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5 Curiosidades sobre Dezenove Garras e um Pássaro Preto que aumentam a nossa expectativa pelo livro

Agustina Bazterrica está de volta em mais uma obra visceral

16/05/2023

Toda a potência literária de Agustina Bazterrica já impactou e assombrou os DarkSiders com o perturbador universo de Saboroso Cadáver. Agora, ela apresenta toda a sua versatilidade como contadora de histórias em Dezenove Garras e um Pássaro Preto, uma coletânea de contos premiados da autora.

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Contar histórias é algo que faz parte da vida de Agustina desde muito jovem. Com apenas 15 anos de idade ela começou a escrever seus primeiros contos, inspirada por autores como Julio Cortázar, Jorge Luis Borges, Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft. Com influências Dark como estas, não é de se surpreender que ela explore com tanta destreza os limites entre o real e o fantástico, o belo e o grotesco, o humor e o horror.

Dezenove Garras e um Pássaro Preto é um delicioso menu que explora todas as nuances de uma das vozes mais singulares da literatura contemporânea. Seus dezenove contos estão sempre com um pé no lado macabro, com direito a todo o humor ácido de sua autora.

Caso a sua empolgação ainda esteja sob controle para este lançamento (se é que isso é possível), a Caveira separou algumas curiosidades sobre Dezenove Garras e um Pássaro Preto que te farão querer devorar estes contos o quanto antes!

1. O livro é uma reedição ampliada de outra obra

Dezenove Garras e um Pássaro Escuro expande o panteão de histórias da autora presente em Antes del encuentro feroz, publicado em 2016, com dezoito contos. Para a nova coletânea, Agustina Bazterrica acrescentou o conto “Um Buraco Esconde uma Casa”, que fala sobre o sequestro de uma mulher por um homem obcecado.

2. O título é uma referência ao conjunto da obra de Bazterrica

Se você ficou intrigado com o título Dezenove Garras e um Pássaro Preto, saiba que ele é repleto de significado para a autora. As garras e o pássaro preto são elementos recorrentes na obra de Agustina Bazterrica, e não é por acaso. As garras simbolizam a violência, a agressividade, a ferocidade e a animalidade de seus personagens. Já o pássaro preto significa a sombra, a melancolia, a solidão e a morte — temas presentes em sua narrativa.

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3. Um show de versatilidade narrativa

Um dos maiores prazeres na leitura de Dezenove Garras e um Pássaro Preto é a alternância narrativa que a autora emprega em cada história, aproveitando-se de várias técnicas de escrita. As histórias são predominantemente narradas em primeira e terceira pessoa, dependendo bastante do protagonista. Com personagens inesquecíveis, a forma de contar a história varia desde uma série detalhada de instruções para superar um término de relacionamento; ao fluxo de consciência de uma mulher que, em choque, descobre um cadáver em seu quintal; passando por uma narrativa que simula o registro oral de uma menina de maneira quase inocente e fantasiosa.

4. Experiências pessoais inspiraram alguns contos

“Roberto” é possivelmente um dos contos mais perturbadores, narrando a história de uma menina de 10 anos que tem um coelho preto entre as pernas, a quem chama de Roberto. Ela diz que o animal é seu amigo e que gosta de brincar com ele, mas sua amiga não acredita. A história foi escrita por Bazterrica quando ela tinha 19 anos e é uma metáfora ao abuso. Em entrevista ao portal Télam, ela disse que, analisando o conto depois de tantos anos, entende que a história surgiu como “um desabafo em relação ao assédio de rua que ela sofria nesta idade”. Por ter frequentado uma escola de freiras, a autora não sabia lidar com este tipo de abuso.

Já em “Um som leve, rápido e monstruoso”, Bazterrica se inspirou na experiência de uma amiga cujo vizinho cometeu suicídio, porém antes de seu corpo cair, foi a sua dentadura que havia caído — o que alertou a amiga dela e evitou que a mulher fosse atingida pelo vizinho.

5. Uma coleção premiada

As histórias de Dezenove Garras e um Pássaro Preto foram escritas desde o início deste século, e várias delas receberam prêmios importantes. Entre eles, o primeiro lugar no Prêmio Municipal de Buenos Aires de Conto Inédito 2004/5 e o primeiro lugar no XXXVIII Concurso Latino-Americano de Conto “Edmundo Valadés”. Lembrando que Saboroso Cadáver é outra obra cultuada e premiada, agraciada com o Prêmio Clarín de Romance de 2017 e o Ladies of Horror Fiction Award, como melhor romance de 2020.