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Loputyn: Uma aventura pelo mundo encantador da ilustração

Autora italiana combina traços de doçura e escuridão em quadrinhos repletos de magia e realidade

22/02/2024

Com traços mágicos e profundos, a arte de Loputyn nos conduz por uma dança ritualística entre o imaginário e o mundo real. Donzelas e lobos entrelaçam suas mãos com o leitor, guiando-o por uma aventura fascinante pelas florestas de suas narrativas.

Jessica Cioffi, a mente brilhante por trás do pseudônimo Loputyn, nasceu em 1990 em Sarnico, uma vila italiana às margens do Lago Iseo, na província de Bérgamo. Desde a infância, ela cultivou uma relação íntima com o desenho, explorando o universo na Academia de Belas Artes de Bérgamo, e se tornando autodidata na arte dos quadrinhos e ilustrações.

Aclamada desde muito cedo em eventos de comic books, a autora se destacou pela qualidade singular da sua arte. Cotton Tales foi seu primeiro conto de fadas em quadrinhos, publicado em 2015, construindo a base para a carreira marcada pela fusão única entre doçura e escuridão, magia e realidade.

Um mergulho na personalidade da ilustradora, os desenhos de Loputyn são a representação fiel das experiências vividas por ela. A necessidade de profundidade e entendimento sobre o que está dentro de cada ser humano e ao seu entorno traz à vida uma expressão que nos aproxima do cotidiano e, ao mesmo tempo, do que ainda não foi explorado em nós, o etéreo e o fantástico. São histórias que provocam um olhar para dentro de si e para o mundo através de uma nova perspectiva.

Para a autora, a arte é uma forma de aproximar e conectar àqueles que não se conhecem, mostrar realidades diversas e despertar um sentimento de sinceridade com quem realmente somos: sem máscaras e com todas as nuances que a vida nos apresenta. Em suas mãos, lendas se tornam vivas, e a magia da arte nos envolve, convidando-nos a explorar os recantos mais profundos de nossa imaginação e emoção. Loputyn encontra inspiração em várias fontes, desde o mundo gótico, passando pelo universo cosplay e finalmente na moda Lolita, tema no qual está profundamente envolvida, participando de eventos e trazendo o tema para os traços de seus desenhos.

Entre Rendas e Laços: A moda Lolita na obra de Loputyn

Originário das ruas do Japão nos anos 1970, o universo da moda Lolita é um reino encantado de fantasia fashion. Caracterizada por vestidos elaborados, saias volumosas, e acessórios ornamentados, possui uma estética feminina e infantil. Os looks são criados evocando uma sensação de romantismo e inocência, acompanhados por rendas, laços e babados. É considerada uma forma de expressão artística, com peças selecionadas para contar uma história e levar o público a um mundo de sonhos e imaginação.

Loputyn traz uma relação íntima e inspiradora com a moda Lolita, incorporando elementos do estilo em suas ilustrações e obras. A expressão artística ajuda a compor o universo encantado dos seus desenhos. Os personagens e cenários inspirados na moda Lolita parecem ter criado vida própria, saído direto de um conto de fadas moderno. O convite para adentrar um mundo de beleza, fantasia e imaginação é feito através dos traços delicados e repletos de profundidade.

Parte importante da formação artística de Loputyn é o sentimento de solidão que sentiu desde muito cedo. Para ela, os desenhos e quadrinhos sempre foram uma forma de ajudá-la a compreender melhor o mundo e se comunicar de uma forma que jamais conseguira. Combinando o real e o imaginário, a autora dá vida ao que está em um campo indecifrável para muitos. “A magia é uma metáfora de qualquer coisa que está vivo ou que foi visto. Eu gosto de falar de uma forma alternativa sobre o que acontece na realidade”, relata.

A autora italiana que já presenteou os DarkSiders com Francis, uma fábula encantada conduzida pela jovem bruxa Melina e a raposa Francis, conjurada pela aprendiz, agora sela o encanto na Caveira com Lendas Japonesas, lançamento da DarkLove. Um mergulho profundo na ancestralidade oriental, com a interpretação singular da ilustração ocidental. Loputyn combina elementos do século XVIII à contemporaneidade dos seus traços, convidando os leitores a uma reflexão a respeito de si mesmos e do mundo ao seu redor.