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Dissecando as criaturas de Mary Shelley, Bram Stoker e Robert Louis Stevenson

Conheça as origens destes monstros clássicos e a relação deles com A Criatura, de Andrew Pyper

10/02/2020

O medo é atemporal. Por mais que cada época tenha seus elementos mais assustadores, há aqueles que permanecem no imaginário popular por mais tempo. Prova disso é a relevância de personagens monstruosos como Frankenstein, Drácula e O Médico e o Monstro. Isso é possível porque estes monstros mergulham ainda mais profundamente naquilo que a humanidade não compreende e não é capaz de controlar.

Ciente disto, o autor Andrew Pyper aproveitou estes nomes clássicos do terror para dissecá-los e reinventá-los em seu livro A Criatura, publicado pela DarkSide® Books.

LEIA TAMBÉM: ANDREW PYPER: “E SE DRÁCULA E FRANKENSTEIN ESTIVESSEM VIVOS?”

Pyper sabe que quando o incompreensível se mistura à realidade ele se torna ainda mais ameaçador, por isso, reinventou a origem destes monstros para algo mais próximo da nossa realidade. Para isso, ele leva Mary Shelley, Bram Stoker e Robert Louis Stevenson a se inspirarem em uma criatura real para seus personagens.

Para criar seu personagem híbrido, Pyper dividiu os monstros em três categorias: Parasita (Drácula), Morto-vivo (Frankenstein) e Psicótico (Jekyll e Hyde). A partir daí, aplicou todos eles em uma mesma criatura, trazendo-a para os dias atuais.

A criatura em questão é Michael, um perigoso homem com mais de 200 anos que foge de uma instituição psiquiátrica. Em seu encalço está a Dra. Lily Dominick, uma psiquiatra forense que possivelmente tem um passado em comum com o fugitivo. Michael atrai a cientista à Europa, onde ela descobre como este homem com habilidades sobre-humanas inspirou três dos maiores clássicos do terror gótico.

Além de A Criatura, a DarkSide® possui edições de todas as histórias originais de Frankenstein, Drácula e o Médico e o Monstro. Os livros fazem parte do selo Medo Clássico.

Mas afinal, quais são as verdadeiras origens destas criaturas?

Pesadelos, uma competição literária, pesquisas sobre folclore e um amigo homicida foram alguns dos elementos que deram origem a monstros. A seguir apresentamos um pouco das principais inspirações para a concepção de cada um deles:

Frankenstein — Mary Shelley

Filha de dois escritores (embora sua mãe tenha falecido no parto), Mary Shelley cresceu em meio a outros autores, o que contribuiu para sua incursão na literatura ainda jovem. Em uma viagem com seu marido Percy B. Shelley e o escritor Lorde Byron (que teve um caso com a irmã dela), ela participou de várias conversas sobre vida e morte, mencionando ilustres cientistas da época, como Erasmus Darwin e Luigi Galvani, que têm influência em alguns aspectos de Frankenstein.

Ela, o marido e Byron também travaram uma competição de quem seria capaz de escrever o melhor conto de terror. Depois de pensar por dias no assunto e nas conversas, Mary Shelley sonhou com um cientista que havia criado vida e estava horrorizado com esta empreitada. 

Além do sonho, a história foi inspirada por muitos elementos da vida de Mary, principalmente envolvendo perda, culpa e desafiar a natureza. Isso porque ela não só perdeu a mãe, mas também conviveu com as mortes de alguns filhos, ainda pequenos. Pode-se imaginar que querer trazer pessoas de volta à vida era um tema recorrente na mente da autora.

O nome do cientista da história vem de uma viagem pela Alemanha, onde ela se hospedou perto do Castelo de Frankenstein — lá morava um alquimista que conduzia experimentos.

LEIA TAMBÉM: MARY SHELLEY, CRIADORA DE FRANKENSTEIN, ETERNIZOU O NOSSO MEDO DO DESCONHECIDO

Drácula — Bram Stoker

Um sonho sobre “um vampiro rei levantando do túmulo” foi apenas uma das inspirações de Bram Stoker para a criação do legendário Conde Drácula. Antes disso, ele passou sete anos pesquisando folclore europeu e histórias de vampiros, com fortes influências das superstições da Transilvânia, área que hoje pertence à Romênia.

Alguns historiadores acreditam que a principal inspiração tenha sido o imperador Vlad III Drácula, também conhecido como “Drácula, o Impalador”. No entanto, o autor nunca fez menções específicas ao tirano, pegando emprestado apenas algumas informações isoladas e o nome da dinastia, é claro. 

Os maneirismos do personagem principal foram inspirados pelo ator Henry Irving, que comandava o Teatro Liceu, onde Stoker trabalhava. Os dois também eram amigos de longa data.

Naquela época, no final do século 19, um tema recorrente da literatura era a invasão da Inglaterra por criaturas fantásticas, normalmente vindas da Europa continental. Por isso, em seu lançamento, Drácula foi bem recebido, mas não se destacou muito das outras histórias de aventura. O sucesso veio mesmo no início do século seguinte, com a adaptação do livro para o cinema.

LEIA TAMBÉM: BRAM STOKER: 172 ANOS DO NASCIMENTO DO MESTRE DO MEDO CLÁSSICO

O Médico e o Monstro – Robert Louis Stevenson

Um sonho febril também serviu de estopim para a criação de mais um clássico do terror. Só que neste caso o escritor Robert Louis Stevenson estava tão envolvido no pesadelo que até repreendeu a esposa por tê-lo acordado de uma experiência tão fascinante.

O escritor sempre fora intrigado pela ideia de como a personalidade humana pode incorporar a alternância entre o bem e o mal, principalmente em uma história. O Médico e o Monstro foi escrito rapidamente por Stevenson, que estava acamado por causa de um quadro de hemorragia.

Uma das possíveis inspirações para a obra foi o amigo do escritor: Eugene Chantrelle, um professor francês que morava em Edimburgo. Chantrelle, que conduzia uma vida normal e pacata, fora condenado pelo assassinato de sua esposa, envenenada por ópio. A dualidade de comportamento do amigo pode ter servido de inspiração para os contrastes do Dr. Jekyll e da criatura Sr. Hyde.

LEIA TAMBÉM: ROBERT LOUIS STEVENSON: O CONTADOR DE HISTÓRIAS

Criaturas incontroláveis alimentam o medo

Assim como Frankenstein e Drácula, a criatura de Andrew Pyper também tem sua origem vinda do mundo dos mortos. Além disso, a dicotomia na personalidade, digna de Jekyll e Hyde, denota uma força incapaz de ser controlada, tanto pela humanidade como pelo próprio monstro – e é isso o que causa tanto medo.

Enquanto o ser humano for confrontado com forças que ele não saiba explicar ou controlar, existirá medo. E enquanto houver medo, contaremos com brilhantes histórias de terror capazes de nos deixar de cabelos em pé.

Sobre DarkSide

Avatar photoEles bem que tentaram nos vender um mundo perfeito. Não é nossa culpa se enxergamos as marcas de sangue embaixo do tapete. Na verdade, essa é a nossa maldição. Somos íntimos das sombras. Sentimos o frio que habita os corações humanos. Conhecemos o medo de perto, por vezes, até rimos dele. Dentro de nós, é sempre meia-noite. É inútil resistir. Faça um pacto com quem reconhece a beleza d’ O terror. O terror. Você é um dos nossos.

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