18/10/2023

Talvez você não se lembre, mas ali pelo fim dos anos 2000 os vampiros eram o novo preto. As criaturas fantásticas que se alimentam de sangue voltaram aos holofotes com o sucesso dos livros (e dos filmes) de Crepúsculo (2008) e com a estreia de True Blood (2008-2014). Foi uma febre. Se a obra de Stephenie Meyer era mais romântica, bem água com açúcar, a série de Alan Ball para a HBO chegou chutando a porta, mostrando que os vampiros, sim, eram capazes de trazer o sexy de volta.

Seguindo a melhor tradição de obras como Entrevista com o Vampiro (1994), que se baseou no clássico de Anne Rice para botar Tom Cruise, Brad Pitt e Antonio Banderas com presas (isso no auge das capas da Capricho, tá?), para seduzir geral, True Blood invadiu a TV com o elenco mais sexy que se tem notícia. Todo mundo babava no triângulo formado por Anna Paquin, Stephen Moyer e o recém-revelado Alexander Skarsgård. Isso muito antes de se falar em trisal com a naturalidade de hoje.

Pois True Blood entrou recentemente para o catálogo da Netflix no Brasil, tendo ficado no top 10 da plataforma (aquele piloto, meu Deus do céu, é das coisas mais incríveis já feitas). Com isso, a gente torce para que os vampiros sexy como Bill (Stephen Moyer) e Eric (Alexander Skarsgård) voltem com tudo para os holofotes.

E a DarkSide® Books, claro, resolveu fazer sua parte para estimular essa onda. Em pré-venda (com lançamento previsto para o fim do mês de outubro), Pacto de Sangue é dessas releituras mais… adultas de Drácula, com uma deliciosa pegada queer. Ou seja, mais para Alan Ball do que para Stephenie Meyer.

No livro de S. T. Gibson, Constanta, uma camponesa medieval, é resgatada da beira da morte e transformada em uma noiva imortal digna de um rei vampiro que vive em um castelo em terras remotas. Ao longo dos séculos (afinal, vampiros são imortais), o casalzinho vai adicionando novos membros ao clã poliamoroso, como Magdalena e Alexi. Afinal, se você pudesse viver a eternidade, você não experimentaria de um tudo?

Mas (sempre tem um ‘mas’)… esse casamento eterno não é o que parece e vem com um preço alto: sangue, submissão e segredos inconfessáveis. Assim, Pacto de Sangue guia o leitor por uma viagem ao mundo gótico e misterioso do clássico de Bram Stoker. Só que, aqui, ele é narrado pela perspectiva de Constanta, presa em um relacionamento abusivo por séculos — até que decide pôr um ponto final, antes que seja tarde demais.

A princípio, Constanta se encanta com seu suposto salvador, mas com o passar do tempo (e tempo para isso ela teve), ela percebe que, na verdade, se trata de um homem manipulador, controlador e abusivo. E o relacionamento, que começou como uma história de resgate, acaba por se tornar uma prisão emocional. Parece com várias histórias reais de marido e mulher por aí, né?

Pacto de Sangue é uma história sobre relacionamentos abusivos e sobre como as dinâmicas de poder, manipulação e gaslighting às vezes são muito difíceis de enxergar — não culpe a vítima, viu? Segundo a Caveira, “com sua prosa envolvente, S. T. Gibson nos faz questionar nossas próprias relações, rever o significado de consentimento e identificar nossa capacidade de reconhecer e romper os grilhões de relacionamentos tóxicos”.

Ah, a edição brasileira do livro traz o conto “Novamente, Rosas”, que ajuda a aprofundar a história.