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5 Histórias fascinantes inspiradas em O Rei de Amarelo

Medo, loucura e tragédia que se mantêm vivos na cultura pop

18/07/2023

Muito antes de H.P. Lovecraft revelar os mitos dos Grandes Antigos, Robert W. Chambers já abria os portais do que hoje conhecemos como horror cósmico e de toda uma mitologia permeada pela arte, paixão e loucura. 

LEIA TAMBÉM: DA OBSESSÃO À INSPIRAÇÃO: AS PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS DE H.P. LOVECRAFT

O Rei de Amarelo é uma relíquia literária que estende seus tentáculos até os dias de hoje, exercendo uma poderosa influência nas artes e na cultura pop como um todo. Para celebrar a chegada do clássico à Sociedade Secreta DarkSide, a Caveira separou algumas obras que têm suas raízes em Carcosa.

1. “Um Sussurro nas Trevas”, de H.P. Lovecraft

É inegável que H.P. Lovecraft tenha dominado a arte de provocar aquele horror do desconhecido e do sobrenatural. A coleção Medo Clássico: H.P. Lovecraft é prova disso. Ele ficou famoso pela sua escrita sobre o estranho e pelos monumentais Mitos de Cthulhu. Embora o escritor tenha lido Chambers um pouco mais adiante em sua carreira, o autor de O Rei de Amarelo decididamente deixou sua marca ali. 

lovecraft medo classico

No conto “Um Sussurro nas Trevas” Lovecraft faz suas conexões mais diretas à obra de Robert W. Chambers. O pai do horror cósmico utiliza elementos do conto “O Sinal Amarelo” e aproveita o conceito na Irmandade do Sinal Amarelo, um culto que venera o Grande Antigo Hastur Hastur. Além disso, Hastur é convocado da desconhecida terra de… Carcosa. 

LEIA TAMBÉM: O QUE SÃO OS MITOS DE CTHULHU

2. Providence, de Alan Moore

O trabalho de Alan Moore conta com influências lovecraftianas desde os seus primórdios, como em Neonomicon, onde vemos uma representação física de Carcosa e sua língua Aklo, que provoca viagens insanas através do cosmo. Mas o autor de Palavras, Magias e Serpentes não parou por ali.

providence

A série Providence, que serve tanto como sequência como prequela de Neonomicon, é a que concentra as ligações mais diretas com o trabalho de Chambers. A primeira história de O Rei de Amarelo se passa numa Nova York futurista onde câmaras de suicídio se tornaram legalizadas, bem no estilo dos “Jardins de Fuga” de Providence. Em outra história da série as pessoas são levadas à loucura ao ponto de tirarem a própria vida, bem na linha de O Rei de Amarelo

3. Os Invisíveis, de Grant Morrison

Resumidamente, Os Invisíveis é sobre um grupo de ocultistas avançados que estão travando uma guerra de bastidores do que nós percebemos como mundo. O volume 3 da série apresenta um trio que consiste em um homem vestindo uma espécie de véu amarelo, um mordomo e uma empregada doméstica, que na verdade são uma força que trabalha tanto para o Colégio Invisível e a Igreja.

A conexão com a obra de Chambers está principalmente no líder do trio, que se relaciona à imagética do Rei de Amarelo — de acordo com a visão de Morrison, é claro. Os Invisíveis também pegam emprestado o conceito por trás da famosa frase “não uso máscara” para conceber a ideia da máscara sendo o rosto verdadeiro. 

os invisíveis

Tanto o uso do véu amarelo como a máscara da história de Chambers passam a mensagem de que a consciência humana não consegue processar o que está além do nosso escopo sem abrir mão do ego por completo. É por isso que nunca podemos ver o rosto verdadeiro do Rei, pois está além da concepção humana, ou ainda, invisível.

4. “O Rei de Amarelo”, de Raymond Chandler

Sabe o famoso “copia, mas não faz igual”? Ok, vamos ser justos: o conto “O Rei de Amarelo” de Raymond Chandler até pode ter se inspirado bastante no clássico de Chambers e até mesmo aproveitar o mesmo título, mas aqui a trama mergulha no gênero noir e na literatura policial. Não temos cultos e nem o tom de horror que outras obras costumam se inspirar no clássico. Pra falar a verdade, o jazzista de pijama amarelo e o detetive comentando que leu um livro chamado O Rei de Amarelo são as únicas correlações diretas ao clássico. E é justamente as conexões indiretas que tornam a visão de Chandler tão fascinante.

No conto, fala-se de uma peça que enlouquece as pessoas até a morte (soa familiar?). Então, será que o músico teria lido a peça e somos apresentados às consequências disso? Adotar o conceito e aplicá-lo a um gênero completamente diferente torna tal conexão satisfatória e deixa os leitores ainda mais intrigados em descobrir se tais semelhanças são ou não propositais.

5. True Detective — 1ª temporada

Sim, a gente sabe que você abriu esse link esperando a menção à primeira temporada da minissérie da HBO. Lógico que a Caveira não iria decepcionar. O principal motivo para a produção ter ficado para o fim da lista é justamente porque ela também se baseia nas obras citadas anteriormente, de Lovecraft, Moore, Morrison e Chandler. Além das mensagens mais óbvias da série, podemos ir ainda mais fundo nas relações com O Rei de Amarelo — e até mais longe que isso.

true detective
HBO / Divulgação

A primeira menção a Carcosa foi criada no conto “Um Habitante de Carcosa”, de Ambrose Bierce, em 1886. Nele, um homem desperta de uma doença para descobrir que está perdido em uma terra desconhecida. Podemos observar isso em True Detective, uma vez que tanto Rust (Matthew McConaughey) e Marty (Woody Harrelson) perderam algo e, de certo modo, perderam a si próprios ao descobrir Carcosa no fim da série. A batalha dos protagonistas entre a luz e as trevas é essencial tanto na série como na obra de Bierce.

Há também referências à história “O Sinal Amarelo”, observada de diferentes maneiras em True Detective. O símbolo espiralado ao longo dos episódios e em cada descoberta de assassinato. Adotando um pouco de cada história de O Rei de Amarelo, a produção da HBO acabou se tornando uma versão bem moderna da história de Chandler capaz de nos deixar tão horrorizados como no original.

LEIA TAMBÉM: BLUE ÖYSTER CULT E O CULTO AO HORROR

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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2 Comentários

  • Emanuel

    22 de julho de 2023 às 01:21

    Qual a diferença entre os 4 livros ? eu tenho o verde (que brilha no escuro e possui uma animação 3d incrível, quando ponho a câmera e uso um aplicativo no celular 🙂
    mas qual é a diferença dos outros 3 ?

    • Avatar photo

      DarkSide

      24 de julho de 2023 às 11:08

      Oi Emanuel, acredito que você esteja se referindo aos livros Medo Clássico: H.P. Lovecraft, né? Essa coleção possui 2 volumes em 2 edições diferentes. As que possuem detalhes em verde são o volume 1 e as com detalhe laranja são o volume 2. Os contos do volume 1 são diferentes daqueles do volume 2. Fora isso, as únicas diferenças entre edições está nas capas, que refletem melhor as preferências de cada leitor. A COSMIC EDITION (essa com o Cthulhu na capa) é uma viagem aos recantos mais alucinados da mente de Lovecraft, mesclando loucura e realidade. Já a MISKATONIC EDITION, essa mais cinza, é uma obra-prima para sua biblioteca, inspirada na universidade que o escritor criou em seus contos.

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