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Crimes Vitorianos Macabros: Curiosidades sobre Jack, o Estripador

Identidade do assassino permanece um mistério há mais de um século

23/07/2021

A Londres do final do século XIX parecia o centro do mundo: com seus imponentes prédios administrativos em Westminster, um considerável número de colônias espalhadas pelo mundo e a coroação da Rainha Vitória marcando a Era de Ouro do Reino Unido, aquele lugar exalava poder. Porém, ao mesmo tempo, a capital inglesa poderia ser um dos lugares mais sinistros do planeta.

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Em Crimes Vitorianos Macabros, um grupo de historiadores relata os casos mais funestos que marcaram a época, entre eles, o de Jack, o Estripador. Tema de inúmeros livros, filmes e séries, o assassino inspirou a primeira obra da saga Rastro de Sangue de Kerri Maniscalco, que mistura ficção com figuras malignas da história e da literatura.

Tudo começou em 31 de agosto de 1888, quando o corpo de uma mulher foi encontrado no distrito de Whitechapel. Sua garganta havia sido cortada e seu abdômen aberto e eviscerado. O que poderia ter sido apenas um homicídio isolado foi seguido por quatro outros assassinatos de mulheres, executados de maneira muito semelhante.

Tais crimes tumultuaram, para dizer o mínimo, toda a sociedade britânica: aristocratas assustados, a Rainha Vitória obcecada pelas histórias, antissemitas culpando os judeus e o serviço policial lidando com um tipo de criminoso que só teria um perfil estudado quase um século mais tarde: um serial killer.

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Um dos fatores que explica a imortalidade de Jack, o Estripador é justamente tudo o que não se sabe sobre o caso. A identidade do assassino nunca foi consolidada, bem como a extensão de seus crimes. Isso dá margem para autores preencherem as lacunas e criarem eletrizantes histórias de ficção, como a própria Kerri Maniscalco, Alan Moore, Patricia Cornwell, Robert Bloch e tantos outros.

Entre o que é fato, o que é especulação e o que ainda é um mistério, o caso de Jack, o Estripador é repleto de curiosidades sinistras. A Caveira selecionou algumas delas: 

1. O assassinato de prostitutas era bem comum na região

Whitechapel fornecia um território propício para que coisas ruins acontecessem. Na década de 1880 a região sofria com superpopulação, pobreza, vícios, bandidos, mendigos, bêbados, e mais de mil prostitutas apenas naquela vizinhança. Ataques a mulheres, principalmente profissionais do sexo, eram bem frequentes.

O próprio assassinato de Mary Ann Nichols não chamou muita atenção num primeiro momento. Porém, quando as características do brutal assassinato se repetiram em outro caso, a polícia percebeu que estava diante de um problema diferente e de um assassino sem precedentes.

2. O número de vítimas permanece incerto

Oficialmente, Jack, o Estripador fez cinco vítimas, conhecidas como “as cinco canônicas”. Porém, todas estas mortes foram precedidas e seguidas por assassinatos adicionais nas regiões de Whitechapel e Spitalfields. Alguns entusiastas do caso afirmam que foram onze mortes causadas por Jack

A polícia discorda destas teorias e confirma apenas os cinco homicídios oficiais até hoje. Como o assassino nunca foi capturado, fica difícil descobrir a verdadeira extensão de seus crimes. Na época, mais de duas mil pessoas foram entrevistadas e 80 foram detidas, para mais tarde serem liberadas por falta de evidências.

3. Milhares de cartas-denúncia foram enviadas à polícia e à imprensa

O furor do caso foi tão grande que milhares de pessoas enviaram cartas à polícia e à imprensa tentando identificar o assassino. Algumas delas afirmavam ser o próprio Estripador. Até mesmo as correspondências consideradas legítimas por um tempo acabaram sendo desmascaradas e consideradas fraudulentas.

UNITED KINGDOM – CIRCA 2003: Police monitoring a suspect at the time of Jack the Ripper, London, 1888, engraving. England, 19th century. (Photo by DeAgostini/Getty Images)

A carta mais famosa relacionada ao caso, conhecida como “Do inferno”, não foi enviada à imprensa ou à polícia. Seu destinatário era George Lusk, o líder do Comitê de Vigilância de Whitechapel. A correspondência foi enviada junto de um pedaço de rim humano.

4. Vários suspeitos foram considerados para o caso

E nem só pela polícia. A imprensa tinha suas teorias e até a própria Rainha Vitória arriscou um palpite, suspeitando que o assassino fosse um marinheiro (Whitechapel fica próximo às docas de Londres). Pistas mal-interpretadas e um crescente clima antimigratório desencadeou até mesmo ações antissemitas, por pessoas que acreditavam que o assassino era judeu – Whitechapel foi fortemente colonizada por imigrantes judeus e russos naquela época.

Alguns dos nomes que permaneceram no topo da lista de suspeitos foram Aaron Kosminski e John “Jack” Pizer, dois trabalhadores judeus. Além deles, Francis Tumblety, um médico nascido nos Estados Unidos que possuía uma coleção de órgãos humanos e que diziam detestar prostitutas também foi investigado. Outro nome cogitado foi o de Seweryn Klosowski, um conhecido prisioneiro, mas que, até onde se sabe, não era um mutilador.

Um dos nomes que chegam a ventilar como um possível suspeito de ser Jack, o Estripador é o de H. H. Holmes, considerado o primeiro serial killer dos Estados Unidos. A suspeita se baseia na ideia de que os assassinatos de Jack em Londres pararam pouco antes de Holmes começar a sua matança no outro continente. A teoria, é claro, nunca se mostrou consistente (e quem leu H. H. Holmes – Maligno conhece um pouco do paradeiro dele durante esta época).

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5. Aristocratas e membros da Família Real foram cogitados

Em 1962 surgiu uma teoria de que Jack poderia ser o príncipe Albert. Envolvido em diversos escândalos ao longo de sua vida, especula-se que ele tenha contraído sífilis de uma prostituta e, enlouquecido pela doença, teria cometido os assassinatos. Outra especulação é a de que ele teria um filho com uma prostituta e todas as mulheres assassinadas sabiam disso. 

Outras pessoas ligadas à família real também foram investigadas sob suspeita de serem Jack, o Estripador. Uma delas era Willy Clarkson, que confeccionava as perucas da realeza. Até mesmo o ginecologista da princesa Beatriz, Dr. Sir John Williams, foi apontado como suspeito – ele estaria estudando os corpos das vítimas em uma pesquisa sobre infertilidade feminina.

Mas afinal, quem poderia ser Jack, o Estripador?

A figura de Jack, o Estripador, como a conhecemos hoje, é criação do sensacionalismo da mídia, teorias conspiratórias e da criatividade de autores. As únicas coisas que sabemos a respeito do assassino é que ele matava mulheres, nem mesmo a quantidade é certa. Em pleno século XXI, ele permanece um entre tantos crimes macabros que marcaram a Era Vitoriana.


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Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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4 Comentários

  • Ana Carolina

    9 de maio de 2022 às 15:52

    Amei, amo esse caso Meu preferido

  • Vic FT

    25 de agosto de 2022 às 19:52

    Incrível e horripilante

  • Lady Mechanika

    23 de novembro de 2022 às 16:50

    Quanto mais pesquiso sobre esse caso, mais interessada pela história eu fico! Acredito que o assassino não tenha sido tão meticuloso ou cuidadoso em esconder pistas, talvez ele nem se preocupasse com isso, mas o que o ajudou e muito a se safar impune foi a imperícia da polícia e falta de meios técnicos e científicos forenses!

  • Juliana

    24 de maio de 2023 às 21:40

    Penso exatamente o mesmo que vc lady mechanika. O ambiente em que eles viviam, o período histórico etc, favoreciam que essas coisas acontecessem. Um livro interessante sobre o caso é o livro “the five”, fortemente baseado em evidências sólidas, documentos oficiais etc, ele explora a vida das cinco vítimas canônicas, uma a uma desde a infância. E é muito interessante para ter uma ideia de como era a vida daquelas pessoas e como elas acabaram parando no meio desse lugar tão perigoso ( até uma que veio de outro país e viveu até a adolescência no campo).

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