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Zodíaco: O que é verdade e o que é ficção no filme de 2007

Contém spoilers, leia depois de assistir

09/10/2021

Os assassinatos do Zodíaco, que assombraram a Baía do São Francisco no final dos anos 60 e início dos anos 70, entraram para o imaginário coletivo principalmente por conta da não resolução dos crimes (as investigações estão abertas há mais de 50 anos), dando origem a livros e filmes. Dentre eles, o mais famoso é o filme de 2007 do diretor David Fincher com Robert Downey Jr, Jake Gyllenhaal e Mark Ruffalo. Confira no DarkBlog o que é verdade e o que é ficção na obra.

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A história

A maior parte da história é real, o Zodíaco, como ficou conhecido, fez pelo menos 7 vitimas entre 1968 e 1969, enviando diversas cartas para jornais e exigindo que suas mensagens criptografadas fossem publicadas. Em uma reunião com a polícia foi decidido que as cifras seriam divulgadas nos jornais, dando início à “febre” sobre o caso.

Paul Avery

Avery foi um jornalista real, o único ao qual o Zodíaco endereçou uma carta nominalmente. Ele foi o responsável por uma série de matérias sobre os casos e também se aproveitou de sua posição e conhecimento para investigar por conta própria quem era o assassino.

Diferente do que foi retratado no filme, Avery não vivia recluso, tampouco teve sua carreira encerrada após o caso. Ele, inclusive, trabalhou em outro caso importante e publicou um livro sobre o sequestro de Patty Hearst.

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Robert Graysmith

Graysmith é uma figura real e trabalhou como cartunista no San Francisco Chronicle, um dos jornais a receber e publicar as mensagens cifradas. Assim como no filme, ele ficou obcecado pelos crimes, que acabaram por ocupar boa parte da sua vida pessoal e levaram seu casamento ao fim. 

Graysmith abandonou sua carreira como cartunista para se dedicar à escrita. Ele já escreveu três livros sobre o caso: Zodiac, de 1986 (que serviu como base para o filme de 2007), Zodiac Unmasked, de 2002 e Shooting Zodiac (lançado em 2021). Além dos livros sobre o Zodíaco, ele publicou mais 9 livros sobre outros casos e crimes reais.

Arthur Leigh Allen 

Allen foi considerado suspeito por 20 anos e existiam diversas provas contra ele, como o relógio da marca Zodiac, botas que combinavam com as pegadas encontradas e uma máquina de escrever que correspondia à máquina usada pelo assassino.

Em 2002, 10 anos após a morte de Allen, a polícia comparou o seu DNA com uma amostra recolhida em um dos envelopes e ela se mostrou negativa. Em 2018 ele voltou a ser considerado suspeito por conta de irregularidades envolvidas na coleta de DNA do envelope.

Cartas

O Zodíaco enviou cerca de 18 cartas para os jornais e polícia. O casal Donald Gene Harden e Bettye June Harden conseguiu decifrar a 1ª mensagem rapidamente, mas o que o filme não mostra, ou pelo menos não aprofunda, é que Donald foi considerado suspeito por um tempo por conta da rapidez e facilidade em quebrar a cifra. 

Uma das cifras enviadas pelo Zodíaco

Das 4 cifras enviadas pelo assassino, apenas duas foram decifradas até hoje: uma pelo casal Harden em 1969 e outra em 2020 por um grupo amador formado por 3 pesquisadores de países diferentes. O grupo afirma que a demora na decodificação se deve ao fato do assassino ter usado um método militar para criá-la. Apesar do Zodíaco ter afirmado em uma das cartas que seria possível descobrir seu nome se as cifras fossem quebradas, nem a polícia e nem os grupos independentes conseguiram chegar perto disso.

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A ligação para um programa de TV

Uma das coisas mais curiosas que acontecem durante o filme é a ligação do Zodíaco para um programa de tv onde ele conversa com um famoso advogado da região. Esse fato realmente ocorreu e foi uma exigência do próprio suspeito que ele conversasse com um advogado se não começaria uma matança contra crianças. 

Jim Dunbar (apresentador) e Melvin Belli durante a ligação feita para a televisão.

Embora a polícia duvidasse da veracidade da chamada, a esperança era que isso expusesse o impostor e chamasse atenção do verdadeiro Zodíaco, fazendo com que ele se manifestasse.

BÔNUS: A produção do filme foi tão estressante para o ator Robert Downey Jr que ele deixava garrafas de urina no set de filmagem como forma de protestar contra o diretor. Foi o próprio David Fincher que revelou isso durante uma entrevista: “Na verdade, ele deixou jarros de urina no set, no canto. Ele faria xixi e traria de volta como uma forma de protesto.”

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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