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Como Renfield levou a síndrome de burnout até Drácula

Vampiro estaria sugando as energias de seu ajudante

03/05/2023

Todos nós temos uma imagem bem definida do Conde Drácula. Um elegante e sedutor aristocrata que não gosta de pegar muito sol e tem o péssimo hábito de sugar o sangue de pessoas sem consentimento. Mas para o seu ajudante Renfield, ele não passa de um chefe abusivo.

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Essa é a premissa de Renfield: Dando o Sangue pelo Chefe, novo filme que reimagina uma espécie de continuação do clássico Drácula, de Bram Stoker, para os dias atuais — e com direito todos os problemas ocupacionais que enfrentamos hoje em dia.

drácula

A comédia é estrelada por Nicholas Hoult no papel do torturado Renfield, o clássico ajudante do Conde. Mas quem chamou a atenção dos fãs desde as primeiras notícias do longa foi outro Nick: Nicolas Cage, que interpreta o próprio Drácula — ainda que em breves aparições.

Sobre o que é Renfield: Dando o Sangue pelo Chefe

Ambientado na New Orleans dos dias atuais, o filme oferece um olhar cômico sobre o sofrido servo de Drácula. A força inumana e a sua longevidade sobrenatural ainda estão ali. Só que agora ele não é mais um servidor inquestionavelmente devotado ao seu mestre: Renfield está desiludido com a relação entre os dois — talvez só tenha levado um apanhado de séculos para ele se dar conta disso.

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Enquanto o Conde se recupera de umas queimaduras bem feias de luz solar, Renfield busca a ajuda de um grupo de apoio para pessoas em relacionamentos tóxicos, na esperança de se livrar de seu chefe narcisista.

renfield
Universal Pictures/Divulgação

Embora seja uma alegoria cômica, Renfield traz alguns elementos muito reais de temas sérios e que causam muito sofrimento: relações tóxicas, personalidade narcisista e, principalmente, a síndrome de burnout. E não é engraçado e muito menos irreal o fato de Renfield ter se dado conta de sua condição somente após séculos de abuso de seu chefe: esse processo pode ser bem longo para muitas pessoas, que convivem com sentimentos conflitantes em relação à sua condição, seja em relacionamentos amorosos, familiares, de amizade ou, claro, no próprio trabalho.

O que é a síndrome de burnout?

Embora Renfield tenha procurado um grupo de apoio para relações tóxicas, ele também dá sinais associados à síndrome de burnout, relacionada ao esgotamento profissional. Incluída na 11ª Revisão da Classificação Internacional das Doenças, a síndrome é considerada um fenômeno ocupacional, e não uma condição médica, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o documento, ela é descrita da seguinte maneira: “Burnout é uma síndrome conceitualizada como resultado de um estresse crônico no ambiente de trabalho que não foi administrado com sucesso”. Ele pode ser caracterizado por três dimensões:

– Sentimento de esgotamento de energia ou exaustão;

– Aumento do distanciamento mental do trabalho, ou sentimentos de negativismo ou ceticismo relacionados ao trabalho; e

Redução da eficiência profissional.

É importante salientar que o burnout é um fenômeno específico do contexto do trabalho e não deve ser utilizado para descrever experiências em outras áreas da vida, que podem estar relacionadas a outras condições, como ansiedade e depressão, por exemplo. 

renfield e burnout
Universal Pictures/Divulgação

Pessoas que estejam sofrendo com a síndrome ou que suspeitem que possam estar, devem buscar aconselhamento profissional, como o de um psicólogo ou médico ocupacional para descobrir qual a melhor maneira de lidar com a situação. 

Algumas causas frequentemente associadas à síndrome de burnout envolvem: jornadas de trabalho exaustivas, sentimento de falta de controle em relação ao trabalho, ausência da sensação de recompensa, problemas na dinâmica com colegas, sensação de injustiça no trabalho e falta de identificação com os valores de onde se trabalha. Por isso é importante investigar o motivo da insatisfação para descobrir a melhor maneira de resolver o problema. Nem sempre um período de férias ou a mudança de emprego irá resolver a situação, pois o burnout pode ser “carregado” para o novo trabalho, caso as causas não tenham sido propriamente tratadas.

Tema foi abordado na HQ nacional T.A.T.T.O.O. – À Flor da Pele

Fora do espectro vampiresco de Drácula e Renfield, uma graphic novel nacional também abordou o tema burnout, depressão e vazio existencial. Em T.A.T.T.O.O. – À Flor da Pele, acompanhamos a história de Ramsés, um tatuador quarentão que vive no centro velho de São Paulo, em meio a mais de 20 milhões de pessoas que lidam diariamente com a violência, os contrastes sociais e a poluição.

Entre o caos urbano e as cobranças da vida moderna, Ramsés aos poucos tem a rotina e o trabalho paralisados por uma fadiga crônica física e mental, uma paranoia crescente que transborda ódio e antigos rancores, tratando inclusive o filho e sua namorada de maneira equivocada. 

t.a.t.t.o.o.

A epidemia de depressão galopante e o consumo excessivo de remédios nas grandes metrópoles são os coadjuvantes dessa história, que é contada com uma voz jocosa e mordaz, evocando as experiências do autor André Diniz, que também escreveu Revolta da Vacina.

Seja por um estilo de vida angustiante ou por uma relação tóxica com o chefe, esteja atento a quem são os verdadeiros vampiros que possam estar sugando a sua energia e a sua alegria de viver. Se necessário, faça como Renfield e busque um grupo de apoio ou algum tipo de ajuda. Melhor deixar o horror pra ficção mesmo.

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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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